Ocupação

Em São Luís, índios reivindicam melhorias na saúde de aldeias

45 índios estão no prédio do Distrito Sanitário Indígena do Maranhão; grupo pode aumentar

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Indígenas acamparam no prédio do órgão e mais podem chegar
Indígenas acamparam no prédio do órgão e mais podem chegar (índios)

Estão acampado, no prédio do Distrito Sanitário Especial Indígena do Maranhão, no bairro Jordoa, em São Luís, mais de 40 índios oriundos da cidade de Itaipava de Grajaú. O grupo reivindica melhorias na saúde das aldeias. Dentre as exigências, eles pedem a instalação de uma casa de apoio e um veículo oficial para transportar os doentes. Os indígenas pretendem ficar no local até que suas pautas sejam atendidas pelo Governo do Estado.

O cacique Cássio Timbira, da tribo Geralda Toco Preto, explicou que o grupo chegou a São Luís na tarde de segunda-feira, 9, por volta das 14h. Os índios vieram de Itaipava de Grajaú em duas vans. Ele disse que a Secretaria de Estado da Saúde (SES) prometeu se reunir com as aldeias no último dia 4, para que as pautas de reivindicações das comunidades fossem discutidas. Porém, nenhum representante do órgão apareceu, segundo o líder indígena.

“Nós já tínhamos avisado que, se eles não aparecessem, iríamos ocupar esse prédio do Distrito. Talvez, pensaram que estávamos blefando. Mas estamos aqui, como anunciamos. Só queremos as melhorias em nossas comunidades”, pontuou o cacique. Os índios estão em número de 45 no local. Alguns estão posicionados na recepção. Outros estão acampados no pátio. Redes de descanso foram montadas para que dormissem com mais conforto.

Outros podem chegar
Também liderança indígena, Francisco Timbira disse que, na manhã dessa terça-feira, 10, houve uma conversa com representantes do Distrito Sanitário Indígena, mas nada ficou definido. Outra reunião foi agendada para hoje, 11, para que os diálogos avancem. Ele declarou que, caso não recebam a informação de que suas reivindicações serão atendidas, mais 200 índios serão deslocados para o prédio, a fim de ocupar o local por completo.

“Vem mais gente. Eles estão só no aguardo. São 200 indígenas. Chegarão para reforçar nosso movimento. Importante dizer que não estamos cobrando somente itens dessa pauta da saúde. Também queremos água encanada. Há locais que estão sem água. Isso é inadmissível”, observou Francisco Timbira. Outra exigência tem relação com as refeições quando fazem exames na parte urbana, pois a alimentação não está sendo servida aos indígenas quando precisam sair de suas aldeias.

Outros protestos
Não foi a primeira vez que índios de Itaipava de Grajaú se manifestam pedindo melhorias nas comunidades. Em setembro de 2015, eles reivindicaram avanços na infraestrutura da única escola existente na região, que reúne cerca de 350 indígenas, entre crianças e jovens. O grupo pedia material de estudo e assentos para os estudantes, pois os alunos estavam assistindo às aulas sentados no chão.

O Estado manteve contato com a Secretaria de Estado da Saúde, mas, até o fechamento desta edição, não houve resposta.

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