Como nas demais unidades federativas do Brasil, a atenção foi redobrada nos portos e aeroportos localizados no Maranhão, devido ao risco de entrada do coronavírus, conhecido como 2019-nCov, que já causou a morte de 106 pessoas na China em 18 dias após o primeiro óbito. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que algumas orientações estão sendo seguidas, como na situação de navios que, porventura, já iniciaram a operação, quando o caso suspeito aparecer, a autarquia manda suspendê-la. Sendo assim, os tripulantes devem ficar a bordo.
No Terminal da Ponta da Madeira, em São Luís, onde navios vindos de várias partes do planeta atracam, os procedimentos estão sendo realizados, sob a coordenação da Anvisa. Os protocolos também estão sendo seguidos no Aeroporto Internacional Hugo da Cunha Machado, igualmente na capital. “Também estamos fazendo atualizações constantes sobre o caso, pois esta é uma história em desenvolvimento, ou seja, as informações e orientações podem ser atualizadas a qualquer momento”, frisou a agência reguladora.
Procedimentos
De forma resumida, a atuação da Anvisa em casos suspeitos no Maranhão seguirá um roteiro, que é padrão para portos e aeroportos do Brasil. Com relação a aeronaves, o veículo pousa, mas não pode iniciar o desembarque. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, então, aciona os órgãos responsáveis e vai a bordo em conjunto com o serviço médico e a vigilância do município do aeroporto, para avaliar o paciente.
Se o médico descartar o caso a bordo, o desembarque dos passageiros é liberado. Caso a suspeita seja mantida, o passageiro doente é removido para um hospital de referência local. “Todos os demais passageiros seguem para uma entrevista com a vigilância epidemiológica para que possam ser monitorados, caso a suspeita seja confirmada posteriormente”, informou a Anvisa.
A Anvisa monitora o trabalho de desinfecção da aeronave, descarte de resíduos e descarte de efluentes. Com relação aos portos, o navio não recebe autorização para operar e ninguém pode desembarcar. A agência e a vigilância epidemiológica sobem a bordo para inspecionar a embarcação e avaliar o paciente. Caso a suspeita seja mantida, o passageiro ou tripulante é removido para um hospital de referência. “O navio não recebe a Livre Prática (autorização para operar) e a tripulação e os passageiros ficam impedidos de desembarcar”, explicou a autarquia.
Se o caso for confirmado, a Anvisa e a vigilância epidemiológica fazem uma avaliação sobre o procedimento com a tripulação e os passageiros que ficaram a bordo. “No caso de navios que já haviam iniciado a operação quando o caso suspeito apareceu, a Anvisa manda suspender a operação do navio e os tripulantes devem ficar a bordo. Nesse caso, deve ser investigado se o tripulante suspeito já havia descido do navio para que a vigilância epidemiológica realize a investigação de possíveis contatos”, comunicou a agência reguladora.
Em todas as situações de casos suspeitos encaminhados para o serviço hospitalar, a confirmação ou descarte definitivo da suspeita é feita pelo serviço de saúde e pela vigilância epidemiológica.
Grupo de trabalho
Com a possibilidade de entrada do vírus no Brasil estão sendo adotadas algumas medidas de preparação, orientação e controle para um provável atendimento de casos suspeitos no País. O Ministério da Saúde criou o Centro de Operações de Emergência (COE), que tem como objetivo formar um atendimento unificado e imediato nas unidades federativas na rede pública de saúde.
Os aeroportos estão veiculando, desde o último dia 24, avisos sonoros da Anvisa em português, inglês e mandarim sobre o Coronavírus. A mensagem tem duração de um minuto e alerta acerca dos sintomas da doença, além de informar sobre as medidas para evitar a transmissão. Também foi instaurado um grupo de trabalho para acompanhar questões relacionadas à infecção.
O grupo é composto por servidores do Gabinete do Diretor-Presidente (Gadip), da Gerência Geral de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados (GGPAF), da Assessoria do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (ASNVS) e da Assessoria de Comunicação (Ascom). “A ação reforça medidas preventivas e de monitoramento da doença. A medida se soma a outras já adotadas pelo órgão, como o repasse de orientações para equipes da vigilância sanitária de todo o país, especialmente as que atuam no controle de portos e aeroportos”, esclareceu a autarquia.
CASOS NA CHINA
O coronavírus causou, até o momento, a morte de 106 pessoas na China, em 18 dias após o primeiro óbito, de acordo com o mais recente balanço do governo do país asiático. Ao menos 4.535 casos são investigados. Deste total, 52 são em outros países. O ministro da Comissão Nacional de Saúde da China, Ma Xiaowei, disse no último fim de semana que a doença pode se espalhar antes mesmo do aparecimento de sintomas.
Um grupo de cientistas do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos deverá testar vacinas contra o coronavírus em humanos em até três meses. Os pesquisadores disseram que a doença pode ter sido transmitida ao ser humano pela carne de cobra e morcego, que são consumidos na China. A equipe comparou o genoma de cinco amostras do novo vírus com 217 vírus parecidos coletados em várias espécies. A conclusão é que uma proteína do vírus teria sido alterada de forma a se ligar aos receptores das células hospedeiras de uma espécie de cobra e de morcego. As espécies de cobra e morcego que seriam possíveis hospedeiras não foram especificadas pelo estudo.
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