A polícia revelou o nome do outro assaltante que morreu em confronto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no bairro Pedrinhas, zona rural de São Luís. O episódio aconteceu no fim da manhã da última sexta-feira, 22, quando um caminhão de secos e molhados era abordado por criminosos. Um dos bandidos foi identificado no mesmo dia como Christian Fernando Silva, de 19 anos. O outro era adolescente, de 17, Aryedison dos Santos Araújo.
De acordo com um policial militar que trabalha no 6º Batalhão de Polícia Militar , Christian e Aryedison moravam no bairro Pedrinhas. O primeiro morreu no próprio local do confronto. O adolescente não resistiu no Hospital Municipal Doutor Clementino Moura (Socorrão 2), na Cidade Operária, no período da tarde, por volta das 17h30. Os dois, segundo a fonte, eram membros de uma facção criminosa que já tem ramificação no vizinho estado do Piauí.
O policial militar disse que Christian Fernando já havia morado na Cidade Operária, mas seu último endereço era Pedrinhas. Ele tinha passagens pelo sistema penitenciário por tráfico de drogas.
O confronto
O confronto aconteceu por volta das 10h30. Policiais rodoviários federais da Unidade Operacional de Pedrinhas foram acionados no momento em que cinco bandidos assaltavam um caminhão nas proximidades da linha férrea. Os agentes saíram em duas viaturas e flagraram o roubo. Nesse instante, os criminosos, ao observarem a equipe, desferiram disparos de arma de fogo contra os PRF’s, que revidaram o ataque também com tiros.
No tiroteio, Christian Fernando foi baleado e tombou no próprio local. Os comparsas correram atirando contra os policiais. O grupo se escondeu em uma área coberta pelo mato. A PRF, então, em virtude da dimensão do problema, solicitou ajuda de outras unidades, que chegaram ao bairro em várias viaturas, das polícias Militar e Civil. Um helicóptero do Centro Tático Aéreo sobrevoou a vegetação, para tentar avistar, do alto, os bandidos fugitivos.
Naquele instante, os policiais rodoviários suspeitavam de que outro criminoso havia sido alvejado. Isso só foi confirmado no fim da tarde, quando souberam que o adolescente não resistiu no Socorrão 2.
A zona rural da capital maranhense, no trecho compreendido entre km 1 (Tirirical) e a Ponte Marcelino Machado (Estreito dos Mosquitos), na BR-135, é muito utilizada por assaltantes de carga. Em abril deste ano, quatro pessoas participaram da intercepção de um caminhão repleto de mercadorias, enquanto outros membros da quadrilha deram apoio logístico.
Dentro do carro utilizado no ataque, estavam Lucas Henrique Moreira Santos e mais três comparsas. Depois de amarrarem os ocupantes do veículo em um matagal, o caminhão foi levado à Vila Maracujá, onde os produtos foram retirados do baú, segundo o delegado Valdenor Viegas, ex-titular do Departamento de Combate a Roubo de Cargas da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic).
Dentro do carro utilizado no ataque, estavam Lucas Henrique Moreira Santos e mais três comparsas. Depois de amarrarem os ocupantes do veículo em um matagal, o caminhão foi levado à Vila Maracujá, onde os produtos foram retirados do baú, segundo o delegado Valdenor Viegas, que era titular do Departamento de Combate a Roubo de Cargas (DCRC), da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic).
O delegado contou que um dos presos pela Seic, João Víctor Diniz Pereira, trabalhava em uma terceirizada que prestava serviços para a empresa responsável pelas mercadorias. O rapaz passou informações para os comparsas, como horários, percurso do caminhão e locais para descarregar os produtos. Após investigação, foram capturados, também, Kelenilson Ferreira Veloso, Wemerson Silva Feitosa, Matheus Lisboa Pinto, Mairton Silva Feitosa e Bruno de Sousa Costa. Os policiais apreenderam o revólver, 53 papelotes de cocaína, uma porção de maconha, R$ 400 em espécie e outros objetos.
O grupo foi preso durante a “Operação Carga Segura”. Os policiais deram cumprimento a 10 mandados de prisão e de busca e apreensão, na região da Vila Industrial, zona rural de São Luís, e no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Antes da ação, já havia sido capturado Kelyson Ferreira Veloso. Inicialmente, pensava-se que ele tinha participado apenas da receptação dos produtos levados do caminhão, mas a investigação descobriu que ele também atuou diretamente no assalto.
O carro utilizado na interceptação do veículo da empresa, um Corsa Classic, de cor preta, foi apreendido pelos policiais, como enfatizou o delegado Carlos Alessandro, então titular da Seic.
Roubo evitado
A ação criminosa que ocorreu no bairro Pedrinhas não foi a primeira, em cinco anos, que a PRF evitou no estado. No dia 6 de outubro de 2015, policiais rodoviários federais impediram o roubo, por parte de uma quadrilha, de uma carga que era transportada em uma carreta, na BR-010, entre os municípios de Imperatriz e Açailândia, no sudoeste do Maranhão. Um dos suspeitos, Laecio Laurindo Assunção, de 20 anos, foi o primeiro a ser capturado.
Segundo o Núcleo de Comunicação Social da Polícia Rodoviária Federal (Nucom/PRF), quatro homens se preparavam para subtrair a carga, no momento em que foram surpreendidos pelas equipes, formadas por inspetores, agentes da Polícia Federal (PF), guarnições da Polícia Militar e investigadores da Polícia Civil. Três conseguiram fugir, depois de se embrenharem em uma extensa área de mato, mas Laecio não teve tempo de escapar, sendo logo interceptado, em um veículo Saveiro Cross preto, de placa NXB-1892.
Com o criminoso, os policiais apreenderam um revólver calibre 38, contendo cinco munições. Essa arma, de acordo com a PRF, fora roubada de uma empresa de segurança, quando bandidos assaltaram um veículo dos Correios na cidade de Ji-Paraná, no estado de Rondônia, na região Norte do país. Em seguida, capturaram Alessandro Silva Gomes, Jefferson Oliveira Sousa e Wesley Pinheiro Alencar, em um carro Corsa Classic branco, de placa NXB-3240.
PRF atacada
Também não foi o primeiro confronto entre bandidos e policiais rodoviários federais no bairro Pedrinhas. No dia 5 de abril de 2015, houve um resgate cinematográfico no Complexo Penitenciário, momento em que os criminosos lançaram uma corda no muro do antigo Centro de Detenção Provisória (CDP). Um dos maiores assaltantes de banco e carro-forte do Nordeste, John Lennon da Silva, foi retirado da unidade carcerária pelos comparsas, que estavam armados com fuzis e pistolas.
Na fuga, houve troca de tiros com policiais do Batalhão de Choque. Já na BR-135, os criminosos atiraram na direção do posto da PRF de Pedrinhas. Um agente foi baleado no pé. Mesmo sozinho, o inspetor enfrentou o grupo. John Lennon da Silva morreu em setembro do mesmo ano, em um confronto com a Seic, em Lajeado Novo, entre Grajaú e Porto Franco. Ele e outros homens seguiam em três veículos, incluindo uma caminhonete Frontier prata, em direção a Grajaú, onde pretendiam roubar uma agência bancária naquela região.
No decorrer do tiroteio, John Lennon, Diego Saboia dos Santos Silva, o Cabeça, e outro comparsa, identificado como Ferramenta, que ocupavam a Frontier, foram baleados e tombaram. Os demais membros do bando conseguiram fugir do cerco, depois de entrarem em um matagal. Com o grupo, foram apreendidos três fuzis AK-47 municiados.
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