Entrevista

Ana Paula comemora a conquista do ouro no Pan-Americano

A armadora da Seleção Brasileira de handebol quer agora disputar o Mundial da modalidade e a Olimpíada do Japão, a quarta da maranhense, que ainda sonha com o ouro olímpico

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
(Ana Paula)

A na Paula Rodrigues Belo, ou simplesmente Ana Pau­la (31 anos), conquistou o tricampeonato do Pan-Americano pela Seleção Brasileira de handebol, em Lima, no Peru, ao bater a Argentina por 30 a 21, e garantiu vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Atualmente no Rostov Don, da Rússia, integrou a Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos de 2008, 2012 e 2016. Foi campeã mundial com a Seleção em 2013, na Sérvia. Para ela, a última conquista foi a mais emocionante de sua carreira. A jogadora também fala da emoção de representar o Maranhão nas quadras e de sua vida na Rússia.

Qual é a emoção de ganhar o ouro no Pan-Americano de Lima, no Pe­ru?
Era a única que não tinha e agora posso encerrar minha carreira tranquila. Fiquei muito feliz, porque estava vindo de lesão. Nunca tinha aproveitado tanto uma competição como esta.

Esta foi uma das melhores campanhas do Brasil nos Jogos Pan-Americanos. Como você se sente, fazendo parte do quadro de me­dalhas?
É sempre muito bom ajudar o Brasil a somar medalhas, principalmente de ouro. Agora, minha expectativa é disputar o Mundial de Handebol em novembro deste ano e as Olimpíadas do Japão.

Como foi o clima entre as jogadoras nessa campanha vitoriosa no Pan-Americano?
O grupo era muito unido. A alegria era contagiante. A gente ia para os jogos cantando e voltava cantando. Até mesmo nos deslocamentos para os treinamentos carregávamos nossos instrumentos musicais. Foi uma grande festa, que foi coroada com o ouro.

Como foi a emoção de encontrar o aeroporto lotado na sua chegada a São Luís?
A chegada foi emocionante. A festa que o pessoal fez na Liberdade, em São Luís, foi muito linda. Me enche de orgulho o carinho das pessoas.

Por que, quando você desceu do avião, estava coberta com uma bandeira do Maranhão?
É o maior orgulho da minha vida levar o nome do Maranhão aonde eu vou. Sinto muito orgulho de dizer que sou daqui (Maranhão).
O que você achou de Lima?
A gente passeou pouco. Porém, ficamos impressionados com a cidade. A vila olímpica fica entre duas favelas. Até para os treinos nosso ônibus era acompanhado por escolta policial. Outra coisa que chamou atenção era que nas ruas havia portões e a gente se perguntava como as pessoas faziam para entrar em casa. Uma de nossas atletas foi passear e foi assaltada dentro de um Uber. A única vez que saímos todos em conjunto foi para jantar em outra parte da cidade e lá nós gostamos, porque parecia até outra cidade.

Como é a vida na Rússia?
Estou há quatro temporadas no Rostov Don, que leva o mesmo nome da cidade. Acho que já estou acostumada. Não costumo sair muito. Moro perto do local de treino e não costumo sair muito de casa, mas de vez em quando vou ao shopping. O clima lá muito diferente, pois quando faz calor é muito quente e quando faz frio é muito gelado.

Como é o seu relacionamento com a torcida na Rússia?
O reconhecimento é bem maior que no Brasil. Lá, as pessoas me param na rua e pedem para fazer self. Tem uma menina que mora perto de onde eu treino que todas vez que me olha pede para tirar uma self e isso me deixa muito orgulhosa, porque é prova de que estão reconhecendo meu trabalho.

Você tem filhos? Onde eles moram?
Na verdade, temos o Cauam Bruno, 9 anos, que nos adotou. Por causa da escola, só o vemos nas férias, quando a gente vem para o Brasil.

Além da família, o que mais você sente falta na Rússia?
Praia. Adoro praia e lá não tem. Já comida é camarão. Lá tem camarão, mas não é igual ao daqui, principalmente o que a minha mãe faz. Eu também sinto muita falta do mocotó e da feijoada.

E como você faz para passar tanto tempo sem o que você gosta de comer?
Meu marido (John Belo) leva daqui algumas coisas, como: feijão, farinha, tapioca e leite em pó. Por causa de leite em pó, até briguei com uma amiga em Lima.

Agora, quais são os seus planos para o futuro?
Voltar para Rostov Don e iniciar a temporada e, se for convocada, disputar o Mundial e a Olimpíada do Japão e trazer mais medalhas de ouro para o Brasil. l

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