Pandemia

Heróis da guerra contra Covid-19: os bravos profissionais da saúde

Categoria, que zela pelo bem-estar da população em dias "normais", é imprescindível na luta contra um adversário que se mostra, a cada instante, mais forte, o vírus que obriga todos a se manterem em isolamento social

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

[e-s001]O mundo vive uma crise sem precedentes dos últimos 100 anos. A pandemia da Covid-19, que assola de modo infalível até o momento a sociedade, como um todo, sem distinção de raça, cor, credo ou posição social, é um fato que ficará marcado nos livros de história para sempre. É a história que, de modo triste, será contada para filhos, netos ou que será levada como lembrança dura da limitação humana diante de um adversário que demonstra ser, a cada dia, mais poderoso.

Para enfrentar tal adversário, entes públicos e instituições ligadas ao tema passaram, de forma imprescindível, a defender categorias fundamentais para a assistência clínica, psicológica e para a manutenção das recomendações sanitárias de higiene e limpeza necessárias diante deste cenário obscuro e assustador. Os profissionais de saúde – médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas e outras categorias – da rede pública, em especial, são considerados os personagens principais da chamada “linha de frente” no combate à doença.

São eles que dão as primeiras assistências a possíveis enfermos, elaboram diagnósticos, fazem recomendações e, principalmente, curam. Sim, é possível se livrar desta terrível enfermidade e os representantes da rede de assistência municipal de São Luís são fundamentais neste processo.

Nesta reportagem, O Estado fará uma singela e necessária homenagem a quem “sofre calado”. Além de ver, cotidianamente, o sofrimento de pacientes, que agonizam com sintomas severos causados pelo miserável vírus (como febre, dores no corpo e principalmente desequilíbrio no funcionamento respiratório do corpo), os profissionais precisam ser “glorificados”. Eles têm sacrificado inclusive sua permanência com a família, em prol da segurança dela, e pensando no bem maior: evitar a propagação do vírus na cidade.

Apesar da importância notória destas funções para o zelo da população, profissionais ainda questionam, segundo eles, a ausência de condições de trabalho. O poder público é constantemente colocado à prova. No entanto, diante desta pandemia, todos os esforços são necessários para garantir aos profissionais, que serão os responsáveis pelo assolamento futuro desta pandemia, as condições mínimas de exercício das suas funções.

Seja a inclusão dos Equipamentos de Proteção Individual, ou mesmo disponibilizando água e sabão para os cuidados necessários, estas e outras condições são imprescindíveis para a continuidade do trabalho daqueles que nos tirarão da maior crise dos últimos tempos. A valorização salarial e a inclusão de abonos para o incentivo destes e de outras pessoas também se tornam fundamentais na rotina dura e desgastante de quem nos protege e serve como escudos nesta infestação viral vivida pelo planeta.

Alguns destes profissionais carregam histórias incríveis. De superação, tendo entes queridos enfermos e, ainda assim, atendendo às pessoas da melhor forma possível. Conhecê-los é antes, de tudo, um exercício de humanidade. Um sopro de esperança diante do que todos passam neste momento.

[e-s001]Com medo e cientes da responsabilidade
Todos os profissionais de saúde ouvidos por O Estado são unânimes em afirmar: o sentimento de medo existe, porém estão cientes da responsabilidade de proteger e atender as pessoas neste momento tão difícil. Há relatos em unidades de saúde da capital maranhense de servidores que, ainda que presentes no grupo de risco, solicitam a permanência na rotina diária dos locais de assistência pública. Se não houver sintomas, estas pessoas são aceitas, desde que realocadas em funções fora do atendimento direto ao público.

Esta é mais uma prova da ciência que estes funcionários têm de suas responsabilidades. São os soldados que não abandonam um companheiro de batalha, ainda que este encontre-se ferido. Para permanecerem na linha de frente, todo o cuidado é pouco. Cientes disso, máscaras e luvas viraram artigos ainda mais obrigatórios.

No Centro de Saúde do Bairro de Fátima, em São Luís, a rotina dos funcionários mudou após o início da pandemia no país. Além de afastamentos, a direção do local teve de adotar rodízio de profissionais. Os que são “escolhidos”, muitas vezes, devem trabalhar com afinco por dois, sabedores do momento atípico e da necessidade.

LEIA TAMBÉM:

Agentes de saúde e limpeza: o ''sacrifício'' de trabalhadores pela população de São Luís


Cada paciente que é acolhido, recebe o mesmo tratamento, ainda mais em época de pandemia da Covid-19. Devido às restrições de circulação social adotadas por portarias pelas administrações estadual e municipal, o fluxo de pacientes diminuiu nas últimas semanas. De acordo com a direção da unidade de saúde, a redução foi registrada em 60%.
Apenas os casos considerados mais graves são recebidos, já que consultas eletivas (ou de rotina) foram suspensas por tempo indeterminado. Assim que um paciente suspeito da Covid-19 é recebido, é encaminhado para uma sala específica, onde é monitorado por profissionais. Em seguida, é transferido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para a realização de exames.
Atendimentos de pacientes com vírus HIV e com hanseníase somente são realizados em extrema urgência. Na unidade municipal, em um dos bairros mais populares de São Luís, todos os profissionais acolhem os pacientes da mesma forma: com bom humor, ainda que temerosos.

O diretor-administrativo do Centro de Saúde do Bairro de Fátima, George Campos, afirmou que, com base em orientações do Ministério da Saúde e da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), adotou medidas preventivas. “Até o momento, não tivemos nenhum funcionário ou funcionária com sintoma da doença. Sabemos que este momento é difícil manter a tranquilidade, mas é necessário, até porque precisamos zelar pelo bom atendimento ao nosso cliente, que é o usuário da unidade”, afirmou.

Pacientes acima dos 60 anos de idade e/ou de grupos considerados de risco foram afastados há duas semanas. Além dos cuidados de higiene, com a promoção de limpeza na parte interna da unidade duas vezes por dia, máscaras, luvas e álcool em gel foram distribuídos.

Apesar dos cuidados, funcionários da unidade temem ser infectados. Mesmo assim, não abriram mão de trabalhar. “Precisamos estar na linha de frente. Toda a população depende dos nossos serviços e, neste momento, é fundamental estarmos aqui para qualquer atendimento voltado a pessoas sintomáticas”, afirmou a médica Tamira Mendes, lotada no CS Fátima e profissional há 10 anos.

Segundo ela, o caso vivido atualmente no mundo não é comparável a nenhum drama vivido no exercício da função. “Estou nas redes pública e privada. Para mim, não há nada igual”, disse a médica que, com honra e orgulho, mantém sua rotina na rede pública municipal dando assistência a quem precisa.

Heróis e heroínas, deem o recado!

[e-s001]
“Você que lê esta reportagem, por favor, pedimos para ficar em casa! Somente venha a unidade se for acometido. O isolamento social é a melhor arma contra esta doença”
Elizabeth Mendes, técnica de enfermagem


[e-s001]
“Nosso trabalho depende também do apoio da população. Por isso, é preciso que as pessoas circulem o menos possível. E se você precisar do nosso atendimento, estaremos aqui esperando você”
Nilka Adriana, enfermeira


[e-s001]
“Nós estamos fazendo nossa parte. Para que a cidade fique mais segura e a gente se livre dessa doença”
George Campos, diretor administrativo do Centro de Saúde do Bairro de Fátima

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.