Série de TV

História de luta e resistência em produção maranhense

Série "Punga" terá 13 episódios no canal Cine Brasil TV; a direção é de Frederico Machado e as gravações encerraram ontem

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Cena da série "Punga", que terá as filmagens encerradas em breve
Cena da série "Punga", que terá as filmagens encerradas em breve (Cena do filme Punga)

São Luís - As gravações de “Punga”, dirigida pelo cineasta maranhense Frederico Machado encerraram ontem após mais de um mês de intensa produção. Trata-se uma série composta por 13 episódios de 26 minutos cada e que serão exibidos ano que vem no canal Cine Brasil TV. As filmagens iniciaram no dia 17 de julho em locações em Raposa e São Luís.

A série é uma ficção que retrata o atual momento político pelo viés da resistência cultural e dos jovens. “Punga” tem produção da Lume Filmes e conta a história de uma jovem negra que foi adotada por uma família de classe alta de São Luís. Com a chegada da adolescência, ela resolve descobrir suas origens. Apaixonada por tambor de crioula, bumba meu boi e reggae, é levada, pelas circunstâncias, a se tornar líder da comunidade de sua avó biológica, que está prestes a ser invadida por um grupo imobiliário estrangeiro.

O cineasta Frederico Machado explica que a série será exibida em um canal que tem grande alcance em todo o Brasil, em diversas plataformas. “Este trabalho tem um viés da cultura popular mas é bem novelesco, é um trabalho mais comercial, para um público de TV por assinatura que tem uma narrativa mais clássica, com início, meio e fim. Mas é claro que tem também o cinema autoral, de guerrilha, que eu gosto de fazer”, pontua o cineasta.

Ele ressalta a grande produção e a importância da série para São Luís. “É muito importante porque fala da cultura popular e todas as manifestações do Maranhão. Aborda também a posse de terra e questões como a desapropriação, a exemplo do que está ocorrendo no Cajueiro (comunidade da Ilha cujas famílias estão sendo retiradas de suas casas por mandado de desapropriação de terras). Inclusive, o argumento da série veio daí. Fala também do momento político, questões sociais, mas sem esquecer as questões existenciais como é o meu cinema”.

Elenco

Fredrico Machado destaca ainda a grande participação dos maranhenses, tanto no elenco, quanto na produção. Uma delas é a atriz Lídia Gomes, de 18 anos, que vive Punga, personagem principal, conta que sua história de vida guarda semelhanças com a da personagem. “Sou envolvida com as causas sócias e minha avó, a exemplo da avó da Punga, tem um tambor de crioula, então fico muito feliz em ter a oportunidade de abordar estas questões que são tão presentes em nossas vidas, falando de coisas atuais como a retirada de povos tradicionais de suas comunidades, por exemplo”, destaca Lídia Gomes que faz sua estreia no audiovisual.

Ela conta que nunca tinha interpretado nenhum personagem e que foi convidada por integrantes da produção para desempenhar o papel. “Tenho as características da personagem e já tinha vontade de atuar de alguma forma. Depois do convite passei por testes e fui aprovada”, conta a atriz que pensa em trancar o curso de biologia para se dedicar ao de artes cênicas. “Sinto que é o que quero fazer, estou muito feliz”, completa.

Diferente de Lídia Gomes, o ator Al Danúzio traz uma vasta experiência na bagagem. Ele vive Vitor Benzi. “O Vitor é irmão de criação da Punga, mas viveu no exterior muito tempo. Ele volta por conta de uma laço muito forte com ela e se envolve nas causas sociais que ela defende”, relata o ator sobre seu personagem. All conta que fez testes para o personagem. “Isto é muito bom porque mostra a profissionalização da área em São Luís, vemos isto de forma cada vez maior e é importante que ocorra”, acredita.

Produção

Com uma equipe de produção composta por 40 pessoas, um elenco de 50 profissionais sendo a grande maioria de maranhenses e cerca de 100 figurantes, o projeto tem codireção e roteiro de Helena Machado, teatróloga e escritora do Rio de Janeiro; preparador de elenco Ole Ordman, que é alemão; o pernambucano Alexandre Taquary, que assina a direção de produção; e a piauense Mônica Mello, fazendo a produção executiva.

Alexandre Taquary explica que o trabalho de gravação foi intenso. “Gravamos cenas em Raposa e São Luís e encerramos esta etapa. Agora, o material segue para a edição para que seja exibido ao público ainda este ano”.

Punga

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