Mais segurança

MP quer batalhões da PM com grupo específico em escolas

Medida faz parte das recomendações para coibir atos de violência em colégios de São Luís; outra sugestão é o fortalecimento do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à violência (Proerd), desenvolvido pela Polícia Militar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h53

Diante dos casos de violência no ambiente escolar e no entorno das escolas das redes estadual e municipal de São Luís, o 6º Batalhão de Polícia Militar (BPM) iniciou, dia 2 de outubro, uma operação de suporte à Ron­da Escolar, com o objetivo de policiar mais de perto as escolas da região de responsabilidade do batalhão – Cidade Operária e bairros adjacentes. Por causa dos resultados positivos do trabalho, o Ministério Público Estadual (MPE), por meio da Promotoria de Educação, vai encaminhar ofício ao Comando Geral de Polícia Militar, sugerindo que todos os batalhões de polícia de São Luís tenham um grupo específico para atuar nas escolas públicas e coibir atos de violência.

O trabalho desenvolvido pelo 6º BPM conta com seis policiais militares, que atuam em du­pla durante seu turno de trabalho e com o apoio de uma viatura visitam até 15 escolas da região por dia. “Durante essas visitas, são feitas palestras sobre o tráfico e o consumo de drogas, violência, porte e posse de arma”, informou o tenente-coronel Aritanã Lisboa, comandante do 6º BPM.

O trabalho é feito também em parceria com a Guarda Municipal, Conselho Tutelar e o Canil da PM. “No trabalho conjunto, nós ficamos fazendo a abordagem de pessoas no entorno das escolas, enquanto os cães fazem busca de drogas pela área e a Guarda Municipal faz a revista dos pertences dos estudantes em sala de aula”, afirmou o comandante do 6º BPM. Durante os trabalhos, já foram apreendidas armas branca e de fogo em poder de estudantes.

Como o trabalho tem ajudado a coibir a violência na região, o MP quer que ele seja estendido a toda a capital. Por isso, a Promo­toria de Educação pedirá ao Comando Geral de Polícia Militar que crie grupamentos do tipo em todos os batalhões de polícia de São Luís. “Enviaremos o ofício até o fim desta semana. Com a criação de grupamentos dentro dos batalhões, os policiais serão capacitados, inclusive com a parceria do Ministério Público, para que possam atuar nas escolas que ficam na sua área de atuação, pois assim eles poderão agir mais próximos das comunidades”, disse o promotor Paulo Avelar.

Violência
A medida será apenas uma das recomendações do MP para coibir os atos de violência nas escolas de São Luís. Outra recomendação é o fortalecimento do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à violência (Proerd), desenvolvido pela Polícia Militar do Maranhão com o objetivo de capacitar crianças e adolescentes para tomar decisões à frente de situações que envolvam drogas ou violência e o uso de videomonitoramento no entorno das escolas de áreas com maior número de registros, sobretudo ações mais graves.

Na semana passada, durante reunião entre representantes do MP, Governo do Estado, Prefeitura de São Luís e outras entidades, foram discutidas medidas que coíbam a violência escolar. “Em 30 dias, faremos outra reunião para avaliarmos o que foi realizado nes­se período e o que ainda precisa ser feito para reverter esse quadro”, informou o promotor Pau­lo Avelar. Por causa do proble­ma, o MP ajuizou Ação Civil Públi­ca requerendo mais segurança nas escolas.

Ainda de acordo com o promotor, a situação é antiga. “Em 2007 e 2008, o Ministério Púbico fez um forte trabalho para conter a violência no entorno de grandes escolas de São Luís. Conseguimos um bom resultado, mas nos últimos dois anos a situação voltou a preocupar. Por isso, precisamos mais uma vez agir”, disse Paulo Avelar.

Números da violência
23 escolas
foram invadidas em São Luís
2 estudantes mortos
2 estudantes feridos
12 professores foram assaltados
3 escolas incendiadas

Algumas ações criminosas em São Luís desde setembro deste ano
UEB Professor João de Sousa Guimarães, na Divineia: teve mesa de som, modens, aparelho de DVD e uma televisão roubados na madrugada, do dia 21 de setembro
UEB Estudante Edson Luiz de Lima, na Gancharia: teve as janelas apedrejadas, no dia 18 de setembro
UEB Rubem Almeida, no Coroadinho: houve briga de facções na porta da escola, dia 18 de setembro
UEB Miguel Lins, no Bequimão: paredes foram pichadas, no dia 18 de setembro
UEB Darcy Ribeiro, Avenida dos Africanos: teve equipamentos roubados na madrugada do dia 18 de setembro
UEB Santa Clara, na Santa Clara: foi incendiada na madrugada do dia 20 de setembro
Centro de Ensino Doutor João Bacelar Portela, no bairro Ivar Saldanha: uma professora teve seu carro roubado do estacionamento da unidade escolar, no dia 23 de setembro
UEB Sagarana I, no bairro Caratatiua: foi invadida por uma quadrilha que levou pertences dos alunos e diretores, no dia 21 de outubro

ATAQUES - ocorrências em escolas em 2015
No dia 5 de novembro, durante uma discussão entre dois alunos da UEB Josué Montello, no Sacavém, um foi ferido à faca.
No dia 20 de outubro, um adolescente de 15 anos foi espancado por outros cinco jovens nas proximidades da Unidade de Educação Básica (UEB) Professor Sá Valle, no Anil. O aluno chegou a ficar em coma.
No dia 15 de outubro, uma estudante de 17 anos teve o pescoço cortado por três pessoas em frente à ao Centro de Ensino Vinicius de Moraes, no do Olho d'Água. A estudante faleceu dias depois.
No dia 18 de setembro, uma adolescente de 13 anos, foi ferida por estilhaços do vidro de uma janela que foi apedrejada na UEB Estudante Edson Luiz de Lima

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