Atendimento

Ação Resgate atendeu mais de 8 mil pessoas durante este ano na Ilha

Foram realizadas 16 edições em 2019, tendo dependentes químicos como foco; última edição foi na Cohab onde foram oferecidos serviços como aferição de pressão, teste de glicemia, exames laboratoriais e consultas

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Último Ação resgate de 2019 aconteceu ontem, no bairro Cohab; este ano  8 mil pessoas foram atendidas
Último Ação resgate de 2019 aconteceu ontem, no bairro Cohab; este ano 8 mil pessoas foram atendidas (Ação resgate)

Mais de 8 mil atendimentos, 86 dependentes químicos retirados das cracolândias de São Luís e 90 pacientes capacitados para o mercado de trabalho. Este foi o resultado das 16 edições da Ação Resgate, promovida pela Polícia Civil e o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) do Monte Castelo, realizadas ao longo de 2019, na Grande Ilha. O último evento deste ano foi realizado ontem, na praça do Rodão, no bairro Cohab, em alusão ao Novembro Azul, que é um movimento mundial para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata.

Foram montadas barracas na praça e centenas de pessoas começaram a chegar desde cedo para participarem da ação. Um dos organizadores, delegado Joviano Furtado, informou que para esta última edição do evento foram oferecidos vários serviços, como aferição de pressão, vacinas, teste de glicemia, exames laboratoriais, inclusive, de HIV e sífilis, para a comunidade, além de consultas com clínico geral e o atendimento psicossocial. “Realizamos o monitoramento de um determinado local com o objetivo de identificar os pontos de concentração de dependentes químicos e, em seguida, marcamos a ação”, esclareceu o delegado.

Ele ainda informou que um dos focos desse trabalho são os dependentes químicos da Grande Ilha, que possam ser encaminhados para fazerem o tratamento nas clínicas parceiras desta ação. No evento de ontem, em menos de duas horas, 100 pessoas foram atendidas. Entre elas, um casal de dependentes químicos aceitou fazer o tratamento e, ainda no período da manhã, foram encaminhados para a clínica.

O enfermeiro e professor de uma faculdade particular, Rock Brandão, foi ao local acompanhado de seis alunos para serem voluntários da ação. Ele disse que trabalho como esse é de suma importância, tanto para a comunidade, como para os acadêmicos terem o contato com a prática.

Rock Brandão frisou que os seus alunos estavam aferindo pressão, realizando exames de glicemia e alertando a população sobre as doenças, como hipertensão e diabetes. “Em caso de haver alguma alteração no exame, o aluno orienta o paciente a procurar o médico específico”, explicou o enfermeiro.

Elida Maria Cantanhede, de 45 anos, é moradora da Cohab e ficou sabendo por meio dos vizinhos sobre a ação. “Não se pode perder esse tipo de evento e já consegui fazer vários exames que, caso procurasse o ambulatório, demoraria”, comentou.

A funcionária pública Conceição Bogea, de 64 anos, estava passando pelo local e aproveitou para fazer os exames. “A pessoa sempre deve saber como está a sua saúde, então, não devemos perder as oportunidades”, alertou.

Resultados
O diretor do CAPS-AD do Monte Castelo, Marcelo Costa, informou que em cada edição do evento, pelo menos, 500 pessoas são atendidas e, no decorrer deste ano, foram realizados mais de oito mil atendimentos, nos quais 86 dependentes químicos aceitaram fazer o tratamento para se livrar das drogas. Eles passaram por uma triagem e, em seguida, encaminhados para a clínica onde ficaram internados por um período de seis a um ano.

Marcelo Costa ainda declarou que 90 pacientes participaram de curso profissionalizantes como o de bijuteria, padeiro, elétrica básica e limpeza e conservação de ambientes. No ano passado, foram realizadas 13 ações, 67 pessoas foram retiradas das ruas e os cursos de confecção de pufes e limpeza oram oferecidos para a comunidade. “Houve um aumento de 10% em 2019 de atendimento em relação as ações realizadas no ano passado. Isto revela um resultado positivo do nosso trabalho”, afirmou Marcelo Costa.

Ele ainda comentou que, neste ano, já foram registrados 8.900 antedimentos, somente na unidade do CAPS-AD do Monte Castelo, enquanto, em 2018, o total foi 8.010 e a maioria desses pacientes foi oriundo da operação Resgate. “O CAPS – AD também registrou aumento de atendimento neste ano em relação ao ano passado”, frisou Marcelo Costa.

Ponto de partida
A Ação Resgate vem sendo realizada desde o ano de 2011 e o ponto de partida foi a cracolândia, localizada no bairro João Paulo. Na época, esse local era considerado um dos pontos onde havia maior número de dependentes químicos. No decorrer da ação, vários usuários de drogas foram retirados daquela área. A maioria deles aceitou fazer o tratamento.

De acordo com o delegado Joviano Furtado, esse trabalho, além da questão da saúde, também visa a segurança e reduz a criminalidade na cidade. “Muitas vezes, os dependentes químicos protagonizam crimes, principalmente, no momento da abstinência. Eles, quando praticam alguns delitos para alimentar o vício podem até mesmo ser assassinados”, detalhou Joviano Furtado.

Personagem da notícia
Aldilene Costa, de 31 anos, disse que é dependente química, reside na Vila Isabel Cafeteira, e aceitou fazer o tratamento. Ainda ontem ela passou pela triagem e foi encaminhada para uma clínica de terapia, localizada na Grande Ilha, onde vai passar um período de seis meses.

Ela contou que começou a ingerir bebida alcoólica aos 15 anos. No momento tem dois filhos, que são menores de idade, e são criados pela avó materna, Mariana Costa, de 71 anos. “Eu preciso mudar e ser uma nova mulher para poder trabalhar e voltar a cuidar dos meus filhos”, desabafou.

Saiba mais

O CAPS AD é destinado ao atendimento diário, com assistência clínica, acompanhamento e reabilitação psicossocial de usuários com transtornos mentais decorrentes do uso de álcool e drogas. É um serviço de saúde aberto ao público, oferecido pelo Sistema Único de Saúde. Entre os serviços disponibilizados estão o atendimento individual e em grupo, os tratamentos medicamentoso e psicoterápico, orientação familiar, atividades comunitárias, oficinas e visitas domiciliares.

Números

8 mil atendimentos foram realizados durante as edições da Ação Resgate ao longo deste ano na Grande Ilha
16 ações realizadas no decorrer de 2019, principalmente, nos pontos de concentração de dependentes químicos

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