Os Serviços de Pronto Atendimento (SPA) e cirurgias do Hospital do Câncer Aldenora Bello, situado em São Luís, no bairro Apeadouro, foram suspensos ontem, 2, devido a riscos de desabastecimento de oxigênio e medicamentos. O problema é motivo de reclamações de vários pacientes, que precisam da continuidade do tratamento oncológico. Não é a primeira vez que isso ocorre. Em abril deste ano, aconteceu interrupção semelhante, e a instituição filantrópica alegou falta de verbas.
Um dos pacientes do Aldenora Bello, da Fundação Antonio Dino, disse que, devido à suspensão dos serviços, está há 40 dias sem tomar a vacina Onco BCG, essencial para o seu tratamento contra um câncer na bexiga. Segundo ele, a instituição, ao ser questionada, argumenta que não está recebendo verbas suficientes do Serviço Único de Saúde (SUS) e que o Governo do Estado não tem repassado o dinheiro para manter o hospital.
“O hospital, para falar a verdade, está sucateado. Falta tudo. Falta insumo, falta medicamento. Fica dependendo de ajuda do governo estadual. O hospital está praticamente falido. Assim, fica difícil. Não há condições de mantermos nossos tratamentos desta forma. Algo precisa ser feito logo”, desabafou o paciente. Uma acompanhante, que estava na entrada do Aldenora Bello, e foi abordada por O Estado disse que já ocorreu até confusão nos corredores da instituição por causa da suspensão dos serviços.
Comunicado
A direção do hospital emitiu, ontem, um comunicado no qual informa sobre a suspensão dos Serviços de Pronto Atendimento. No texto, é solicitado aos pacientes oncológicos que se desloquem às Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Socorrões ou ao Pronto Atendimento Oncológico do Hospital Geral, nos casos de necessidade de atendimento de emergência.
Déficit
A O Estado, Antonio Dino Tavares, vice-presidente da Fundação e um dos diretores do Hospital Aldenora Bello, enfatizou que existe um déficit do SUS de R$ 1,100 milhão, pois a instituição é mantida, em 90%, pelo Sistema Único de Saúde. Segundo ele, o hospital gasta R$ 5,6 milhões em atendimento e recebe R$ 4,5 milhões pelos serviços prestados. O Governo do Estado já ajudou com alguns convênios.
“Esse é o motivo da suspensão do SPA, por causa desse déficit. Já foram feitos alguns empréstimos bancários, mas agora não deu mais para segurar”, lamentou. O vice-presidente da Fundação contou que um motor de ar comprimido quebrou, o que levou à interrupção das cirurgias no hospital. “Estamos dependendo da solução desses problemas para reagendarmos as cirurgias e retornarmos os Serviços de Pronto Atendimento, que são os de emergência”, explicou Dino.
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