Opinião

O primeiro presidente da Câmara de São Luís.

Benedito Buzar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Quando se comemora os 400 anos da Câmara Municipal de São Luís, um homem pontifica de forma relevante, pelo papel que teve como primeiro presidente de uma instituição que ao longo do tempo, ora mais, ora menos, vem prestando serviços a esta cidade.Benedito Buzar

Quando se comemora os 400 anos da Câmara Municipal de São Luís, um homem pontifica de forma relevante, pelo papel que teve como primeiro presidente de uma instituição que ao longo do tempo, ora mais, ora menos, vem prestando serviços a esta cidade.

Lembrado por ocasião de tão importante efeméride, mas pouco se sabe a respeito dele e da sua contribuição a São Luís do Maranhão, quando aqui aportou no século XVII, segundo o professor Mário Meireles, a mando do Rei de Portugal, para cumprir missão importante numa terra objeto de invasões estrangeiras.

Esse brilhante lusitano chamava-se Simão Estácio da Silveira e o que fez para ter o seu nome fixado no plenário da Câmara Municipal de São Luís?

Para esclarecer essa questão, recorro ao saudoso Jomar Moraes, que reeditou em 2013, sob os auspícios da Academia Maranhense de Letras, o antológico livro “Relação sumária das cousas do Maranhão”, no qual o intrépido navegador português revelou as excelências e vantagens da terra onde cumpriu tão importante missão.

Com respeito à importância de Simão Estácio da Silveira, Jomar escreve: “Dentre os pró-homens que se notabilizaram nos tempos inaugurais da colonização do Maranhão, três merecem as honras da menção especialíssima ao mesmo tempo que enfática, pois que, a par dos feitos valorosos que protagonizaram, a exemplo de outros tantos pioneiros, tem arrostado a injustiça da indiferença traduzida em deslembrança.

“Integram essa tríade áurea do início de nossa vida colonial os cidadãos Diogo da Costa Machado, Jorge de Lemos Bittencourt e Simão Estácio da Silveira, o último, como sabido, autor da Relação Sumária das Cousas do Maranhão, a primeira obra portuguesa a fazer uma propaganda empenhada e sistemática das delícias, vantagens, comodidades e abundâncias que o Maranhão oferecia, como dádiva dos céus, aos pobres de Portugal que se dispusessem a vir habitar a nova e auspiciosa conquista.

“Além da pureza das águas, da fertilidade das terras e da salubridade do céu, Estácio Simão da Silveira, possuído do vero entusiasmo pelo futuro o Maranhão, chegou a admitir a possibilidade de situar-se aqui o paraíso terreno.

Sobre a missão confiada ao notável navegador, Jomar Moraes explica: “Simão Estácio da Silveira, de quem até hoje são desconhecidos pormenores biográficos, chegou ao Maranhão em 11 de abril de 1619. Trazia sob seu comando a nau capitânia da expedição de Jorge Lemos Bittencourt, colonizador do Maranhão e Grão Pará, e a cuja arrojada iniciativa devemos o primeiro grande incremento demográfico de São Luís.

“Diz Estácio Simão da Silveira que no navio por ele comandado vinham perto de trezentas pessoas, entre as quais muitas donzelas que logo aqui chegadas se casaram e tiveram vida próspera.

“É, na verdade, circunstância muito considerável a introdução, nos primórdios de nossa vida colonial, de soma tão elevada de moradores, pois sabemos, São Luís, à época, possuía diminuta população, ocupada, sobretudo, na defesa contra as invasões estrangeiras.

Continua Jomar: “Dentre as medidas mais importantes, cite-se a instalação da câmara, de que Estácio Simão da Silveira foi feito juiz, e, como tal, em dezembro do mesmo ano de 1619, regressava a Lisboa, credenciado pela câmara como procurador da Capitania do Maranhão, cujos interesses se propunha a defender.

“Mas os sonhos que ardentemente agitaram seu espírito de desbravador, levaram-no a escrever a entusiástica e laudatória Relação Sumária das Cousas do Maranhão, dirigida aos pobres de Portugal, cuja determinação de para aqui se transplantarem tanto fez por motivar.

