Desemprego

Cresce o número de desalentados no Maranhão, aponta IBGE

Segundo a PNAD Contínua, estado ocupa a 2ª posição, no levantamento nacional, em número de pessoas que desistiram de procurar emprego

Riba Cunha, de O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Quase 600 mil trabalhadores no Maranhão deixaram de buscar emprego no Maranhão, segundo o IBGE
Quase 600 mil trabalhadores no Maranhão deixaram de buscar emprego no Maranhão, segundo o IBGE (Carteira assinada)

SÃO LUÍS - Com o contingente de 588 mil pessoas que desistiram de procurar trabalho, o Maranhão ocupa a segunda posição em número de desalentados no país, perdendo somente para o estado da Bahia, que reúne 766 mil pessoas nessa condição.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontam para crescimento do contingente, que era de 561 mil no primeiro1º trimestre deste ano.

Hoje, mais de um quarto (26,2%) dos desempregados procuram trabalho há, no mínimo, 2 anos, o que equivale a 3.347 milhões de pessoas nessa condição. Esses números são os maiores para um trimestre desde 2012.

Em um ano, houve acréscimo de 196 mil pessoas que estão à procura de emprego há dois anos ou mais. Esse total era de 1,435 milhões de pessoas em 2015, um indicador com tendência de crescimento em função da dificuldade da inserção no mercado de trabalho a partir do início da crise econômica, em fins de 2014.

“A proporção de pessoas à procura de trabalho em períodos mais curtos está diminuindo, mas têm crescido nos mais longos. Parte delas pode ter conseguido emprego, mas outra aumentou seu tempo de procura para os dois anos”, avalia a analista da PNAD Contínua, Adriana Beringuy.

O elevado tempo de procura por emprego é um dos fatores que ajudam a explicar o desalento, por exemplo. No 2º trimestre, o país tinha 4,9 milhões de desalentados, aqueles que desistiram de procurar emprego, o que corresponde a 4,4% da força de trabalho.

Esse contexto também influencia a informalidade em um mercado de trabalho composto por 19,4 milhões de trabalhadores por conta própria sem CNPJ, 11,5 milhões de empregados sem carteira assinada e 873 mil de empregadores sem CNPJ. “É uma inferência que pode favorecer inserções em ocupações de menores rendimentos, sem vínculos formais, como os conta própria ou sem carteira de trabalho, e até mesmo no desalento”, avalia a Adriana.

Entre os estados com maior aumento na proporção de trabalhadores sem carteira assinada, na comparação com o primeiro trimestre, estão Amazonas (33,5%), Amapá (24,6%) e Tocantins (20%).

Subutilização em alta

O Brasil encerrou o semestre com uma taxa de subutilização da força de trabalho em 24,8%. Isso significa que falta trabalho para 28,4 milhões de brasileiros - um leve recuo frente a taxa de 25% registrada no trimestre encerrado em maio.

Segundo o IBGE, Piauí (43,3%), Maranhão (41,0%) e Bahia (40,1%) apresentam as maiores taxas de subutilização. Já as menores taxas ocorreram em Santa Catarina (10,7%), Rondônia (15,7%) e Mato Grosso (15,8%).

Já as unidades da federação com os maiores percentuais de empregados sem carteira de trabalho assinada são Maranhão (49,7%), Piauí (48,0%) e Pará (47,3%). Na outra ponta, os estados com as maiores fatias de empregados com carteira de trabalho assinada são Santa Catarina (87,6%), Rio Grande do Sul (83,3%) e Paraná (81,4%).

Nas regiões, segundo o IBGE, só foi observada alteração significativa na carteira de trabalho assinada no 2º trimestre no Paraná, onde houve aumento de 3,4%, e em Roraima, onde houve queda de 12,7% - lá, foram dispensados cerca de 6 mil trabalhadores que eram contratados formalmente.

O desemprego caiu em 10 das 27 unidades da federação no 2º trimestre e em comparação com o trimestre anterior, permanecendo estável nas demais. Com o índice de 14,6%, o Maranhão tem a oitava maior taxa de desemprego no país.

“Essa tendência de queda na taxa de desocupação foi observada em quase todo o país”, destacou a analista da PNAD Contínua, Adriana Beringuy. “Em termos gerais, pode ser que a desocupação caiu mais intensamente ou a ocupação aumentou com mais intensidade”.

Governo fala em redução

Em nota, a gestão disse que o Maranhão reduziu o número de desalentados. “A Secretaria de Comunicação e Assuntos Políticos informa que a pesquisa do IBGE aponta que o Maranhão é o 5º estado que mais reduziu o número de desocupados. A comparação é entre o 1º e o 2º trimestres de 2019. De acordo com a PNAD Contínua Trimestral, a taxa de desocupação caiu 1,7 ponto percentual no Maranhão e o estado teve a quinta melhor criação de empregos em número absoluto. Foram 73 mil vagas geradas nesse período”, diz a nota.

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