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Pacientes denunciam falta de remédios no Hospital de Câncer

Segundo eles, situação está acontecendo há um mês, e médicos estariam chegando atrasados

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Atrasos de médicos e falta de remédios são denunciados por pacientes
Atrasos de médicos e falta de remédios são denunciados por pacientes (Hospital Geral)

A rotina no Hospital de Câncer do Maranhão Doutor Tarquínio Lopes Filho, localizado no bairro Madre Deus, em São Luís, está sendo motivo de reclamação de pacientes. De acordo com pessoas que utilizam a unidade de saúde para tratamento oncológico, os médicos estão chegando atrasados para os atendimentos. Além disso, o grupo disse que os insumos e medicamentos estão escassos, o que pode comprometer a quimioterapia.

A O Estado, uma acompanhante, de 25 anos e que não quis se identificar, contou que os médicos estão demorando quase duas horas para chegarem ao local. Em determinadas ocasiões, as consultas são suspensas. De acordo com a jovem, quando há reclamações sobre esses atrasos, ainda são tratados mal. Em algumas circunstâncias, inclusive, como relatou, devido a essa situação, alguns pacientes, em condições mais delicadas, sentem mal-estar, marcado por tonturas e enjoos.

“Não é porque é público que a gente precisa ser tratado dessa forma desumana. Não estamos aqui por prazer, não. É necessário, pois há pessoas que amamos sendo tratados. É uma falta de respeito”, desabafou a jovem.

Outros problemas
Outro problema enfrentado no Hospital de Câncer do Maranhão é a falta de medicamentos. Essa escassez pode levar à evolução da doença, segundo disseram a O Estado. Como informaram, essa situação está acontecendo há um mês. “A gente fica preocupado, porque nosso quadro é grave. Isso é bastante evidente. Se não fosse, não estaríamos aqui para tratamento. Só esperamos que tudo melhore. Nossas famílias ficam preocupadas”, comentou um paciente.

Além da falta de medicamentos e do atraso dos médicos, os pacientes e acompanhantes reclamam do atendimento, considerado precário pelo grupo.

Salários dos médicos
Para os pacientes, o atendimento está insuficiente, porque os médicos estariam com salários atrasados há quatro meses. Isso, porém, foi negado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). O órgão informou que já realizou o pagamento de outubro e novembro dos profissionais que atuam na unidade. Disse, ainda, que aqueles que não receberam possuem pendências de documentação ou as apresentaram fora do prazo.

A SES frisou que, sobre o mês de dezembro, ainda está no prazo legal para processamento do pagamento, que deve ocorrer no início de fevereiro para os casos que cumprirem os trâmites administrativos. O órgão também rebateu a informação de que estaria ocorrendo a falta de remédios, ao dizer que não existe desabastecimento de qualquer medicamento quimioterápico no Hospital de Câncer do Maranhão.

Aldenora Bello
Os pacientes oncológicos são muito afetados quando ocorrem problemas nas unidades de saúde especializadas nesse tratamento. No segundo semestre do ano passado, o Hospital do Câncer Aldenora Bello (HCAB), da Fundação Antonio Dino (FAD), passou por isso, quando o hospital suspendeu as cirurgias e também os Serviço (SPA), após uma crise no sistema financeiro da instituição.

As cirurgias no local foram suspensas depois que um dos motores de ar comprimido apresentou problemas. O abastecimento de oxigênio ficou comprometido. Na época, a direção solicitou aos pacientes oncológicos que se deslocassem às Unidades de Pronto Atendimento (UPA), socorrões ou ao Pronto Atendimento Oncológico do Hospital Geral, nos casos de necessidade de atendimento de emergência. Os problemas foram resolvidos pouco depois. l

Hospital de Câncer
O Hospital de Câncer do Maranhão foi inaugurado no dia 25 de agosto de 2014. O local foi reformado e transformado em um centro exclusivo para o tratamento de pacientes oncológicos no estado. A unidade de saúde foi entregue com consultórios, salas de classificação de risco, dois leitos de estabilização, sala de medicação, seis leitos de observação feminina e oito masculinos.

O hospital também foi inaugurado com a disposição de 123 leitos de internação clínica, cirurgia, de UTI e semi-intensivos para pessoas com câncer.

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