Chuvas

6.670 estão desalojados ou desabrigados por enchentes no Maranhão

Bombeiros seguem com o trabalho de socorro a atingidos; 32 municípios do estado registram prejuízos e nove já declararam estado de emergência

Bárbara Lauria/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Vista aérea da cidade de Trizidela do Vale, que está com ruas alagadas
Vista aérea da cidade de Trizidela do Vale, que está com ruas alagadas

Devido às fortes chuvas neste primeiro semestre, pelo menos 32 municípios do estado do Maranhão tiveram prejuízos e nove declararam estado de emergência. São eles: Açailândia, Aldeias Altas, Arame, Boa Vista do Gurupi, Codó, Imperatriz, Grajaú, Nina Rodrigues e Pindaré-Mirim. Um total de 6.670 estão desabrigados (quem está em abrigos coletivos) ou desalojados (que procuraram abrigo em casa de amigos ou parentes).

Apesar dessa época do ano ser conhecida pelo seu período chuvoso, segundo o pesquisador do Laboratório de Meteorologia da Uema, Hallan David, temos esse ano o que é chamado de “boa temporada”, isso significa que está havendo uma quantidade de chuva acima do esperado, o que pode ser bom para a agricultura, setor primário e reservatórios de água, mas não necessariamente para a população, principalmente os ribeirinhos.

Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros do Maranhão, coronel Celio Roberto Araújo, os dois municípios com maior número de desabrigados e desalojados são Pedreiras e Trizidela do Vale, pois estão na margem do rio Mearim. Somados nos dois municípios já foram resgatados cerca de 5 mil pessoas.

De acordo com Hallan David, esses municípios que ficam na margem dos rios são locais de risco, pois a tendência é que o rio aumente seu volume durante as chuvas e invada as áreas em volta de sua margem. Em Trizidela do Vale e Pedreiras, o rio Mearim marca 8,46 metros, chegando a 2,36 metros acima de sua cota de alerta. Isso significa que o rio subiu a mais do que o esperado e, por isso, a água chegou até as casas.

No caso de Imperatriz, como a água já recuou, famílias vão poder retornar para suas casas, mas antes os locais precisarão passar por uma limpeza e vistoria. “Como estamos vivendo uma situação de pandemia, vai ser necessário a assepsia dessas residências e uma avaliação dos bombeiros para garantir a segurança da população”, comentou o coronel.

“As chuvas são comuns neste período, então, nossa equipe já esta acostumada com esse tipo de trabalho, alguns anos temos mais casos e em outros temos menos, mas o que torna a situação deste ano mais complicada é a situação de pandemia em que estamos vivendo”, frisou.

Coronavírus

De acordo com o decreto sobre o coronavírus, publicado pelo governo, desastres naturais e desastres biológicos entram como exceção para aglomeração de pessoas, tendo a recomendação em vista, os abrigos comunitários permanecem funcionando, mas com novas medidas de segurança. “Estamos separando as pessoas em alas e evitando que haja um fluxo de gente entrando e saindo dos abrigos”, disse o coronel.

Os abrigos estão localizados em áreas mais afastadas dos municípios, e houve aumento no nível de segurança, orientações de saúde e prevenção para as pessoas que estão no lugar, e a proibição da entrada e visitantes. O coronel também informou que aqueles que forem suspeitos ou estiverem contaminados com o Covid-19 serão encaminhados imediatamente para um centro de referência.

“Estamos preparados para receber os casos suspeitos. Recebemos EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) próprios com botas, luvas, máscaras, etc., recebemos também ambulâncias personalizadas para esse tipo de paciente e nossos profissionais passaram por um curso preparatório no último mês”, frisou.

O Corpo de Bombeiros do Maranhão está trabalhando em parceria com as prefeituras nos municípios com registro de enchentes, e em alguns lugares, como Pedreiras, Codó e Caxias, está tendo o apoio também de policiais militares.

Mapa: Regiões afetadas por enchentes

Municípios afetados por enchentes/enxurradas 2020
Municípios afetados por enchentes/enxurradas 2020

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