Opinião

Grandes tribunos maranhenses

Benedito Buzar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
A despeito da longevidade, Sálvio mostrou ser ainda um tribuno de notória qualidade, vinda dos tempos de mocidade, quando se notabilizava como fluente orador dos grêmios estudantis, ginasianos e universitários, experiência que levou para a Câmara Municipal de São Luís e Assembleia Legislativa do Estado, nas quais teve assento como vereador e deputado estadual e onde proferiu discursos memoráveis e com repercussão nos meios políticos.Benedito Buzar

Na posse do intelectual Carlos Gaspar na Presidência da Academia Maranhense de Letras, o destaque da solenidade foi a presença na tribuna do escritor Sálvio Dino, que, em nome dos acadêmicos saudou o novo dirigente da Casa de Antônio Lobo.

A despeito da longevidade, Sálvio mostrou ser ainda um tribuno de notória qualidade, vinda dos tempos de mocidade, quando se notabilizava como fluente orador dos grêmios estudantis, ginasianos e universitários, experiência que levou para a Câmara Municipal de São Luís e Assembleia Legislativa do Estado, nas quais teve assento como vereador e deputado estadual e onde proferiu discursos memoráveis e com repercussão nos meios políticos.

Na tribuna da Academia Maranhense de Letras, naquela noite festiva, Sálvio Dino, fez algo raro e difícil de encontrar nos tribunos de nossos dias, quase todos toscos, desprovidos do dom da palavra e pobres de vocabulário: eloquência e elegância, no tratamento dispensado ao idioma e na comunicação com o público.

Quando cotejamos a pobreza dos oradores de hoje com a riqueza dos tribunos de ontem, lembramos da palestra do saudoso escritor Josué Montello, em abril de 1981, na Assembleia Legislativa do Estado, a convite do então deputado Sálvio Dino, quando reportou-se aos grandes tribunos do Maranhão.

O autor de Cais de Sagração, disse: “Dos tribunos que ouvi na minha juventude, somente um me deu a impressão de ser, na verdade, um grande orador: Astolfo Serra. Com o talento do improviso e a fala bem timbrada, sabia ser, na hora, o intérprete da multidão que o aplaudia. Por isso mesmo, não o orador de salão, mas da praça pública. Se se houvesse orientado no sentido do Parlamento, ter-se-ia ajustado à moldura que lhe convinha. Ficou sendo, assim, uma glória local, que só nos fruímos e aplaudimos.”

Outro orador que Josué Montello destacou foi Coelho Neto, sobre o qual escreveu: “Viera da campanha da Abolição. Participou da luta pela implantação da República. Mas não chegou a ser o orador político que poderia ter sido. Faltou-lhe a paixão, no litígio partidário. Só a encontrou quando excluído da representação maranhense, tentou desforrar-se numa viagem a São Luís. A combustão da represália deu-lhe, aqui, a grandeza inesquecível. Daí as recordações do seu verbo, como uma coluna de fogo a céu descoberto.”

Mas não se esgota com Astolfo Serra e Coelho Neto, os grandes oradores que o Maranhão teve. Na Câmara dos Deputados, João Dunshee de Abranches Moura, Luiz Domingues e Humberto de Campos, deixaram seus nomes marcados naqueles tempos em que a oratória política pontificava e inflamava a vida pública brasileira.

Não se pode esquecer de Clodomir Cardoso e de Lino Machado, que brilharam no Congresso Nacional, pelos memoráveis discursos em favor do restabelecimento do Brasil no santuário da democracia.

Após a redemocratização do País, nos anos 1950, o Maranhão elegeu uma bancada de jovens e talentosos deputados federais: Renato Archer, Cid Carvalho, Pedro Braga Filho, José Sarney e Neiva Moreira. Não se destacaram como notáveis tribunos, mas deixaram marcas indeléveis pelos bons pronunciamentos sobre a realidade brasileira.


Cachimbo da Paz

Depois de dezenas de anos sem se falarem, o ex-presidente José Sarney e o ex-deputado federal Haroldo Saboia, voltaram a fumar o cachimbo da paz.

A retomada do diálogo, aconteceu na semana passada, em Brasília, no aniversário do irmão de Haroldo, Assis, que sempre foi amigo de Sarney e lutou para aquele reencontro se tornar realidade.

Perfil e voto

O deputado federal Rubens Pereira Junior, no exercício do cargo de secretário das Cidades e Desenvolvimento Urbano, em entrevista, disse que “tem perfil ideal para vencer a eleição em São Luís”.

Perfil ideal Rubens Junior tem e de sobra, mas voto que é bom, em São Luís, as pesquisas mostram que ele é carente.

Álcool gel

O produto mais procurado hoje em São Luís é o álcool gel.

Segunda-feira, cada Farmácia Drogasil recebeu de São Paulo duzentos frascos de 500 ml do produto.

Às nove horas, não havia mais nenhum à venda.

Em nome da imortalidade

O novo presidente da Academia Maranhense de Letras, Carlos Gaspar, para poupar a vida dos confrades, quase todos na faixa de risco, tomou uma decisão sábia e prudente.

As reuniões na Casa de Antônio Lobo só voltarão a acontecer quando não mais existir a ameaça do coronavírus.

Expansão do Hospital D’or

Depois que o Grupo D’OR comprou o UDI Hospital, quer expandir as suas atividades em São Luís.

Uma proposta vantajosa foi feita ao Sebrae para adquirir o prédio, vizinho ao hospital, onde se encontra instalado o órgão que presta grandes serviços ao empresariado maranhense.

Lembrando Cafeteira

Um deputado do Paraná, curiosamente chamado de Boca Aberta, apresentou projeto que prevê a amputação da mão de corrupto.

O parlamentar paranaense fez lembrar Epitácio Cafeteira que ao assumir o governo do Estado prometeu cortar a mão de “quem metesse a mão no jarro”.

Mão no jarro, significava roubar o dinheiro público, o que aconteceu na gestão de Cafeteira, mas ninguém perdeu a mão.

Lançamento de Copo

Nos jogos olímpicos, existem várias modalidades de lançamentos.

Na briga que travou contra o senador Weverton Rocha, na Câmara Federal, o deputado Hildo Rocha, inaugurou o mais novo tipo de lançamento: o de copo.

Como diria o Faustão: E-r-r-o-u, e-r-r-o-u.

Feira do livro

A Feira do Livro de São Luís sempre acontece nos meses de setembro ou outubro.

Este ano, por causa das eleições municipais, resolveram mudar o evento para o mês de maio.

Porque em maio o coronavírus pode estar com força total, sussurra-se que a prefeitura não realizará a Feira este ano.

Festival de Besteira

O jornalista carioca, Sérgio Porto, que se tornou nacionalmente conhecido por Stanislau Ponte Preta, criou na sua coluna diária no jornal Última Hora, o Festival de besteira que assola o país.

Se ainda vivo, certamente colocaria na sua festejada coluna a proposta da deputada estadual Micael Damasceno, que é evangélica, de que a melhor solução para acabar com o coronavírus é a população orar e fazer jejum.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.