Saúde

Atenção primária deve ser aliada do diagnóstico precoce do câncer, defendem especialistas

Para SBOC, realização de exames periódicos e acompanhamento com médico da família fortalecem iniciativas de prevenção

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
A ESF busca promover qualidade de vida ao intervir em fatores que colocam a saúde em risco,
A ESF busca promover qualidade de vida ao intervir em fatores que colocam a saúde em risco, (AMB diz que os médicos não são responsáveis pelos altos preços dos planos)

Desde que se tornou ministro da Saúde, em janeiro, Luiz Henrique Mandetta afirmou que uma de suas prioridades é aprimorar a atenção básica no Sistema Único de Saúde (SUS). Por isso, criou a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) - antes chamada apenas de Atenção Primária à Saúde (APS). Essa mudança representa um avanço, pois ao ser categorizada como uma Secretaria do Ministério da Saúde, o tema passa a ter mais destaque e prioridade no SUS. O principal objetivo da SAPS é expandir e qualificar serviços por meio da Estratégia de Saúde da Família (ESF).

Contando muito com o apoio dos médicos da família, profissionais generalistas com alta capacitação, aptos a resolver grande parte dos casos de atenção básica, a ESF busca promover qualidade de vida ao intervir em fatores que colocam a saúde em risco, como sedentarismo, má alimentação e tabagismo.

"É comum o oncologista ver o paciente parar de fumar depois do diagnóstico de câncer, por causa do impacto emocional da doença. Mas é o médico de família, que acompanha aquela pessoa de perto ao longo da vida, que tem maior poder de influenciar essa decisão antes de as complicações surgirem", afirma Dr. Duílio Rocha, oncologista da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

Quando o sistema de atenção primária é bem estruturado, o vínculo médico-paciente é muito maior, o que permite aos profissionais terem atitudes como essa, que estimulam melhorias nos hábitos constantemente. Também é fundamental para incentivar a população a realizar exames preventivos. Segundo pesquisa realizada em 2017 pela SBOC sobre atitude e estilo de vida do brasileiro em relação ao câncer, apenas 49% dos entrevistados disseram fazer check-ups.

Além da criação da SAPS, em agosto o ministro lançou o programa Médicos Pelo Brasil, que vai substituir o Mais Médicos. O projeto promete ampliar o acesso à saúde nas áreas mais carentes do país, diferenciando a remuneração de acordo com a região, a fim de incentivar profissionais a atuarem em locais mais afastados. Anteriormente, o salário era o mesmo independentemente do local de atuação.

Outras mudanças incluem formação obrigatória dos profissionais em Medicina de Família e é necessário que o profissional tenha registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) brasileiro e seja contratado pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) – antes os médicos podiam ter estudado no exterior e recebiam uma bolsa-auxílio.

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