Base de Alcântara

PSOL vai ao STF para tentar impedir votação de AST

Partido diz que acordo entre Brasil e Estados Unidos para exploração comercial da Base de Alcântara fere a Constituição Federal em seu princípio fundamental, que é a soberania nacional

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Acordo de Salvaguardas Tecnológicas prevê exploração comercial da Base Espacial de Alcântara, no Maranhão
Acordo de Salvaguardas Tecnológicas prevê exploração comercial da Base Espacial de Alcântara, no Maranhão (Base de Alcântara)

Brasília

O PSOL protocolou um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a votação do acordo de salvaguardas tecnológicas entre o Brasil e os Estados Unidos que permite o uso co­mercial da Base de Alcântara, no Maranhão. Para o partido, a medida fere a Constituição Federal em seu primeiro princípio fundamental que é o da soberania nacional.
O projeto foi aprovado por 21 votos a 6, no fim de agosto, pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara, que é presidida pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). A negociação é uma das metas do presidente da República Jair Bolsonaro para estreitar as relações com os norte-americanos. O acordo foi assinado em março, durante a viagem do presidente ao país chefiado por Donald Trump.
O acordo de salvaguardas tecnológicas prevê a proteção de conteúdo com tecnologia americana usado no lançamento de foguetes e mísseis a partir da Base de Alcântara. Atualmente, 80% do mercado espacial usa tecnologia americana e, portanto, a ausência de um acordo de proteção limita o uso da base brasileira.
Eduardo, um dos filhos do presidente, deve usar o projeto como trunfo político para se credenciar como embaixador dos EUA. A possível indicação de Eduardo ao pos­to gerou críticas por parte da oposição na comissão, para quem o parlamentar teria “interesse pessoal” na questão.

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Requerimento de urgência

Enquanto o PSOL tenta barrar o AST, a Câmara dos Deputados tem em sua pauta um requerimento do deputado maranhense Pedro Lucas Fernandes (PTB), que pede urgência na votação do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas para levar a matéria direto para votação no plenário sem a necessidade de ainda ser analisada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e Comissão de Ciências e Tecnologia. A proposta entrou em pauta na terça-feira, 3, mas não foi votada por falta de quórum. Até o fechamento desta edição, na sessão de ontem ainda não havia quórum deliberativo para apreciar a matéria.

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