Determinação

Áreas em risco de deslizamento no Sacavém receberão obras

Vara de Interesses Difusos e Coletivos determinou a intervenção imediata, em caráter emergencial, após a leitura de um relatório da Defesa Civil e pedido da DPE

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Justiça determina obras emergenciais em áreas de risco, em São Luís
Justiça determina obras emergenciais em áreas de risco, em São Luís (Sacavém)

Após pedido de concessão de tutela de urgência, da Defensoria Pública do Estado (DPE), a Justiça, por meio da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, determinou que obras emergenciais sejam realizadas no Sacavém e áreas adjacentes, em São Luís, dentro das áreas de risco. Esses trechos estão expostos a deslizamentos de terras e outros problemas, que se agravam no período chuvoso, que começará a partir da segunda quinzena de janeiro de 2020.

A Ação Civil Pública foi divulgada nesta sexta-feira, 20, pela Vara de Interesses Difusos e Coletivos, após assinatura do juiz Douglas de Melo Martins. Na decisão liminar, o magistrado frisa que o objetivo da execução das obras emergenciais é assegurar a segurança das habitações nas áreas atingidas no Sacavém, sobretudo na Rua São Luís, e em outros locais, como Túnel do Sacavém e Salinas do Sacavém. Essa intervenção deverá abranger a contenção das encostas, estabilizações e serviços de drenagem.

O juiz também determina a realização de reforços estruturais e limpeza dos córregos de drenagem de águas pluviais. O prazo estabelecido para a execução das obras é de 60 dias, sob pena de multa diária no valor de R$ 500,00 em caso de descumprimento.

Fundamento para decisão
A Vara de Interesses Difusos e Coletivos, para a concessão da tutela de urgência, levou em consideração um relatório da Superintendência de Defesa Civil do Maranhão, que vistoriou as áreas de risco do Polo Coroadinho. O órgão, do Corpo de Bombeiros do Militar, verificou alguns problemas, como o deslizamento de terra. Esse fenômeno natural se intensifica com a ocorrência de chuvas intensas e prolongadas, pois o terreno fica vulnerável.

A Defesa Civil também detectou a falta de drenagem superficial e manutenção das vias para o escoamento adequado da água das chuvas. A equipe observou infiltrações no solo, o que causa instabilidade nas encostas. Consequentemente, as erosões se tornam frequentes. “Observou-se que parte da estrutura e da fundação na qual não foi possível constar a composição e tipologia construtiva, devido ao risco de acesso ao local, encontra-se em balanço, decorrente da erosão”, diz o documento da Vara de Interesses Difusos.

A partir do que foi observado nas áreas de risco, a Coordenação Técnica da Defesa Civil recomendou o escoramento adequado e posterior demolição da estrutura, para prevenir o colapso. Caso isso não seja realizado, as pessoas que habitam essas regiões correm riscos de vida devido aos transtornos que afetarão os moradores.

Ofício da Semcas
O magistrado cita, ainda, um ofício da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas), que informou sobre os bairros com maior número de famílias impactadas pelas chuvas, que são Sá Viana, Salinas do Sacavém e Túnel do Sacavém. Segundo o órgão da Prefeitura, esses locais estão sob a responsabilidade, no que se refere ao acompanhamento, respectivamente, dos Centros de Referência e Assistência Social (CRAS) do Bacanga, Coroadinho e Bairro de Fátima.

“Nestes bairros já foram identificadas e atendidas, desde a ocorrência das chuvas, um total de 174 famílias, sendo 98 no Sá Viana e entorno, 60 na Salina do Sacavém e 14 no Túnel do Sacavém, além de outras famílias no bairro da Vila Luizão, atendida pelo CRAS Turu”, informou a Semcas no ofício.

Deslizamento
Em março deste ano, ocorreu um deslizamento na Rua São Luís, no Sacavém, justamente onde a Vara de Interesses Difusos e Coletivos determinou que as obras emergenciais sejam realizadas. Uma residência foi arrastada. O episódio aconteceu durante uma forte chuva, que causou outros transtornos na Grande Ilha. Segundo o presidente da União dos Moradores do Sacavém, Daniel Almeida, o imóvel que ficou destruído não era habitado.

Porém, com o deslizamento, duas pessoas se feriram. Elas sofreram algumas lesões e foram encaminhadas ao Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão 1). A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) estiveram no local.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.