Maranhão do Sul

Deputados manifestam apoio a projeto de divisão do Maranhão

Antônio Pereira, Rigo Telles, Marco Aurélio, Wellington do Curso e Arnaldo Melo se posicionaram a favor do projeto, que tramita na CCJ do Senado

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Antônio Pereira e Arnaldo Melo dizem que sempre apoiaram a emancipação da região sul do estado
Antônio Pereira e Arnaldo Melo dizem que sempre apoiaram a emancipação da região sul do estado (Antônio Pereira)

Deputados estaduais defenderam ontem, na Assembleia Legislativa, o Projeto de Decreto Legislativo nº 509/2019, que tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal e propõe a separação do Maranhão.
O projeto é de autoria do senador Siqueira Campos (DEM), do estado do Tocantins, e conta com a assinatura da senadora maranhense Eliziane Gama (Cidadania). A peça cria o estado Maranhão do Sul, que deve ter como capital a cidade de Imperatriz.
No Legislativo estadual, a repercussão ocorreu após a publicação do tema na edição de ontem de O Estado. O primeiro a tratar da polêmica foi o deputado Antônio Pereira (DEM).
Ele defendeu a realização de um plebiscito - que somente será realizado pela Justiça Eleitoral mediante aprovação da peça na CCJ do Senado - com a justificativa de que a população da região sul do estado precisa ser ouvida sobre o tema.
“Quero aqui dizer da minha satisfação, do meu apoio irrestrito aos senadores da República, senadores do Brasil que entraram com esse Projeto de Resolução, para que nós possamos, por meio de plebiscito, escutar e ver realmente o pensamento do povo do sul do Maranhão em relação a essa questão. É uma luta que ficou dormente muito tempo, mas eu tenho absoluta certeza de que esta Casa, a Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, principalmente por meio dos seus representantes do sul do Maranhão, não vai deixá-la mais calada”, disse.
Pereira reiterou apoio ao projeto de criação do Maranhão do Sul. “Vamos trilhar este caminho, que é um caminho difícil, cheio de obstáculos, mas nós temos que ter a coragem e, principalmente, o discernimento e a inteligência, e que Deus nos dê sabedoria para que nós possamos chegar realmente à vitória, que será a criação do estado do Maranhão do Sul”, acrescentou.
Marco Aurélio (PCdoB) também manifestou apoio à criação do Maranhão do Sul. “Reconheço a luta, muito antes de eu chegar a este Parlamento, em defesa do Maranhão do Sul. Quando eu defendia como professor de sala de aula, vossa excelência já defendia neste Parlamento. Nós precisamos ampliar este debate, me coloco à inteira disposição”, enfatizou.
“Essa questão nós já discutíamos aqui ao longo de muitos anos. Eu, já com alguns mandatos nesta Casa, sempre acompanhei e sempre fui a favor, até porque Barra do Corda se encontra na região centro-sul maranhense”, afirmou Rigo Teles (PV).
Arnaldo Melo (MDB) acrescentou que durante a sua trajetória política, trabalhou em defesa das emancipações e fortalecimento socioeconômico daquela região.
“Eu sempre fui favorável às emancipações, sempre defendi essa bandeira, mas nós temos alguns percalços para superar. Daí a minha sugestão para que a classe política se una em torno desse objetivo, para superarmos o problema da ordem econômica do estado como um todo e entender que é importante que aquela região, tão pujante, tenha a sua própria estrutura governamental”, resumiu.
Wellington do Curso (PSDB) também se posicionou favorável à criação de um novo estado. “Das várias vezes que já estive na Região Tocantina, em Imperatriz, consegui perceber essa motivação, essa vocação, essa vontade da Região Tocantina. Acho inclusive que deveríamos realizar audiências públicas para debater o assunto e eu apoiarei essa iniciativa”, finalizou.

SAIBA MAIS

Relatoria

O senador Roberto Rocha (PDT) vai atuar como relator do Projeto de Decreto Legislativo que propõe a divisão do Maranhão e a criação de um novo estado, com municípios da região sul, e que pode fixar a cidade de Imperatriz como capital.

Projeto de Lobão também tramitou no Senado

Um projeto de igual teor e que sugeria a criação de um novo estado no Maranhão na região sul, foi apresentado no Senado da República na década de 1990 pelo então senador Edison Lobão (PFL).
A peça, depois de ficar paralisada na Casa, chegou a ser reapresentada pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB), de Ro­raima, e foi aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Casa anos depois, em 2007.
A aprovação permitia a realização de um plebiscito no Maranhão por meio da Justiça Eleitoral, o que não chegou a ocorrer na ocasião.
A proposta, na ocasião, provocou polêmica e uma série de debates na classe política maranhense, dividida sobre o tema.
O projeto tinha como objetivo criar um novo estado brasileiro que fixaria como capital, a cidade de Imperatriz em uma área de quase 150 mil quilômetros quadrados. O Maranhão do Sul, na proposta aprovada em 2007, se tornaria o quinto estado nordestino em tamanho, com mais de 1 milhão de habitantes, distribuídos em 49 municípios. l

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