Surto

Exames laboratoriais mostram que podem existir mais casos de sarampo no MA

No Maranhão, seis deles deram positivo para o sarampo, mas o Ministério da Saúde alerta que isso não significa que são casos confirmados

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
A Prefeitura de São Luís definiu as unidades de referência para a aplicação da vacina contra o sarampo, seguindo determinação do Ministério da Saúde
A Prefeitura de São Luís definiu as unidades de referência para a aplicação da vacina contra o sarampo, seguindo determinação do Ministério da Saúde (sarampo)

O surto de sarampo continua aumentando no Brasil, com quatro mortes em decorrência da doença neste ano, segundo informações do Ministério da Saúde. No Maranhão, quatro casos da doença foram confirmados, mas sem registros de óbitos. No entanto, esse número pode aumentar, uma vez que a Vigilância Laboratorial detectou que, em exames solicitados do dia 30 de junho a 21 de setembro, seis foram positivos para o sarampo no estado.

De acordo com o novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, foram solicitados no Maranhão 46 exames laboratoriais. Cinco estão em triagem e 11 em análise; 30 foram liberados e seis deram positivo. Mas, conforme o órgão do Governo Federal, o número de exames positivos não significa, necessariamente, que se trata de casos confirmados de sarampo. Muito menos significa o total de casos com resultados positivo, uma vez que pode haver mais de um exame para uma mesma pessoa.

Somente na última semana epidemiológica, três exames foram solicitados, dois em triagem e um em análise no Maranhão. Esse diagnóstico laboratorial é utilizado pela Rede de Laboratórios de Saúde Pública, por meio dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) de cada estado da Federação. Desse modo, os casos suspeitos são reme­tidos ao Ministério da Saúde. O objetivo é monitorar a doença. Amostras são coletadas com o intuito de identificar a doença.

Vigilância Laboratorial
A Vigilância Laboratorial tem sido adotada como estratégia durante o acompanhamento do surto de sarampo por apresentar, nesse contexto, melhor oportunidade de ação. A identificação de um resultado reagente para a doença tem possibilitado contatar diariamente os estados para oportunizar as principais estratégias para bloqueio e controle do agravo.

Os dados da Vigilância Laboratorial estão estratificados por unidade da federação de residência do caso, sendo referentes ao período de 90 dias anteriores à data de atualização. Segundo o Ministério da Saúde, a positividade dos resultados permite avaliar a sensibilidade e especificidade da assistência na solicitação dos exames e, assim, manter a capacidade de resposta dos Lacen.

Casos no Maranhão
Até o momento, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) identificou quatro casos confirmados de sarampo no Maranhão. A última situação ocorreu na cidade de Caxias. O paciente é uma criança de sete meses. Com isso, o estado está incluído na lista dos 16 do Brasil com surto ativo da doença.

A SES informou que o quarto ca­so foi confirmado pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), da Secretaria de Vigilância em Saúde, que integra o Ministério da Saúde. O órgão do Governo do Estado disse que a criança tem sete meses e não havia sido vacinada.

Além da situação confirmada em Caxias, outros três casos já haviam sido registrados no Maranhão: São Luís, Vitorino Freire e Lago da Pedra. Nesta última cidade, uma mulher de 48 anos contraiu o sarampo. Em Vitorino Freire, a paciente é uma menina de oito meses. Na capital, um homem de 33 anos.

Conforme a SES, com relação aos casos de Vitorino Freire e da capital, os pacientes apresentaram a doença após retomarem de viagem no Estado de São Paulo. Cabe ressaltar que o Maranhão passou 20 anos sem registrar um caso sequer. Em 1999, uma pessoa ficou doente por conta do sarampo em Coelho Neto, na Região dos Cocais. De lá para cá, o estado ficou livre do surto ativo, que voltou agora com intensidade em todo o Brasil.

Nota da SES
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que a análise laboratorial dos casos suspeitos de sarampo é feita regularmente no Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão (Lacen-MA). Até o momento, quatro casos de sarampo foram confirmados no estado. A SES esclarece que o Ministério da Saúde divulgou comunicado com resultado de exames, mas este dado não representa os casos confirmados que são atualizados no boletim epidemiológico.

Quanto à Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, nesta terça-feira (1º), será realizado seminário preparatório com os profissionais de saúde dos municípios, estes que são responsáveis pela imunização.
Além do Seminário, a WebConferência “Aspectos Operacionais da Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo 2019” será realizada, às 15h, neste dia 1º de outubro, para profissionais de todo o estado.

Locais de vacinação
A Prefeitura de São Luís definiu as unidades de referência para a aplicação da vacina contra o sarampo, seguindo determinação do Ministério da Saúde. Essas unidades, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semus), são as seguintes: Distrito Centro (Centro de Saúde Paulo Ramos e Centro de Saúde São Francisco), Distrito Itaqui-Bacanga (Unidade Mista do Itaqui-Bacanga e Centro de Saúde Clodomir P. Costa), Distrito Coroadinho (Centro de Saúde do Bairro de Fátima e Unidade Mista do Coroadinho), Distrito Cohab (Centro de Saúde Turu e Maternidade Marly Sarney), Distrito Bequimão (CEM Vinhais e Centro de Saúde Genésio Rêgo), Distrito Tirirical (CEM Cidade Operária e Unidade Mista do São Bernardo) e Distrito Vila Esperança (Centro de Saúde Ribamar Frazão e Centro de Saúde Itapera).

