Seis meses depois...

Seis meses após crise com asfalto deteriorado, Clayton Noleto vai à AL

Depois de tentativas de convocar o secretário estadual de Infraestrutura para esclarecer problemas em vias estaduais, deputados conseguem ouvir gestor

Gilberto Léda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Clayton Noleto foi ouvido pelos deputados da Comissão de Obras e Serviços Públicos da Assembleia
Clayton Noleto foi ouvido pelos deputados da Comissão de Obras e Serviços Públicos da Assembleia (Clayton na AL)

O secretário de Estado da Infraestrutura (Sinfra), Clayton Noleto (PCdoB), apresentou ontem, em audiência na Comissão de Obras e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa (Alema), um relatório detalhado sobre a situação das estradas maranhenses asfaltadas ou em fase de execução. O convite partiu do deputado estadual e presidente da Comissão, Felipe dos Pneus (PRTB), que conduziu a reunião.

A presença do auxiliar do governo Flávio Dino (PCdoB) no Legislativo ocorreu seis meses após membros da oposição tentarem convocá-lo para explicar o porquê de algumas estradas recém-asfaltadas já estarem se deteriorando. Em maio deste ano, foi rejeitado um requerimento de autoria do deputado César Pires (PV) solicitando a presença do secretário.

Na reunião de ontem, já sem o calor dos debates a respeito das condições das estradas estaduais, Noleto acabou apenas fazendo uma espécie de prestação de contas.

Presidente da Comissão, Felipe dos Pneus explicou que fez o convite por conta de ter apresentado requerimentos pedindo esclarecimentos sobre o andamento das obras em diversas MAs. Além disso, contou que vem sendo cobrado sobre a situação das estradas no Estado. Apesar disso, em junho, em vez de tentar forçar a presença do secretário na Assembleia, foi ele mesmo ouvir de Clayton Noleto, na Sinfra, explicações sobre o caso.

Relatório

Durante a audiência de ontem, Clayton Noleto detalhou obras executadas nos municípios das 12 regionais estaduais dentro do Plano Rodoviário Estadual. E destacou ações que vêm sendo feitas, segundo ele, apesar da crise econômica que o país enfrenta. “Por conta da crise, tem sido um grande desafio executar as obras. Mesmo assim, o Maranhão tem feito obras rodoviárias em vários pontos do Estado”, disse.

Noleto informou que o governador Flávio Dino (PCdoB) recomendou, para este ano, que fosse priorizada a recuperação ou asfaltamento das MAs. E frisou que, em anos anteriores, também foram feitos investimentos nos municípios via programa "Mais Asfalto”.

O titular da Sinfra revelou que, de 2015 a 2019, foram investidos, por meio do "Mais Asfalto", R$ 773 milhões, para execução de 2340 km nos 217 municípios. E que o Plano Rodoviária Estadual prevê a aplicação de R$ 889 milhões em obras, como a pavimentação da Estrada do Arroz, na Região Tocantina.

O secretário garantiu que outras MAs já foram entregues pelo governador, como a MA-006, que liga Arame a Grajaú; a MA-272, de Fernando Falcão a Barra do Corda; a Estrada do Peixe (MA-272); a MA-034, ligando Passagem Franca a São João dos Patos; e a MA 245, de Lagoa Grande a Lago da Pedra.

Ele informou, ainda, que 60% das obras feitas com recursos do empréstimo do BNDES e os outros 40%, com recursos próprios. Ao término, o deputado Felipe dos Pneus pediu ao secretário, com o objetivo de estreitar os laços, que o órgão repasse à Comissão a lista das obras que forem sendo executadas, para que sejam repassadas aos demais deputados.

Mais

MA-315 foi exemplo dos problemas

A rápida deterioração da MA-315, que Liga Barreirinhas a Paulino Neves, foi um dos estopins das ações da oposição por mais informações sobre obras rodoviárias no Maranhão. Inaugurada em janeiro, a rodovia já se encontrava com problemas estruturais em março. O problema gerou uma ação popular na Justiça do Maranhão, denúncias ao MP e ao TCE, e até uma ação na Justiça do DF.

“Queria olhar esse cidadão”, diz Wellington do Curso

Apesar de não haver participado de toda a audiência na Comissão de Obras, Wellington do Curso (PSDB) lembrou, em discurso no plenário da Assembleia, que teve vários requerimentos de informações não respondidos pelo secretário Clayton Noleto.
“Fazia muito tempo que eu queria olhar esse cidadão, olho no olho, olhar na cara desse cidadão, para saber por que ele não presta informações para a Assembleia. Nós temos vários documentos que nós mandamos para a Sinfra, e esse cidadão não responde”, declarou.
Ele citou algumas das obras sobre as quais pediu detalhes da Sinfra, mas não obteve respostas nos últimos seis meses.
“Que bom que hoje, pela Comissão de Obras, ele está nesta Casa para poder explicar essas obras malfeitas, essas obras que estão gastando o dinheiro público, como foi o caso que já denunciamos da Beira Rio em Imperatriz, o asfalto imoral, o assalto sonrisal, lá em Carolina, o reparo da MA-006”, completou.

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