Violência

MA: mais de 1/3 dos docentes já foi agredido por alunos

Dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública indicam, ainda, que quase 60% dos estudantes, no estado, já sofreram agressões verbais ou físicas cometidas por colegas; levantamento trata sobre consumo de álcool por alunos

Daniel Matos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Anuário Brasileiro de Segurança Pública expõe um cenário preocupante sobre a violência nas escolas do Maranhão
Anuário Brasileiro de Segurança Pública expõe um cenário preocupante sobre a violência nas escolas do Maranhão (Divulgação)

SÃO LUÍS - A 13ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, conjunto de estatísticas produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, expõe um cenário preocupante sobre a violência nas escolas do Maranhão. Os casos vão desde o acesso de pessoas estranhas ao ambiente escolar à presença de alunos alcoolizados e armados em salas de aula. Os números, referentes a 2017, também apontam que mais de um terço dos professores e outros funcionários do sistema educacional já foi vítima de agressões verbais ou físicas cometidas por estudantes.

Um dos dados divulgados refere-se ao controle do acesso de pessoas estranhas nas escolas. Conforme percepção dos avaliadores da Prova Brasil - avaliação censitária das escolas públicas das redes municipais, estaduais e federal, com o objetivo de aferir a qualidade do ensino - em relação à segurança dos colégios e dos alunos, a soma dos que consideram regular, ruim, inexistente e dos que não responderam à pergunta sobre o tema chegou a 1.280, ou 30,2% do total de respostas. Já aqueles que avaliaram como bom o controle da entrada de estranhos às escolas totalizaram 2.964, o que representa uma taxa de 69,8%.

Outro quesito avaliado foi a iluminação fora da escola. Nesse aspecto, o número de respostas negativas superou com larga e assustadora vantagem a quantidade de sinalizações positivas. Enquanto 1.556 avaliadores pesquisados (36,7% do universo total) responderam que os arredores das escolas são bem iluminados, 1.279 (30,1%) afirmaram que esse aspecto é apenas regular e 836 (19,7%) disseram que a iluminação é ruim. Outros 444 (10,5%) informaram que fora das suas escolas a iluminação simplesmente não existe e 129 (3%) não responderam.

Agressões

O número de casos de agressões verbais ou físicas a professores e a outros funcionários das escolas do Maranhão reflete um quadro alarmante. Segundo informações fornecidas por diretores, mais de 1/3 (um terço) dos docentes e demais servidores das unidades de ensino já foram vítimas desse tipo de ocorrência. Ao todo, 1.573 gestores confirmaram o registro de ocorrência nas escolas que dirigem, o que corresponde a 37,1% do total. Os que informaram nunca ter havido agressões somaram 2.540 (59,8%). Outros 131 (3,1%) não responderam.

O anuário trouxe, ainda, dados sobre agressões verbais ou físicas cometidas por alunos contra outros alunos. Nesse caso específico, a estatística mostra uma situação ainda mais grave, pois nada menos do que 59,3% dos diretores (2.518) responderam afirmativamente ao serem indagados se em suas respectivas escolas estudantes haviam sido agredidos por colegas com palavras ou fisicamente. Um total de 1.604 (37,8%) responderam não. Outros 122 (2,9%) não emitiram resposta.

Álcool, drogas e armas

A presença de alunos sob o efeito de álcool nas unidades de ensino do Maranhão também foi quantificada no levantamento. Nada menos do que 593 diretores responderam sim, número que corresponde a 14% do total de gestores escolares pesquisados. A grande maioria 3.525 (83,1%) respondeu não. Outros 126 (3%) não responderam.

Quanto à frequência de estudantes nas escolas sob o efeito de drogas, 609 diretores responderam afirmativamente, o que em termos percentuais equivale a 14,3%. As respostas negativas somaram 3.508 (82,7%) e os que não responderam totalizaram 127 (3%).

O anuário contabilizou, ainda, o número de alunos flagrados portando armas nas escolas maranhenses. Um total de 568 gestores (13,4%) afirmaram que em suas escolas haviam sido identificados alunos em posse de armas brancas. A maioria, no entanto, respondeu negativamente. Percentualmente, 83,7% disseram que não. Em números absolutos, o total foi 3.551. Outros 125 (2,9%) não responderam.

A estatística também inclui dados sobre a presença de armas de fogo em escolas no Maranhão. Nada menos do que 104 diretores (2,5%) relataram esse tipo de ocorrência. As respostas negativas somaram 4.017 (94,7%). Os que não responderam totalizaram 123 (2,9%).

O 13º Anuário Brasileiro da Segurança Pública apresenta, ainda, informações sobre atentados, ameaças, furtos (sem uso de violência), roubos (com uso de violência) cometidos contra diretores e professores em escolas no estado. Em todos os casos, o número de vítimas contabilizadas alerta para a necessidade de uma intervenção urgente do sistema educacional e das forças de segurança pública.

Números

- 30,2% consideram regular, ruim ou inexistente o controle do acesso de estranhos às escolas

- 70,3% acham que a iluminação nos arredores das escolas é regular, ruim ou não existe

- 37,1% dos diretores relataram agressões cometidas por estudantes a professores e outros servidores das escolas

- 14% dos diretores informaram ter flagrado alunos sob efeito de bebidas alcoólicas nas escolas

- 14,3% responderam afirmativamente sobre a presença de alunos sob o efeito de drogas nas unidades de ensino

- 13,4% confirmaram a frequência de estudantes portando armas brancas nas escolas

- 1014 gestores informaram que alunos em posse de armas de fogo já foram flagrados nas escolas

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