Venezuela pede ao Brasil extradição de soldados suspeitos de ataque a quartel

Governo brasileiro já disse que irá ignorar qualquer pedido do governo de Maduro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Caracas
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Caracas (Reuters)

CARACAS - A Venezuela solicitou formalmente ao Brasil a extradição de cinco ex-membros das Forças Armadas venezuelanas suspeitos de participação em um ataque a um posto militar no sul do país no final de dezembro, informou o procurador-geral venezuelano, Tarek Saab.

O governo brasileiro disse no mês passado que estava processando pedidos de asilo de cinco soldados venezuelanos desertores que foram localizados perto da fronteira. O governo não mencionou o ataque, mas uma fonte militar brasileira disse que os soldados eram suspeitos de envolvimento na ação.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e o Ministério das Relações Exteriores do país já tinham solicitado anteriormente que o Brasil entregasse os soldados.

Em resposta, no dia 24, o governo brasileiro informou que iria ignorar qualquer pedido do regime de Maduro no caso. Em nota, o Itamaraty disse que o Brasil não tem “satisfações a prestar” ao governo venezuelano.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil não respondeu de imediato a um pedido de comentário sobre o pedido formal de extradição.

Comunicado

No domingo passado, o chanceler do regime de Maduro, Jorge Arreaza, publicou um comunicado em que critica o Brasil por analisar o pedido de refúgio dos militares, chamados pela Venezuela de terroristas.

Segundo fontes consultadas pelo GLOBO, o plano dos militares era ativar três centros de sublevação militar contra o governo de Maduro às véspera do Natal. Por isso, o nome original da operação era Trilogia, e incluía ações no estado de Bolívar, na fronteira com o Brasil, em algum ponto marítimo e em um terceiro local próximo da Colômbia.

As relações entre Brasil e Venezuela se deterioraram no ano passado depois que o presidente Jair Bolsonaro, juntamente com dezenas de outros países, reconheceu o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, como presidente legítimo do país, argumentando que Maduro deveria renunciar.

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