Morte

Bebê espancado pelos pais maranhenses morre em hospital de Goiás

A criança estava internada na UTI há cinco dias e apresentava mais de 12 fraturas pelo corpo como ainda marcas de queimaduras

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

GOIÂNIA - Um bebê do sexo feminino, de 6 meses, que foi espancado pelos pais maranhenses da cidade de Codó, morreu no começo da tarde desta terça-feira, 10, na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Estadual Materno Infantil Doutor Jurandir do Nascimento (HMI), em Goiânia. Os acusados foram presos em flagrantes e, segundo a polícia, vão responder pelo crime de maus-tratos e homicídio.

A criança estava internada desde o último dia 5 e apresentava mais de 12 fraturas pelo corpo, inclusive na cabeça, além de queimaduras. Ontem, a direção do HMI confirmou, por meio de nota, a morte da vítima. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia.

O presidente do Conselho Tutelar da cidade de Trindade, em Goiás, Luís Marcos, disse que a polícia aguarda a chegada de um parente de 1º grau para liberar o corpo para o sepultamento. Há expectativa que a avó materna do bebê venha ainda esta semana a Goiânia para liberar o corpo e fazer o translado para a cidade de Codó.

Ainda segundo Luís Marcos, caso ela não compareça vai levar uma procuração até o presídio onde a mãe da criança está para colher a sua assinatura para poder fazer o enterro. O casal ainda tem um outro filho, de 1 ano e 4 meses que reside com a avó, no estado do Pará.

Ato de barbárie

O conselheiro informou que os maranhenses residem em Trindade há um ano, em uma casa insalubre onde havia muito lixo e garrafas de bebida alcoólica. A criança era prematura e, após o nascimento, chegou a ficar internada por um período de dois meses.

Ainda segundo o conselheiro tutelar, no momento, a bebê pesava menos de 2 kg e indicava quadro de desnutrição. No último dia 5, ela foi levada pela mãe ao posto de saúde de Trindade, mas foi transferida para o HMI e os profissionais da área de saúde acionaram a polícia e o conselho tutelar.

Os pais foram presos e apresentados na Delegacia da Criança e Adolescente de Trindade, coordenada pela delegada Renata Vieira. O pai da criança, nome não revelado, de 24 anos, negou a acusação de maus-tratos, enquanto, a mãe, de 18 anos, disse que o esposo, que está desempregado, em determinado momento, puxou as pernas e os braços com força da vítima. No momento da agressão, a bebê chegou a bater a cabeça na madeira. “A mãe tinha o dever de garantir a segurança da criança, mas não fez nada. Percebemos que o casal não tinha nenhum tipo de amor pela filha”, contou a delegada.

Renata Vieira declarou que ainda esta semana vai ouvir algumas testemunhas para saber como era a rotina do casal. “Vamos ouvir as pessoas que residem perto desse casal para entender em que situação que essa criança vivia como também vamos conversar com o pessoal da unidade de saúde que atendeu a vítima inicialmente”, destacou a delegada.

Exame

O laudo da Polícia Técnico-Científica divulgado na segunda-feira, 9, revelou que a bebê tinha, pelo menos, 12 lesões e hematomas na cabeça e pelo corpo, que foram provenientes de agressão física, como também queimaduras em várias fases de evolução.

O exame pericial ainda constatou que as agressões físicas e tortura eram de forma contínua, inclusive, as queimaduras. Até o período da tarde de ontem o corpo da vítima estava no Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia, em Goiás.

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