Balanço

Em dois anos, Capitania dos Portos do Maranhão realizou 340 missões

Capitão Marcio Ramalho passará o comando da Capitania dos Portos na segunda-feira, 13, às 11h; o capitão de mar e guerra Alekson Barbosa da Silva Porto assumirá a unidade da Marinha

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Capitão de Mar e Guerra Marcio Ramalho Dutra entrega comando da capitania a Alekson Porto, no dia 13
Capitão de Mar e Guerra Marcio Ramalho Dutra entrega comando da capitania a Alekson Porto, no dia 13 (Dutra e Alekson)

A Capitania dos Portos do Maranhão (CPMA) estará sob novo comando a partir de segunda-feira, 13,. A cerimônia está prevista para às 11h, no Complexo do Jenipapeiro, na região da Camboa, em São Luís. Assumirá a Capitania dos Portos do Maranhão o capitão de Mar e Guerra Alekson Barbosa da Silva Porto. A cerimônia será presidida pelo comandante do 4º Distrito Naval, vice-almirante Newton de Almeida Costa Neto. À frente da corporação, o capitão de Mar e Guerra Marcio Ramalho Dutra e Mello fez uma avaliação das ações que foram desenvolvidas nos últimos dois anos. No total, foram 340 missões realizadas no território maranhense.

De acordo como capitão Dutra, nesses dois anos à frente da CPMA, ocorreram 15.654 abordagens. Além disso, foram 305 palestras, com 12.550 ouvintes. O oficial da Marinha do Brasil frisou que a Capitania dos Portos do Maranhão sempre contou com o apoio fundamental da Sociedade dos Amigos da Marinha do Maranhão (SOAMAR-MA). Ademais, foram realizados 40 cursos do Ensino Profissional Marítimo, com mais de 1.200 alunos.

Avanços organizacionais
De acordo com o capitão, houve grandes avanços na Marinha no período, nos âmbitos internos e externos. Internamente, ele destacou a disponibilidade das embarcações e de viaturas. Além de várias reformas, mudanças organizacionais, no que se refere ao regime interno e ordens internas. O capitão Dutra disse que um dos pontos fortes foi a integração da tripulação e os vários adestramentos que ocorreram na Capitania dos Portos do Maranhão.

“Essa integração e adestramentos permitiram uma padronização de todos os procedimentos, no que diz respeito ao atendimento ao público e inspeções navais”, pontuou o capitão.

Enfrentamento de crises
À frente da CPMA desde 15 de janeiro de 2018, o oficial explicou que, externamente, houve uma interação muito grande com a sociedade e com outros órgãos, dos vários poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Essa sinergia, na avaliação dele, propiciou que vários enfrentamentos de crise e operações de nível nacional e estadual fossem realizados.

Ele citou as operações de combate às manchas de óleo e outras, especialmente as de ajuda humanitária e salvamento. Também mencionou as ações de apoio às eleições e as de combate a incêndios. “Foram várias ações que fizemos em conjunto, utilizando aeronaves do CTA (Centro Tático Aéreo), que nos ajudou muito. O 24º BIS (Batalhão de Infantaria de Selva) também nos auxiliou bastante nesses anos. Esse apoio foi significativo”, assinalou o capitão.

O capitão Dutrafrisou que, nessas ações conjuntas, foi possível a reforma do Farol de Mandacaru, um dos principais monumentos históricos da cidade de Barreirinhas, nos Lençóis Maranhenses. Com 32 metros de altura, o Farol foi construído em 1940 para nortear embarcações de pequeno porte provenientes de São Luís, e seu facho de luz podia ser avistado a 17 milhas de distância.

“Também na minha gestão, a agência de Imperatriz voltou para nossa subordinação, em 2018. No Maranhão, existem 217 municípios, sendo 17 da Região Tocantina cuidados pela agência”, frisou o comandante do CPMA. Então, para o capitão Dutra, os resultados foram positivos. As ações externas, como frisou, permitiram uma grande divulgação do trabalho da Marinha do Brasil, no sentido da segurança da navegação, de salvaguarda da vida humana e combate à poluição hídrica a partir das embarcações.

Manchas de óleo
O capitão comentou que, ao contrário dos demais estados do litoral nordestino, no Maranhão não houve uma incidência grande de óleo. No entanto, o esforço foi intenso devido aos acessos às praias, que são difíceis em função de serem pelo mar, pois as areias são distantes, o que torna a logística mais complexa. Por conta dessas características, as operações conjuntas foram fundamentais para o monitoramento e limpeza do material tóxico.

Foram ações feitas com órgãos das esferas estadual e federal. Nós conseguimos combater essa incidência de óleo no litoral do Maranhão, sem que afetasse a economia e turismo local. Fizemos isso com muita clareza e transparência”, ressaltou o capitão de Mar e Guerra. O oficial salientou a participação da sociedade nesse processo, tendo em vista que voluntários atuaram junto às equipes para recolher a substâncias das praias.

“Se surgirem novas incidências, nós enviaremos equipes rapidamente para a limpeza. O trabalho vai continuar”, observou ele.

Solução de crises
Outro ponto destacado pelo capitão foi a aprovação de projetos para construção de dois portos no Maranhão: o Porto São Luís e o Porto de Alcântara. E, também, as intervenções em crise que tiveram alcance nacional, como aquela dos caminhoneiros. As instituições tiveram o apoio da Capitania dos Portos para o encerramento do impasse. “Foram momentos que a Marinha ajudou na solução. Foram tantas coisas boas nessa gestão. Conseguimos projetar o nome da Marinha em nosso estado”, declarou o comandante da CPMA.

Para o capitão Dutra, o Maranhão, que tem o segundo maior litoral do Brasil, tem estreita ligação com a Marinha. Ele lembrou a colonização, que foi realizada por meio do mar. “O estado tem 12 bacias hidrográficas, que nós inspecionamos e cuidamos. Também tem uma pesca abundante. E um movimento mercante, na Baía de São Marcos, que responde por 20% de toda a tonelagem movimentada no País”, esclareceu o oficial.

“Quando o assunto é navegação, a Capitania dos Portos do Maranhão é consultada para as decisões”, expressou o comandante da CPMA.

Maranhão
O capitão Dutra disse que o Maranhão é um lugar formidável, que muitos brasileiros ainda precisam conhecer. Por este motivo, ele adiantou que pretende voltar ao estado para visitar, a fim de aproveitar melhor as riquezas culturais, como o bumba meu boi. “O sentimento já é de muita saudade e gratidão. Não é um adeus. É um até breve. Eu aprendi amar o Maranhão. Quando a gente conhece, se apaixona”, reconheceu o comandante.

A troca de comando ocorrerá na próxima segunda-feira, às 11h. Assumirá a Capitania dos Portos do Maranhão o capitão de Mar e Guerra Alekson Barbosa da Silva Porto. A cerimônia será presidida pelo comandante do 4º Distrito Naval, vice-almirante Newton de Almeida Costa Neto.

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