Depois de se encantar e de louvar a beleza e a riqueza das terras maranhenses, concluiu a sua narrativa com a emblemática frase: “Eu me resolvo, que esta é a melhor terra do mundo, donde os naturais são muito fortes, e vivem muitos anos, e consta-nos, que, do que correram, os portugueses, o melhor é o Brasil, e o Maranhão é o Brasil melhor.

Orçamento da cultura

Como será que o meu amigo Anderson Lindoso, operoso secretário da Cultura do Maranhão, administrará o órgão sob o seu comando, no exercício de 2020?

A Secma, que já tinha um dos menores orçamentos do Governo, com o corte pela metade da verba, não terá condições financeiras para sustentar uma numerosa estrutura de órgãos importantes como a Biblioteca Pública, Arquivo Público, Escola de Música, Centro de Criatividade Odilo Costa, filho, Casa de Cultura Josué Montello, Convento das Mercês, Museu Histórico e Artístico, Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho, Teatros Artur Azevedo, João do Vale e Alcione Nazaré e outros criados recentemente.

Gravata Borboleta

Além das atrações artísticas, o que chamou mais a atenção dos convidados de PH na festa de seu cinquentenário de colunista social foi a presença física do ex-presidente José Sarney.

Ele se apresentou elegantemente e ostentando uma gravata borboleta dos anos da belle époque.

Homenagem a Milson Coutinho

Há bom tempo o escritor Milson Coutinho, por causa de seu estado de saúde, não participava de qualquer evento público.

Para alegria dos amigos, marcou presença na solenidade realizada pela Câmara Municipal de São Luís, que comemorava 400 anos de fundação, oportunidade em que foi merecidamente homenageado, na condição de procurador aposentado e autor de um livro sobre o Poder Legislativo da nossa municipalidade.

Sarrafo no Governador e Prefeito

Os vereadores, na solenidade comemorativa dos 400 anos da Câmara de São Luís, não perdoaram o governador Flávio Dino e o prefeito Edivaldo Holanda Junior.

Motivo: não compareceram à solenidade e nem mandaram representantes. Resultado: o evento, em vez de festivo, transformou-se num verdadeiro massacre às duas autoridades.

Filho de Alim Maluf

O economista Alim Maluf começou a visitar os amigos que conquistou nos bairros de São Luís, com um objetivo político.

Ele não será candidato a qualquer cargo eletivo no pleito de 2020, mas entrou em ação porque o filho, João Paulo, deseja ingressar na vida política, lançando-se candidato à Câmara Municipal de São Luís.

Candidatos avulsos

O Supremo Tribunal Federal deve julgar em 2020 se as pessoas sem vínculo partidário podem se candidatar a cargos eletivos.

Segundo o ministro Luís Roberto Barroso, o exercício da política não deve ser um monopólio dos partidos.

Se essa proposta for aprovada pelo STF, eu e outros maranhenses poderemos ser candidatos às eleições proporcionais ou majoritárias de 2022.

Prefeito de Lago da Pedra

Virou notícia nacional o ato do prefeito de Lago da Pedra, que, por decretou, tabelou o preço da carne em seu município: carne com osso, R$ 12 o quilo, e sem osso, R$ 15.

Resultado: Lago da Pedra passou a ter um movimento numeroso e diário de moradores de cidades vizinhas, por conta de uma ação audaciosa do prefeito.

Uma demissão desastrosa

O Presidente da República, Jair Bolsonaro, mostra ininterruptamente não ter grandeza para ocupar o cargo para o qual foi eleito e revela ser incapaz e desastrado.

Prova disso: a exoneração da direção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico, de uma técnica competente e incorruptível, como Kátia Bogéa.

Sem ela, o IPHAN certamente não será o mesmo órgão, que na sua gestão fez o Brasil ser visto como um país dotado de um rico e majestoso potencial cultural e artístico e o Maranhão, nesse cenário, ocupar um lugar de destaque, graças à revitalização de seu patrimônio histórico.

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