Para receber a dose da vacina, os pais ou responsáveis devem apresentar o cartão de vacina da criança. A vacinação contra o sarampo está sendo disponibilizada apenas para a faixa etária de 6 a 11 meses de idade.

Dose extra
Para garantir a vacinação de todas as crianças de seis meses a 11 meses e 29 dias, neste ano, o Ministério da Saúde já enviou 19,4 milhões de doses da vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, caxumba e rubéola. Esse quantitativo garante a realização da vacinação de rotina, as ações de interrupção da transmissão do vírus, e a dose extra chamada de “dose zero”, nas crianças de seis meses a 11 meses e 29 dias. Recentemente, a pasta enviou 1,6 milhão de doses extras da vacina tríplice viral para esse público. Na rotina do Sistema Único de Saúde (SUS) a tríplice viral está disponível em todos os mais de 36 mil postos de vacinação em todo o Brasil.

Nos dias 5 e 6 de setembro, foi autorizada a distribuição de mais 5,5 milhões de doses para todos os estados do país. Do total de doses distribuídas, 52% (2,9 milhões) foram destinadas à utilização na rotina de vacinação, o que atende integralmente às solicitações dos estados. A quantidade autorizada no mês de setembro para as ações de rotina corresponde a 67% a mais do que a média mensal estimada de demanda dos estados.

Os demais 2,6 milhões de doses serão utilizadas para a campanha de vacinação da população na faixa etária de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias. A vacina é a principal forma de proteção contra o sarampo.

Vacinação
A vacinação contra o sarampo começou no último dia 22 de agosto em todo o Brasil, seguindo determinação do Ministério da Saúde, para crianças de seis meses a menores de 1 ano. Segundo o órgão do governo federal, essa medida preventiva deve alcançar 1,4 milhão de crianças, que não receberam a dose-extra chamada de “dose zero”, além das previstas no Calendário Nacional de Vacinação, aos 12 e 15 meses.

Na rotina do Sistema Único de Saúde (SUS), a tríplice viral está disponível em todos os mais de 36 mil postos de vacinação em todo o Brasil. A vacina previne também contra rubéola e caxumba. Neste ano, o ministério já enviou para os estados 17,7 milhões de doses da vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, caxumba e rubéola. Esse quantitativo é para atender a vacinação de rotina, conforme previsto no Calendário Nacional de Vacinação, em todos os estados do país, bloqueio vacinal e para intensificar a vacinação de crianças de seis meses a 11 meses e 29 dias de idade.

A vacina é a principal forma de tratamento do sarampo. É importante esclarecer que a chamada “dose zero” não substitui e não será considerada válida para fins do calendário nacional de vacinação da criança. Assim, além dessa dose que está sendo aplicada agora, os pais e responsáveis devem levar os filhos para tomar a vacina tríplice viral (D1) aos 12 meses de idade (1ª dose); e aos 15 meses (2ª dose) para tomar a vacina tetra viral ou a tríplice viral + varicela, respeitando-se o intervalo de 30 dias entre as doses. A vacinação de rotina das crianças deve ser mantida, independentemente de a criança ter tomada a “dose zero” da vacina.

Com relação ao bloqueio vacinal, a Secretariai de Saúde do Maranhão anunciou que seguiu orientação do Ministério da Saúde. Esse bloqueio significa que, em situação de surto ativo do sarampo, quando identificado um caso da doença em alguma localidade, é preciso vacinar todas as pessoas que tiveram ou têm contato com aquele caso suspeito em até 72 horas.

SEMINÁRIO DE MOBILIZAÇÃO

O Governo do Maranhão realizará nesta terça-feira (1º) o “Seminário de Mobilização da Campanha Nacional de Vacinação contra Sarampo 2019”. O encontro reunirá, a partir das 8h, participantes dos municípios de São José de Ribamar, Raposa, Paço do Lumiar, Alcântara e São Luís, no auditório do Laboratório Central do Maranhão (Lacen-MA), em São Luís.
Na programação do seminário, apresentações sobre manifestações clínicas, aspectos epidemiológicos, controle e monitoramento da doença; O papel da Atenção Básica de Saúde no controle das doenças imunopreveníveis, com ênfase no sarampo; Vacinação com a tríplice viral: avaliação das coberturas e definição de estratégias para o alcance das metas da campanha de vacinação de 2019.

CAMPANHA

A Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo será feita de forma seletiva, ocorrendo em duas etapas. No período de 7 a 25 de outubro, o público-alvo são as crianças de seis meses a menores de 5 anos. O dia D – dia de mobilização nacional - acontecerá em 19 de outubro. Já a segunda etapa, de 18 a 30 de novembro, tem como foco a população de 20 a 29 anos. O dia D ocorrerá em 30 de novembro.

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