Capacitação

Agentes da Defesa Civil são capacitados para enchente no MA

Famem e o Corpo de Bombeiros promoveram palestra sobre procedimentos de resposta

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Agentes da Defesa Civil receberam orientações e capacitação
Agentes da Defesa Civil receberam orientações e capacitação (defesa civil)

Em alerta. Os agentes de Defesa Civil dos 217 municípios maranhenses são capacitados para agirem em situações de enchente. Eles participaram de uma palestra sobre procedimentos de resposta aos desastres naturais relacionados ao período chuvoso, promovida pela Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem) e o Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), por meio da Defesa Civil Estadual. Somente no ano passado, 62 cidades do estado foram afetadas pela chuva e, entre elas, 47 decretaram situação de emergência. Um total de 425.974 pessoas foram afetadas pelas enchentes.

O evento ocorreu no fim da semana passada, na sede da Famem, no Calhau. O assessor de comunicação do Corpo de Bombeiros Militar, major Lisboa, informou que as chuvas ficam mais intensas no estado especialmente no primeiro semestre do ano e ocasionando o aumento do nível dos rios, consequentemente, ocasionando enchentes em algumas cidades maranhenses.

Ainda de acordo com o major, apesar da grande quantidade de chuva ocorrida no decorrer deste ano, mas até o momento, não foi registrada nenhuma ocorrência de enchente no estado ou elevação do nível da água dos rios, que proporcione algum tipo de risco aos ribeirinhos. Apenas houve um registro de alagamento por chuva, mas, sem grande proporção no começo do mês passado, na cidade de São José dos Basílios.

O major também informou que os rios maranhenses estão sendo monitorados de forma contínua. Os relatórios da Defesa Civil são regulares e quando há ocorrências as atualizações dos casos são feitas com frequência e, incluídas, no Sistema Integrado de Informações de Desastres, que pode ser acessado nacionalmente. “O Rio Mearim, que passa por várias cidades do estado, registrou na última quarta-feira um nível de 2 metros e 43 centímetros, enquanto, no dia posterior, chegou a 2 metros e 86 centímetros”, esclareceu o major.

Orientação
Um dos palestrantes, capitão do Corpo de Bombeiros Militar Fernandes, frisou que esse tipo de trabalho é de cunho preventivo. “Vamos orientar os agentes de Defesa Civil municipais para saberem agir na situação de emergência, pois, são os primeiros a chegarem na ocorrência”, frisou o capitão.

Ele declarou que durante o evento serão repassadas informações sobre os procedimentos de resposta aos desastres provenientes da chuva bem como decretação de Situação de Emergência (SE) e o auxílio para as comunidades afetadas durante o período chuvoso no estado.

Também serão trabalhados temas como socorro aos desastres, preenchimentos de documentos relacionados a desastres, plataforma S2ID, solicitação e gerenciamento de recursos estaduais e federais como ainda homologação estadual e federação de decretação de estado de calamidade.

Riscos
O capitão Rodrigues, que também foi palestrante, declarou que os agentes de Defesa Civil de todas as cidades do estado foram chamados para participarem do evento devido estarem preparados em caso de algum tipo de desastre de cunho natural, principalmente, proveniente de chuva.

Rodrigues informou que no ano passado 62 cidades foram afetadas pela chuva e, entre elas, cinco que não costumam registrar esse tipo de ocorrência como Boa Vista do Gurupi, Carutapera, Luís Domingues, Santa Helena e Tufilândia.
Ainda de acordo com o capitão, 425.974 pessoas foram afetadas pelas enchentes ocorridas no ano passado no estado e registrado um prejuízo de R$ 483.270.354,47. Como ainda, pelo menos, sete municípios receberam assistência humanitária como Boa Vista do Gurupi, Santa Helena, Conceição de Lago Açu, Santo Amaro, Alto Alegre do Pindaré, Alto Alegre do Pindaré e Imperatriz.

O diretor da Escola de Gestão Municipal da Famem, Marcelo Freitas, afirmou que a Famem está sempre a disposição para trabalhar na capacitação desse agentes e, consequentemente, evitar futuros transtornos nas cidades maranhenses, principalmente, relacionados ao período chuvoso. “No ano passado, a Famem apoio esse trabalho e mais uma vez as portas da instituição estão abertas”, contou o diretor.

Ocorrência de chuva
O Laboratório de Meteorologia (Labmet), do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), informou que um “núcleo muito pesado” da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) está provocando chuvas no estado e com ocorrência de raios.

No mês passado já choveu mais de 390 milímetros de precipitação pluviométrica em São Luís. Isto significa que ultrapassou a média esperada para o mês, que era de 244,2 mm. Em janeiro do ano passado, os valores acumulados pluviométricos foram de 393,4 mm na capital maranhense.

No mês de janeiro deste ano, choveu bastante, também, em Alcântara e Zé Doca. Respectivamente, os valores de precipitações foram de 525,4 mm e 345 mm. O principal sistema meteorológico causador dessa intensidade na estação chuvosa, no período do ano passado, foi o Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), segundo informações do Labmet. O VCAN é um sistema de baixa pressão atmosférica, de escala sinótica, que se forma na média e alta troposfera (entre 5 e 13 quilômetros de altitude).

Personagem da notícia

Otônio de Sousa, de 50 anos, e trabalha há 11 anos como agente de Defesa Civil de Trizidela do Vale, que é uma das cidades mais afetadas durante o período chuvoso. Ele declarou que já houve enchente no município que chegou a prejudicar mais de 8 mil moradores. “O agente precisa de qualificar e está preparado em situação de emergência, então, evento como esse somente vem agregar conhecimento”, disse o agente.

Cronologia das cidades afetadas por intensas chuvas no estado

Ano de 2017: 6 municípios
Ano de 2018: 12 municípios
Ano de 2019: 62 municípios

Número

425.974 pessoas foram afetadas pelas enchentes durante o ano passado no Maranhão

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