SÃO LUÍS - As chuvas dos últimos meses têm causado danos em vários pontos de São Luís. Mas algumas cidades do interior também têm enfrentando problemas por causa das fortes intensidades das tempestades. De acordo com dados do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), equipes estão trabalhando para atender às ocorrências associadas à maior incidência das chuvas em nove cidades maranhenses.
Nos municípios de Trizidela do Vale e Pedreiras, existe a ameaça de inundação do rio Mearim, atualmente com 5,49m e com tendência de baixa. A última enchente que atingiu as duas cidades foi registrada em abril de 2018. Em Trizidela, 265 famílias foram atingidas e 131 estiveram distribuídas em 10 abrigos que foram montados para receber as vítimas. Já em Pedreiras, uma das cidades mais atingidas pelas enchentes, 513 famílias foram atingidas pelos temporais e 131 ficaram em abrigos localizados no município, segundo a Defesa Civil municipal. Por conta das enchentes, 17 municípios entraram em estado de
calamidade e sete cidades em estado de emergência.
Neste ano, os municípios de Alto Alegre do Pindaré, Santo Amaro, Santa Helena, Barreirinhas, Araguanã, Boa Vista do Gurupi, Turilândia e Bacurituba já estão em alerta. Equipes da Corporação junto às coordenadorias municipais seguem em monitoramento, a fim de orientar e prestar auxílio em Situação de Emergência.
Em São Luís
A região norte do Maranhão tem sido a mais atingida por fortes chuvas, oriundas da zona de convergência intertropical. Após as chuvas do final de semana passado, onde entre as 9h do sábado (23) e 9h do domingo (24), choveu 236,2 milímetros, muitos estragos foram contabilizados na Ilha de São Luís.
O CBMMA comunica que registrou, na Região Metropolitana de São Luís, ocorrências de desabamento, deslizamentos de solo e inundações. A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil junto à Corporação já cadastraram 92 famílias em situação de risco.
Os municípios de São José de Ribamar e Paço do Lumiar também estão sendo atendidos. Ambos estão em processo de decretação de situação de emergência. Segundo a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, até o momento, 17 residências foram afetadas, uma edificação pública e 19 prédios privados.
Casarões
Atualmente, 92 casarões do Centro Histórico estão sendo considerados de risco. Destes, 12 estão sob monitoramento constante do CBMMA, uma vez que foram vistoriados e apresentam risco altíssimo de desmoronamento, devido ao abandono, o que resultou na falta de conservação. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é o responsável, nessas circunstâncias, por notificar o proprietário do bem acerca da necessidade de tomada de providências, com o fim de conter o processo de degradação da edificação.
A população deve estar atenta à variação na paisagem urbana, como a inclinação de uma árvore ou poste, que pode representar um indicativo de futuro desmoronamento. Há, ainda, a orientação para que – durante tempestades – a população evite trafegar nas ruas e não se exponha em áreas abertas para evitar descargas atmosféricas, por exemplo. Em caso de ocorrências, a recomendação é o contato direto pelo telefone 193 ou pelo 3214 3801.
MAIS CHUVAS
Desde novembro de 2018, as chuvas registradas estão tendo níveis superiores ao esperado. Em fevereiro, choveu 437 milímetros, isto é, 36% acima da média. Março já ultrapassou os 635 milímetros, 40% acima da média de precipitação normal do mês, que é de 462 milímetros. Março de 2019 já é o sétimo mais chuvoso na capital do Maranhão desde 1971. O esperado para o mês de abril são 476 milímetros, mas, se as tempestades prosseguirem na intensidade vista desde novembro, esse número será ultrapassado facilmente.
RISCO DE ENCHENTE
Segundo a Defesa Civil, é assim que funciona o acompanhamento:
Cota de Segurança e Atenção – 5,20 m
Cota de Alerta – 6, 10 m
Cota de Inundação – 6, 60 m
Saiba Mais
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