Religião

Primeiro padre dehoniano do Maranhão celebra 25 anos de ordenação

Padre Cláudio Sousa Fernandes, de 47 anos, celebrou uma missa na Gruta Nossa Senhora de Lourdes, em São Luís, em comemoração a mais de duas décadas de consagração

Nelson Melo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Padre Cláudio Fernandes está celebrando 25 anos de ordenação
Padre Cláudio Fernandes está celebrando 25 anos de ordenação (padre Sousa Fernandes)

Uma vida dedicada a Deus. Assim pode ser resumida a carreira do padre Cláudio Sousa Fernandes, de 47 anos, que nasceu na cidade de Pindaré-Mirim/MA. Na noite dessa terça-feira, 11, ele comemorou 25 anos de consagração, exatamente no Dia de Nossa Senhora de Lourdes, padroeira do seminário Sagrado Coração de Jesus, localizada no bairro Cantinho do Céu, em São Luís. O religioso celebrou uma missa no local, como forma de agradecimento por mais de duas décadas de compaixão, comprometimento e amor ao próximo.

O evento começou às 19h, em clima de expectativa dos fiéis, que aguardavam a celebração, uma vez que os moradores do Cantinho do Céu e adjacências possuem um carinho especial pelo padre. Cláudio Fernandes, que é vigário da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, no Monte Castelo (em São Luís), iniciou a missa já em tom de comemoração, como já era esperado. No público, havia pessoas das mais variadas faixas etárias, desde crianças a idosos.

Ao final da missa, o padre Cláudio Fernandes foi aplaudido pelos fiéis, pelos acólitos, membros da congregação e pelo reitor Elinauro Santos, do seminário Sagrado Coração de Jesus. Importante destacar que, na ocasião, também foi celebrado o Dia de Nossa Senhora de Lourdes, comemorado no dia 11 de fevereiro.

Vida religiosa

Ao Jornal O Estado, o vigário disse que, há 25 anos, exatamente no dia 11 de fevereiro, professou, pela primeira vez, seus votos de pobreza, obediência e castidade. “Eu consagrava a minha vida naquele momento. Consagrava a Deus, por meio da vida religiosa. Eu me entregava a essa instituição, para colaborar com a Igreja, o mundo, entregando os meus dons, a minha vida à disposição do Reino de Deus”, pontuou Cláudio Fernandes.

Ele explicou que, naquele momento, fez da sua vida uma oferenda a Deus, para que fosse concedida a graça de perseverar e caminhar pelos caminhos de Cristo. O padre objetivava ajudar as pessoas no sentido de acolhida, para que se sentissem respeitadas, amadas e valorizadas. “Eu me dediquei para espalhar a mensagem de amor, de fraternidade, de respeito, de tolerância, pois é importante o diálogo”, declarou o padre Cláudio.

O padre destacou que essa conduta é importante em uma sociedade tão polarizada, tendo em vista que a vida religiosa é um convite para que as pessoas deem um testemunho, em um mundo marcado por tantas complicações. Claúdio Fernandes salientou que, olhando os padres da paróquia, sentiu vontade de se entregar a Deus. “Eu poderia ter sido advogado ou médico. Mas eu queria algo que pudesse impactar a vida das pessoas de maneira positiva, por meio da provocação, no sentido do pensamento, de reflexão”, assinalou o religioso.

Cláudio Fernandes disse que a vida de padre é um ótimo espaço para evangelização, com o intuito de tocar o coração das pessoas. No dia 2 de dezembro deste ano, ele completará 20 anos como padre.

Atuação na capital

O homenageado nasceu em Pindaré-Mirim/MA. Ele passou um tempo em Santa Catarina. Em seguida, retornou a São Luís, mas esteve em Taubaté, em São Paulo, para estudar os últimos anos de Teologia. A vida como padre aconteceu somente na capital maranhense. Durante oito anos, trabalhou no Sagrado Coração de Jesus, no Cantinho do Céu, que é um local dedicado à formação e cuja padroeira é Nossa Senhora de Lourdes.

“Nunca imaginei que iria trabalhar em uma casa dedicada a Nossa Senhora de Lourdes e ao Sagrado Coração de Jesus. Então, esse é o motivo de eu celebrar hoje, nessa gruta, com as pessoas, para dar graças a Deus por esse tempo de caminhada religiosa”, expressou o padre.

Saiba Mais

Aluno e reitor

Cláudio Fernandes foi o primeiro padre dehoniano do Maranhão. Um dos alunos dele foi o padre Elinauro Santos, atual reitor do seminário Sagrado Coração de Jesus, no Cantinho do Céu. Este comentou que essa congregação é ligada à Igreja Católica, tendo sido fundada por Leão Dehon. “A nossa espiritualidade é o Sagrado Coração de Jesus. Nós estamos presentes no Maranhão e no Pará. É um distrito formado por 28 religiosos”, esclareceu.

Elinauro Santos frisou que os padres formados nos últimos 17 anos passaram pelo Cláudio Fernandes. “Eu sou um dos frutos dele, inclusive. Fiz parte da primeira turma de formandos em 2001”, expressou o reitor.

Fique por Dentro

Congregação dehoniana

A Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) surgiu em 1878, em Saint-Quentin, França. O Fundador, padre Leão Dehon, era então sacerdote da Diocese de Soissons, coadjutor da Paróquia de Saint-Quentin e diretor do Colégio São João. Autorizado pelo bispo diocesano, o padre Dehon iniciou o noviciado e fez a Primeira Profissão a 28 de junho de 1878. A nova congregação tomou o nome de Oblatos do Sagrado Coração.

O fundador sentia ter recebido a graça e a missão de enriquecer a Igreja com um novo instituto religioso apostólico que vivesse o seu modo de traduzir o Evangelho e a sua experiência de fé (Cf. Const, 1). Os inícios foram difíceis. O padre Dehon passou por diversas provações, que ele sempre soube acolher com humildade e grandeza de caráter, espírito de fé e de abandono aos desígnios de Deus. Em 1884 a congregação, depois de algum tempo suprimida pela Santa Sé, renasceu com o nome oficial de Sacerdotes do Coração de Jesus.

Dez anos depois da fundação, os dehonianos já eram cerca de 50, estando então a sua ação circunscrita à diocese de origem. Quarenta anos depois (1928), a congregação já contava com aproximadamente 1.000 membros e com casas e obras em vários países da Europa e da América, da Ásia e da África. Em apenas trinta anos, o número de dehonianos havia triplicado (mais de 3000). Mas este apogeu coincidia, na Europa Ocidental e na América do Norte, com uma profunda mudança sociocultural, caraterizada pela secularização, pela procura de novos padrões de vida, pela diminuição da natalidade e o envelhecimento da população.

A congregação nasceu internacional. Na época da morte do padre Dehon (1925), estava já presente em mais de 20 países dos quatro continentes. Hoje. estende-se a mais de 40 países. Inicialmente tudo se organizava em volta da Europa: a vida, o pensamento, a administração, os recursos humanos.

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