Entorpecente

Ação Resgate é realizada no Mercado Central com diversos atendimentos

Atividade tem como objetivo extinguir as cracolândias na Ilha; no ano passado, ocorreram 17 ações deste tipo e mais de oito mil pessoas atendidas

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21

[e-s001]Extinguir as cracolândias e retirar os usuários de álcool e drogas das ruas da Região Metropolitana de São Luís. Estes são objetivos da Ação Resgate, promovida pela Polícia Civil e Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD), do Monte Castelo, desde o ano de 2011. Ontem, foi realizada a primeira edição deste ano, na área do Mercado Central, no Centro, e ainda fez alusão as campanhas Janeiro Branco, que faz referência a saúde mental; e Janeiro Roxo, à hanseníase. No ano passado, ocorreram 17 ações na Ilha e resultaram em mais de oito mil atendimentos, 86 dependentes químicos retirados das cracolândias e 90 pacientes capacitados para o mercado de trabalho.

“Escolhemos o Mercado Central pelo fato de ainda ser um local onde há maior número de dependentes químicos na cidade”, explicou um dos coordenadores da Ação Resgate, delegado Joviano Furtado. Ele ainda declarou que os usuários têm como zona de conforto esse ponto da cidade. Eles conseguem local para dormir e adquirem dinheiro, na maioria das vezes por meio do trabalho braçal, para comprarem, logo em seguida, droga.

Joviano Furtado informou que durante a ação os usuários de entorpecentes e transeuntes, foram abordados pelos voluntários. Vários serviços foram oferecidos, como aferição de pressão, teste de glicemia, HIV, sífilis, hepatite, vacinação, atendimento com o clínico geral e informações sobre hanseníase. A expectativa era atender mais de 500 pessoas. Em menos de duas horas de ação, sete usuários químicos aceitaram de forma voluntária se submeter ao tratamento oferecido pelo CAPS AD.

Um dos usuários que aceitou fazer o tratamento foi Leandro Diniz, de 28 anos, e ainda ontem foi encaminhado para uma clínica, localizada na capital. Ele disse que morava na Vila Embratel, mas, há 10 anos está vivendo nas ruas, principalmente, na área do Centro, usando entorpecente. “Não quero mais viver nesta vida, então, resolvi ir para a clínica”, desabafou.

Vendas
Os comerciantes do Mercado Central frisaram que a presença em massa de usuários de entorpecente nessa área atrapalha as vendas. João Antônio Mendes, de 56 anos, disse que os clientes, ao observarem os dependentes químicos, sentem receio de serem assaltados e acabam se deslocando para fazerem compras em outras feiras.

Outro comerciante, Flávio Trindade, de 45 anos, ressaltou que os dependentes químicos amanhecem dormindo nas calçadas de vários pontos comerciais e, no decorrer do dia, é possível observar o uso de droga. “O cliente, ao olhar um grupo usando drogas, vai embora e compra em um outro local”, desabafou o vendedor.

Campanhas
A enfermeira do Centro de Saúde Doutor Genésio Rego, Débora Moura, informou que por mês são constatados cerca de 100 novos casos de hanseníase, em todo o estado. Neste mês, está ocorrendo a campanha Janeiro Roxo, que tem como tema “Todos contra a Hanseníase”, e várias ações estão ocorrendo, principalmente, nos hospitais, escolas e nas comunidades.

O Dia D da campanha vai ocorrer no sábado, 18, com uma ação, na sede do Centro de Saúde Doutor Genésio Rego, localizado no bairro da Vila Palmeira. “Neste dia, a comunidade vai ser atendida pelos médicos e enfermeiros, inclusive, em caso de comprovação da doença, vai sair com o medicamento. Essa doença tem cura e o tratamento é gratuito”, explicou a enfermeira.

Outra campanha que está ocorrendo neste mês é o Janeiro Branco, com o tema “Saúde Mental: Cuidar da Mente é cuidar da Vida”. O diretor do CAPS AD, do Monte Castelo, Marcelo Costa, informou que a campanha começou desde o último dia 10 e vai se encerrar no dia 31, no Parque do Rangedor. No decorrer deste período, várias ações estão sendo realizadas na Grande Ilha. “Palestras, visitas e ações externas estão ocorrendo de forma diária”, afirmou Marcelo Costa.

Resultados
Marcelo Costa também é um dos coordenadores da Ação Resgate, e informou que a próxima ação dever ser no bairro Cohab, onde também há concentração de usuários de drogas, principalmente, nas proximidades da praça do Rodão.
No ano passado, ocorreram 17 ações na Ilha e foram realizados mais de oito mil atendimentos, nos quais 86 dependentes químicos aceitaram fazer o tratamento para se livrar das drogas. Eles passaram por uma triagem e, em seguida, foram encaminhados para a clínica onde ficaram internados por um período de seis a um ano.

Ainda de acordo com Marcelo Costa, um total de 90 pacientes participaram de curso profissionalizantes, como o de bijuteria, padeiro, elétrica básica e limpeza e conservação de ambientes. Enquanto, no ano de 2018, foram realizadas 13 ações, 67 pessoas foram retiradas das ruas e foram oferecidos cursos de confecção de pufes e limpeza. “Houve um aumento de 10% em 2019 de atendimento em relação as ações realizadas no ano passado. Isto revela um resultado positivo desse trabalho”, afirmou Marcelo Costa.

[e-s001]Personagem da notícia

Cleiton Araújo Nascimento, de 27 anos, foi um dos retirados da cracolândia do Mercado Central durante a ação Resgate, ocorrida em janeiro do ano passado. Ele disse que começou a usar droga aos 12 anos e passou a morar na rua como também a usar entorpecente. “Primeiramente comecei a usar merla e depois os outros tipos de entorpecentes, mas resolvi fazer o tratamento. Passei mais de 10 meses em uma clínica, em Coroatá. No momento, estou querendo conseguir um emprego para ajudar pagar as contas em casa”, declarou o ex-dependente químico.

Números

17 edições da Ação Resgate na Ilha no ano passado
8 mil pessoas atendidas em 2019 no decorrer das ações
90 pacientes capacitados para o mercado de trabalho

Saiba mais

Cleiton Araújo Nascimento, de 27 anos, foi um dos retirados da cracolândia do Mercado Central durante a Ação Resgate, ocorrida em janeiro do ano passado. Ele disse que começou a usar droga aos 12 anos e passou a morar na rua e usar entorpecentes. “Primeiramente, comecei a usar merla e depois os outros tipos de entorpecentes, mas resolvi fazer o tratamento. Passei mais de 10 meses em uma clínica, em Coroatá. No momento, estou querendo conseguir um emprego para ajudar a pagar as contas em casa”, declarou o ex-dependente químico.

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