Pobreza

Maranhão tem a pior renda per capita do país, diz IBGE

Levantamento do instituto diz respeito aos rendimentos domiciliares de 2019, calculados com base na PNAD Contínua e enviados ao Tribunal de Contas da União; maior renda é do Distrito Federal

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
(Moradores da Rua da Felicidade, no bairro João Paulo, convivem há anos com problemas de saneamento )

Relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado na última sexta-feira, apontou o Maranhão como o estado de menor rendimento domiciliar per capita do país. O rendimento do estado governado por Flávio Dino (PCdoB) – e que está abaixo do salário mínimo -, é de apenas R$ 653,59.

A renda per capita do Maranhão também está abaixo da média nacional, que é de R$ 1.469,00. A maior renda no levantamento é do Distrito Federal: R$ 2.685,76. O montante é quatro vezes maior a do estado comandado pelo comunismo.

O relatório com valores detalhados dos rendimentos domiciliares per capita é referente a 2019, para o Brasil e para as unidades da federação. Os dados são calculados com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e enviados ao Tribunal de Contas da União (TCU).

A divulgação atende ao que está determinado na Lei Complementar 143/2013, que estabelece os critérios de rateio do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE).

De acordo com o IBGE, o rendimento domiciliar é calculado como a razão entre o total dos rendimentos domiciliares (em termos nominais) e o total dos moradores. São considerados os rendimentos de trabalho e de outras fontes de todos os moradores, inclusive os classificados como pensionistas, empregados domésticos e parentes dos empregados domésticos. Os valores foram obtidos a partir dos rendimentos brutos efetivamente recebidos no mês de referência da pesquisa, acumulando as informações das primeiras entrevistas dos quatro trimestres da PNAD Contínua de 2018.

Classificação

Além do Maranhão – estado com a menor renda per capita do país -, outros 11 estados ficaram com os rendimentos domiciliares abaixo do salário mínimo: Alagoas, R$ 730,86; Pará, R$ 806,76; Piauí, R$ 826,81; Amazonas, R$ 842,08; Amapá, R$ 879,67; Acre, R$ 889,95; Bahia, R$ 912,81; Paraíba, R$ 928,86; Ceará, R$ 942,36; Pernambuco, R$ 970,11 e Sergipe, com renda de R$ 979,78.

O Nordeste foi a região onde a desigualdade social foi constatada com maior evidência no relatório. Fatores como a estrutura do mercado de trabalho e a taxa de desemprego de cada região, o nível educacional da população e o tamanho das famílias foram contribuem para o quadro, segundo o IBGE.

Outro lado

O Estado entrou em contato com o Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Comunicação, para obter uma explicação a respeito da classificação do estado no levantamento. Até o fechamento desta edição, contudo, não obteve resposta.

SAIBA MAIS

Na sexta-feira, dia em que foi divulgado o relatório do IBGE que aponta o Maranhão como o estado de pior renda per capita do país, o governador Flávio Dino utilizou o seu perfil em rede social para afirmar que o presidente da República, Jair Bolsonaro, não sabe administrar o país. O fato, curioso, chamou a atenção de analistas políticos e provocou constrangimento ao próprio chefe do Palácio dos Leões.

Imprensa nacional destacou aumento da pobreza no estado

No início do mês de fevereiro deste ano o Valor Econômico destacou em reportagem especial o aumento da extrema pobreza na gestão Flávio Dino no Maranhão. A reportagem tomou por base dados do IBGE e da Tendências Consultoria, por meio do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets).

Logo após o Valor mostrar os dados, a Revista Veja também apontou o aumento do desemprego no estado, sob a gestão comunista. As reportagens incomodaram a cúpula do Palácio dos Leões, que reagiu nas redes sociais.

Na primeira publicação, o Valor classificou o problema como o maior desafio enfrentado por Dino ao longo de sua gestão, iniciada em 2015, quando ele deu início ao primeiro mandato. O veículo pontuou o fato de o comunista não ter conseguido tirar o Maranhão do “topo da miséria no país”.

“O percentual de maranhenses na extrema pobreza subiu 17,75% entre 2016 e 2018, segundo estudo do IBGE. No Brasil, no mesmo período, a alta foi menor: de 13,45%. O estado lidera o ranking de miséria do IBGE com praticamente 20% da sua população vivendo com menos de R$ 145 por mês. No Brasil, a fatia da população com esse perfil é de 6,5%”, destacou a publicação.

De acordo com o veículo, “um levantamento da Tendências Consultoria mostrou história semelhante”. O Maranhão está no topo da extrema pobreza, em estudo referente ao ano de 2017, com 12,2% da sua população sobrevivendo com menos de R$ 85 por mês. Essa fatia da população no Brasil atingiu 4,8% no mesmo ano.

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