Fenômeno

Variação de marés preocupa e pode chegar até a 7 metros

De acordo com a Capitania dos Portos do Maranhão, os ventos alíseos de nordeste influenciam no avanço das marés; setembro sofre grande influência das marés, que podem ser solar ou lunar

Nelson Melo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Maré alta não assusta moradores, que caminham pelas ruas da cidade de Raposa, na Região Metropolitana de São Luís
Maré alta não assusta moradores, que caminham pelas ruas da cidade de Raposa, na Região Metropolitana de São Luís (Raposa)

SÃO LUÍS - Em setembro, é comum o avanço da água do mar em direção às áreas urbanas dos bairros localizados na região metropolitana de São Luís, principalmente nos que estão situados às margens das praias. Em Raposa, durante esse domingo, 1º, a variação chegou a até 6 metros, invadindo várias casas e ruas. A Capitania dos Portos do Maranhão diz que os ventos alíseos do nordeste influenciam na ocorrência desse fenômeno, conhecido como maré de sizígia.

De acordo com o capitão de Mar e Guerra Marcio Ramalho Dutra e Mello, comandante da Capitania dos Portos do Maranhão, setembro sofre grande influência das marés, que podem ser solar e lunar. Esta última é mais intensa nas marés de sizígia, que ocorre nas luas Nova e Cheia. “A gente vai ter Lua Cheia no dia 14 deste mês e no dia 28 teremos a Lua Nova. Nas proximidades dessas luas, a gente tem uma força da maré mais intensa”, explicou o oficial.

O capitão Marcio Ramalho esclareceu que, em setembro, se aproxima o equinócio de primavera, que vai ocorrer no próximo dia 23, sendo que acaba sendo uma maré solar, quando o número de horas do dia fica igual ao número de horas da noite. “A Terra, então, se aproxima do Sol. Com isso, há um aumento dessa maré. O somatório dessas marés, mais a influência dos ventos alíseos de nordeste, que ocorrem a partir deste mês, também elevam a maré”, comentou o comandante.

Até 7 metros

O comandante da Capitania dos Portos do Maranhão alertou que, nesse período do ano, a maré pode alcançar até 7,2 metros, como já aconteceu na maré equinocial de outono, em março deste ano, quando a água salgada invadiu o Centro Histórico de São Luís e alagou vários pontos. “Atingiu aquela região, na parte baixa. Isso pode ocorrer nessas marés de setembro”, completou Marcio Ramalho.

Cuidados

Em virtude da intensidade da maré nesse período do ano, alguns cuidados precisam ser tomados tanto por banhistas como pelos navegantes. Conforme o oficial da Marinha, as pessoas devem verificar bem o horário das marés e não colocar os carros na faixa de areia, pois o veículo pode ser arrastado. “Com relação à segurança da navegação, salvaguarda da vida humana e prevenção da poluição hídrica, que é competência da Marinha, é importante ter o cuidado com essas grandes variações de maré, com essas grandes correntes”, mencionou Ramalho.

Aplicativo

“E os banhistas precisam ter cuidado com as correntes da maré, mesmo na beira da praia. Aos navegantes, é importante observar a ocorrência de ventos fortes e planejar a travessia e navegação, utilizando o aplicativo Boletim ao Mar, que tem nas plataformas Android e IOS, que traz produtos meteorológicos da Marinha desenvolvidos pela diretoria de Hidrografia e Navegação”, enfatizou o comandante.

Nota da Semusc

A Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania (Semusc) informa que as ações de prevenção contra sinistros envolvendo banhistas acontecem, de forma rotineira, nas praias da Ponta d’Areia e Olho d’Água – únicas de responsabilidade do Município. A Semusc comunica ainda que a ação ganhou reforço na última semana com a inserção de mais quatro quadriciclos ao Corpo de Salva-Vidas, visando garantir mais segurança aos frequentadores das praias. As ações realizadas pelo Corpo de Salva-Vidas, guarnição da Guarda Municipal, envolve um efetivo de mais de 90 homens aos finais de semana e feriados, quando o fluxo de banhistas é maior.

A Secretaria ressalta que os salva-vidas são orientados a, constantemente, alertarem os banhistas sobre os perigos do mar e que, no mês de agosto, os agentes reforçaram, ainda, o alerta por conta da presença de caravelas, que podem causar queimaduras até de 3º grau nos banhistas (crianças e adultos).

Transtornos em Raposa

No domingo, moradores da cidade de Raposa acordaram assustados, pois a água do mar invadiu várias ruas e casas daquela região, em decorrência da maré de sizígia, que ocorre quando o Sol e a Lua estão alinhados em relação à Terra. A água salgada provocou alagamentos em vários pontos da região, gerando alguns transtornos. A previsão era de 6,6 metros de altura das ondas.

Em virtude da maré de sizígia, a água invadiu praças e ruas localizadas às margens da praia. Motoristas tiveram muita dificuldade para trafegar pelos locais, que estavam tomados pela água salgada. Mesmo nesta situação, ciclista ainda se arriscavam e passavam por trechos alagados, assim como pedestres. Em muitos pontos, o asfalto não era mais visto devido à presença da água do mar.

A fim de contornar a situação, algumas pessoas retiravam seus calçados para conseguir atravessar as ruas. O ponto de ônibus também ficou alagado. Os pedestres tentavam evitar os trechos tomados pela água e subiam em calçadas. Algumas crianças carregavam outras menores, para que não se molhassem, em direção aos seus destinos. As ondas estavam tão fortes que chegaram a cobrir inteiramente algumas estruturas do Cais de Raposa.

Além da invasão às casas e ruas, as ondas também provocaram outros transtornos, como a destruição do piso em alguns trechos da área costeira. A região do cais foi o mais afetado, porque fica em um plano mais baixo. Devido ao impacto da maré, o solo ficou repleto de desníveis, o que ficou similar aos efeitos de um processo de erosão. A estrutura ficou desgastada pela força das águas.

Esse avanço da maré ocorre durante alguns meses do ano e sempre provoca transtornos. Em março deste ano, por exemplo, a água também invadiu casas, comércios e ruas de Raposa, que é um dos municípios mais afetados quando ocorre a maré de sizígia.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.