O deputado estadual Wellington do Curso (PSDB) questionou a O Estado a possível aliança em construção entre a cúpula tucana e o Podemos para a eleição majoritária na capital maranhense deste ano. O parlamentar disse que lançará seu nome como “cabeça” de chapa no pleito com ou sem apoio tucano e que não foi consultado pela direção da legenda sobre a possibilidade de composição com a ala que apoia o pré-candidato e líder nas pesquisas prévias de intenção de voto, Eduardo Braide (Podemos).

O posicionamento de Wellington do Curso foi uma resposta ao senador da República e presidente estadual do PSDB, Roberto Rocha que, em nota, reafirmou a pré-candidatura do parlamentar para a capital maranhense, mas abriu a possibilidade de aliança com outra sigla no primeiro e segundo turnos, o que desidrataria o projeto de candidatura de Wellington. “Sobre o posicionamento da direção, não fui ouvido e nem consultado. Sou sim pré-candidato a prefeito de São Luís”, afirmou.

O deputado não confirma, mas de acordo com o que apurou O Estado, Wellington do Curso busca nova legenda desde o fim do ano passado. Uma das possíveis alternativas – o PSL (que busca pré-candidato) – não confirmou a procura ao ainda membro tucano. Outra legenda – o Aliança Pelo Brasil (APB) – seria uma possibilidade. Questionado, Wellington não desmente o fato. “Ainda continuo no PSDB. Só não sei até quando”, disse.

Wellington do Curso migrou para o PSDB em abril de 2018, após o seu antigo partido, o PP, anunciar que comporia a base de apoio do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), a quem o tucano faz oposição. Em maio do ano passado, durante convenção estadual do PSDB, o deputado reafirmou – como fez em várias ocasiões – sua pré-candidatura. “O nosso apoio vem das ruas e a nossa motivação é o povo”, disse o parlamentar tucano na ocasião.

Apesar do panorama, o enfraquecimento da figura de Wellington nas pesquisas prévias do fim do ano passado e, principalmente, a postura de Roberto Rocha contrária a Flávio Dino – somando-se à estratégia de tirar forças da base governista visando as eleições de 2022, fizeram com que o senador passasse a considerar o apoio a Eduardo Braide.

Ainda sobre o projeto político, Wellington do Curso afirmou ainda que, quando optou pela mudança partidária, havia expectativa clara de sua pré-candidatura. “Não recebi a promessa de que eu seria o nome fechado, tampouco acordo. Mas quando mudei, abriu-se a expectativa”, afirmou.

Nas eleições de 2016, Wellington do Curso obteve 103.951 votos, terminando em terceiro lugar na disputa, atrás de Eduardo Braide (então no PMN) e Edivaldo Holanda Júnior (então no PTC). No segundo turno, o tucano declarou apoio à Braide que, por sua vez, foi derrotado por Holanda Júnior.

Mais

O Estado procurou a assessoria do deputado federal e pré-candidato pelo Podemos em São Luís, Eduardo Braide. Até o fechamento desta edição, não houve qualquer retorno.

Correlata

“Não cogito saída de Wellington [do Curso]”, diz Roberto Rocha

O senador Roberto Rocha (PSDB) disse a O Estado que, apesar de abrir leque de possibilidade de acordo com o Podemos, o pré-candidato da sigla é Wellington do Curso. Ele manifestou surpresa sobre a possibilidade de saída do parlamentar dos quadros tucanos.

Segundo Rocha, a nota reforça o projeto de lançar Wellington como o nome do partido. “Nem cogito por enquanto saída de Wellington. O nome é ele, como a nota deixa claro”, afirmou. Sobre a aliança com o Podemos, Roberto Rocha disse que por enquanto ainda é uma possibilidade e que faz parte do jogo de forças na política.

Apesar do tom apaziguador aparente de Rocha, nos bastidores, diretores do PSDB já trabalham concretamente até com a indicação de um possível vice a Braide. Alguns disseram que Wellington está “isolado” na sigla.

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