São Paulo - Para 47,7% dos empresários brasileiros, a carga tributária representa hoje o principal entrave para a evolução de pequenos e médios negócios no país A avaliação de empreendedores dos setores de comércio, indústria e serviços consta de levantamento realizado pelo Centro de Estudos em Negócios do Insper com apoio do Santander. Eles revelaram ainda percepções sobre efeitos da reforma da Previdência, expectativas de faturamento e avaliações acerca de oportunidades no exterior.
“O problema fiscal se apresenta nas suas duas dimensões para os empresários de pequenas e médias empresas. Por um lado, acreditam que a aprovação da Previdência terá impacto - positivo - no seu negócio. E, por outro, apontam a carga tributária como o maior empecilho de natureza macroeconômica para a evolução do seu negócio”, afirma Gino Olivares, professor do Insper e pesquisador responsável pelo Índice de Confiança dos Pequenos e Médios Negócios (IC-PMN). “Ambas dimensões apontam para a conveniência de resolver os problemas estruturais das finanças públicas brasileiras.”
“Adicionalmente, os entrevistados se mostram ainda muito reticentes a considerar oportunidades de negócio no exterior. As respostas apontam a conveniência de oferecer mais informação e suporte às empresas sobre a alternativa de encarar o mercado internacional”, acrescenta Olivares. “Por último, mas não menos importante, os empresários entrevistados mostraram expectativa de um faturamento no quarto trimestre superior ao do ano passado.”
Como já citado, os impostos são considerados o maior empecilho para o avanço de negócios na opinião de 47,7% dos empresários. Taxa de juros apareceu em segundo lugar, com 20,6%, seguida, da inadimplência (14,9%), encargos trabalhistas (14,2%) e taxa de câmbio (2,6%).
Também alvo de reforma no país, a Previdência foi objeto de outra questão. Para 26,6% dos empreendedores, entrevistados semanas antes de sua aprovação no Congresso, o projeto terá pouco impacto nos negócios. Outros 17,6% consideraram que resultará em muito impacto e, na opinião de 19,9%, não haverá nenhum. A reforma foi vista como irrelevante por 13,9% deles. Não souberam responder ou não opinaram 22% deles.
Quando o tema é faturamento, mais da metade mostrou esperar crescimento neste último trimestre em comparação ao mesmo período do ano passado. Uma fatia de 41,2% tem a expectativa de ligeiro aumento e outra, de 16%, de forte aumento. Acreditam que o resultado será igual outros 22%. Já 15,3% trabalham com a possibilidade de uma ligeira queda e outros 5,5%, de uma forte queda.
Em relação ao cenário externo, apesar de conflitos comerciais entre países, 25,4% avaliaram como viável investir em oportunidades fora do Brasil. Em outra direção, 19,7% trataram o movimento como inviável, por ser muito arriscado. A maioria, no entanto, nunca parou para analisar o tema (55%).
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Entrevistas telefônicas
Os dados foram obtidos por meio de entrevistas telefônicas com 1.287 pequenos e médios empresários de todo o país, de 16 a 20 de setembro deste ano. A margem de erro é de 3% para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.
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