Pandemia

Isolamento social tem queda de 3% no Maranhão em abril, diz pesquisa

Realizado pelo Globo, levantamento tem base no "Relatório de Mobilidade Comunitária", disponibilizado pelo Google e revela queda em abril

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Aglomeração na feira da Cidade Operária revela descumprimento do isolamento
Aglomeração na feira da Cidade Operária revela descumprimento do isolamento (aglomeração)

Um levantamento do jornal O Globo mostrou que a população maranhense não está respeitando o isolamento social, medida que objetiva separar as pessoas infectadas (sintomáticos respiratórios, casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus) das não doentes, para evitar a propagação do vírus. A pesquisa, feita com base no “Relatório de Mobilidade Comunitária” disponibilizado pela empresa Google, revelou que houve queda de 3% no cumprimento do confinamento no mês de abril em relação a março.

Segundo a pesquisa, o Maranhão está entre as 22 unidades da federação que apresentaram menor adesão ao isolamento social. Apenas cinco estados brasileiros apresentaram quedas na circulação de pessoas maiores ou iguais em relação às registradas em março. Esses lugares são Acre, Roraima, Amapá, Amazonas e Piauí. A pesquisa levou em consideração a média dos últimos sete dias do mês passado, excluindo feriados nacionais e fins de semana. Essas informações foram comparadas com os dados do intervalo similar em abril, até o dia 17.

No Maranhão, a média de presença de pessoas nas ruas era de 60%, mas esse índice caiu em 3% neste mês. As demais unidades federativas que apresentaram menor adesão ao isolamento social são Distrito Federal, Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.

Pesquisa start up

Por outro lado, um estudo feito pela start up brasileira de tecnologia In Loco mostrou que o Maranhão está na segunda colocação no que se refere ao cumprimento do isolamento social, com 55%, perdendo apenas para Amazonas, com 55,7%. Já São Luís está entre as capitais brasileiras que mais desrespeitam a medida de afastamento social. Importante dizer que esse mapa do coronavírus existe para auxiliar as autoridades a direcionarem os recursos de segurança pública, comunicação e saúde.

Segundo o levantamento, em relação ao Nordeste, a capital maranhense aparece em 7º lugar. Isso significa que está na antepenúltima posição, perdendo apenas para Maceió, em Alagoas, e Aracaju, em Sergipe. O estudo do In Loco demonstra que 54,4% da população ludovicense estão em isolamento social. Para se ter uma ideia de como essa porcentagem está muito abaixo dos melhores índices, Florianópolis, em Santa Catarina, apresenta o resultado de 63,2%, ocupando a primeira colocação.

No entanto, no Nordeste, a primeira posição de respeito ao isolamento social está com Recife, capital de Pernambuco, com 60%.

Descumprimento
Apesar do decreto governamental, muitas pessoas continuam descumprindo o dispositivo. Nas feiras do João Paulo e Cidade Operária, na capital maranhense, por exemplo, vários comerciantes estão abrindo seus estabelecimentos sem nenhum medo de punição. Alguns são mais comedidos e deixam apenas uma parte do portão fechada, para que os clientes entrem sem serem percebidos pelos órgãos de fiscalização. Esses comércios não são essenciais, mas, mesmo assim, permanecem funcionando normalmente.

Na Avenida Marechal Castelo Branco, no bairro Jardim Renascença, em São Luís, a Polícia Militar, em conjunto com uma equipe da Vigilância Sanitária, teve que fechar comércios que abriram. Essas medidas estão sendo tomadas para evitar aglomeração, que foi observada na entrada de agências bancárias n João Paulo, nas proximidades do quartel do 24º Batalhão de Infantaria de Selva (24º BIS), e no Turu, às margens da Avenida São Luís Rei de França, em frente a um banco.

Dentro dos bairros, principalmente aos fins de semana, há muitos relatos de festas que estão sendo realizadas no meio da rua ou na porta de casas. Na Avenida Litorânea, muitas pessoas podem ser vistas em aglomerações fazendo caminhada ou corrida, sobretudo no fim da tarde. Importante destacar que a prática de atividades físicas ao ar livre não é proibida, mas existem algumas recomendações, para evitar a transmissão do vírus.

Isolamento e quarentena
Em época de pandemia, alguns conceitos podem ser facilmente confundidos pelas pessoas. Isolamento social, por exemplo, é uma medida que tem como objetivo separar as pessoas doentes (sintomáticos respiratórios, casos suspeitos ou confirmados de infecção por coronavírus) das não doentes, para evitar a propagação do vírus. Esse procedimento pode ocorrer em domicílio ou em ambiente hospitalar, conforme o estado clínico da pessoa contaminada ou sob monitoramento.

Essa ação pode ser prescrita por médico ou agente de Vigilância Epidemiológica e tem prazo máximo de 14 dias. Na prescrição do isolamento, o paciente deve assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Por outro lado, a quarentena é a restrição de atividades ou separação de pessoas que foram presumivelmente expostas a uma doença contagiosa, mas que não estão doentes, uma vez que não foram contaminadas ou porque estão no período de incubação.

A quarentena pode ser aplicada em nível individual, como para uma pessoa que volta de viagem internacional ou para contatos domiciliares de caso suspeito ou confirmado de coronavírus. Ou em nível coletivo, como em situações referentes a um navio, um bairro ou uma cidade, e geralmente envolve restrição ao domicílio ou outro local designado. Pode ser voluntária ou mandatória. Além desses dois conceitos, muito confundidos até mesmo por pessoas esclarecidas, ainda existe o distanciamento social.

Nesse caso, ocorre a diminuição de interação entre as pessoas de uma comunidade para reduzir a transmissão do vírus. É uma estratégia importante quando há indivíduos já infectados, mas ainda assintomáticos ou oligossintomáticos, que não sabem se são portadores da doença e não estão em isolamento.

Saiba Mais

Isolamento social

Média de redução de circulação até 17 de abril (diferença em relação a março)

Distrito Federal: 50% (-10%)

Acre: 66% (+3%)

Alagoas: 60% (-4%)

Amapá: 72% (+10%)

Amazonas: 45% (+1%)

Bahia: 60% (-6%)

Ceará: 63% (-6%)

Espírito Santo: 57% (-9%)

Goiás: 41% (-11%)

Maranhão: 60% (-3%)

Mato Grosso: 45% (-15%)

Mato Grosso do Sul: 42% (-24%)

Minas Gerais: 43% (-11%)

Pará: 51% (-1%)

Paraíba: 59% (-5%)

Paraná: 47% (-14%)

Pernambuco: 53% (-5%)

Piauí: 73% (0)

Rio de Janeiro: 56% (-6%)

Rio Grande do Norte: 53% (-4%)

Rio Grande do Sul: 50% (-13%)

Rondônia: 59% (-1%)

Roraima: 62% (+2%)

Santa Catarina: 66% (-13%)

São Paulo: 55% (-3%)

Sergipe: 69% (-3%)

Tocantins: 53% (-12%)

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