Polêmica

O Congresso não precisa pisar no nosso pé, diz Guedes

Declaração do ministro da Economia ocorreu no Palácio do Planalto, durante um evento de lançamento de uma nova linha de crédito imobiliário da Caixa Econômica Federal

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
(Paulo Guedes)

BRASÍLIA - O ministro da Economia, Paulo Guedes afirmou, durante a cerimônia de assinatura de protocolo de intenções para apoio à base industrial de defesa, formalizado entre o Ministério da Defesa e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que na visão dele, é normal o Congresso Nacional querer ter controle sobre parte do Orçamento federal, "mas não precisa pisar no nosso [do Executivo] pé".

Governo e Congresso vêm travando uma disputa em torno das novas regras do orçamento impositivo, aprovadas pelos parlamentares no ano passado. As regras preveem que deputados e senadores passem a ser os responsáveis por liberar cerca de R$ 30 bilhões do Orçamento deste ano. O presidente Jair Bolsonaro vetou esse trecho. O Congresso pode derrubar o veto, em votação marcada para março.

Ao comentar a situação, Guedes defendeu que o Congresso aprove reformas enviadas pelo governo que, segundo ele, vão "descarimbar" recursos do Orçamento e permitir que tanto governo quanto parlamentares disponham de fatias maiores para investir. Atualmente cerca de 95% do Orçamento são vinculados, ou seja, já têm destinação "carimbada" por lei.

"É normal que o Congresso queira entrar no Orçamento. Mas espera aí. Não precisa pisar no nosso pé. Tem um orçamento de R$ 1,5 trilhão. Para quê vamos brigar por causa de 10, 15 ou 20 bilhões? Tem um R$ 1,5 trilhão. Basta descarimbar. Vamos fazer o pacto federativo. Aprovemos as reformas", afirmou Guedes.

Na quarta (19), o ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), disse, em referência à disputa sobre o orçamento impositivo, que o governo não pode aceitar "chantagem" do Congresso. Segundo o blog da Júlia Duailib, ele deve ser chamado ao Senado para dar explicações sobre a declaração.

“Temos que transformar todo esse aparente desentendimento, na verdade, em um olhar crítico de como construir um futuro melhor”, completou Guedes no discurso.

Reforma administrativa

Após o evento, ao ser questionado por jornalistas sobre a reforma administrativa, Guedes afirmou que Bolsonaro está fazendo os últimos ajustes na proposta. O ministro não soube precisar quando o texto pode ser encaminhado. Disse que pode ser nesta sexta-feira (21) ou depois do carnaval.

"O presidente [Bolsonaro] vai mandar. Está fazendo os últimos toques dele lá", disse. Perguntado quando o texto seria enviado, respondeu: "não sei, pode ser amanhã, pode depois do carnaval. Ele está fazendo os últimos ajustes", disse.

Bolsonaro recebeu, na terça-feira (18), a versão do Ministério da Economia do projeto de reforma administrativa. O projeto, que será enviado na forma de proposta de emenda à Constituição (PEC), deve propor o fim da estabilidade automática para futuros servidores públicos. A ideia seria definir um tempo para atingir a estabilidade, de acordo com cada carreira e com uma avaliação de desempenho.

Outro objetivo da medida seria reduzir o número de carreiras, atualmente em torno de 300, e que os salários para quem entrar na carreira pública passem a ser menores.

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