Meio Ambiente

Rio Itapecuru é protagonista de e-book lançado em São Luís

Obra mostra estudos que reforçam a importância do rio para todo o Maranhão; "Mais Itapecuru: subsídios ao planejamento e a gestão de recursos hídricos" pode ser baixado no site do Imesc

Emmanuel Menezes / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Rio Itapecuru banha cidades como Timbiras e é um dos mais importantes do Maranhão
Rio Itapecuru banha cidades como Timbiras e é um dos mais importantes do Maranhão

SÃO LUÍS - A grandiosidade e importância ambiental do Rio Itapecuru é objeto de estudo do novo e-book “Mais Itapecuru: subsídios ao planejamento e a gestão de recursos hídricos”, lançado na quinta-feira, 11, no Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc), em São Luís.

O material foi escrito por 17 pesquisadores da comunidade acadêmica, que possuem estudos dedicados a vertentes distintas do rio. O objetivo do material é servir como uma diretriz, sobretudo de alerta à população e poder público, tentando esmiuçar os principais problemas e potencialidades da área, além de sugestões de gestão adequada para a área.

“Ao organizarmos esse material, pensamos em como ele poderia servir como suporte para qualquer projeto futuro que venha a ser feito naquela região”, explica o professor universitário Leonardo Soares, coordenador do Laboratório de Ciências e Planejamento Ambiental e organizador do livro ao lado de Yata Anderson Gonzaga Masullo.

A obra aborda, de forma inédita, um conjunto de estudos técnicos para uma bacia hidrográfica genuinamente do estado do Maranhão. Os últimos dois capítulos da obra merecem ser destacados, pois abordam aspectos sociais e culturais da população que vive e depende do Itapecuru, bem como qual seria a forma mais adequada para que um projeto pudesse ser posto em exercício no local.

“É importante ressaltar que o livro foi feito sem apoio financeiro, exceto pela ajuda que o Imesc nos deu nas viagens realizadas para algumas comunidades. Por isso, o formato e-book foi escolhido, com intenção de atingir o maior número possível de pessoas”, completou Leonardo Soares.

Leonardo Soares, coordenador do Laboratório de Ciências e Planejamento Ambiental e um dos organizadores do livro
Leonardo Soares, coordenador do Laboratório de Ciências e Planejamento Ambiental e um dos organizadores do livro

A obra
A publicação está disponibilizada gratuitamente no site do Imesc. O livro possui sete capítulos que mapeiam as características da bacia do rio Itapecuru, levando em consideração desde a legislação referente à gestão de recursos hídricos, passando por aspectos físicos, naturais, geológicos, territoriais e econômicos, constituindo-se como obra de referência para a gestão dessa importante bacia hidrográfica maranhense.

A obra está dividida em capítulos, sob os títulos de “Planejamento, governança e gestão de recursos hídricos”; “Aspectos normativos da gestão integrada de recursos hídricos no direito brasileiro e no estado do Maranhão”; “Aspectos Socioeconômicos da Bacia do Itapecuru, Maranhão”; “Análise Espacial da Dinâmica de Uso e Cobertura da Terra da Bacia Hidrográfica do Itapecuru, MA”; “Avaliação Morfométrica da Bacia Hidrográfica do Itapecuru, MA”; “Aplicação de um Modelo para Aferição do Risco ao Patrimônio Arqueológico na Bacia do Itapecuru – MA: Conhecimento e Zoneamento”; “Os Sítios com Registros Rupestres na Bacia do Itapecuru: Interfaces entre a Espeleologia e a Arqueologia”.

Itapecuru

O rio Itapecuru possui 1.450 km de extensão e sua largura varia de 50 a 120 metros. O rio nasce no sul do estado e flui no sentido nordeste–norte até desaguar na baía de São José, golfão Maranhense.

Com 52.972,1 km² e ocupando 16% do território estadual, a bacia do Itapecuru é genuinamente maranhense e abastece 60% da população de São Luís, além de outras cidades do estado. Seu curso pode ser caracterizado fisicamente em três regiões: alto, médio e baixo Itapecuru. Dentre os principais fatores que determinam essa caracterização pode-se citar a rede de drenagem, o relevo da bacia e a navegabilidade.

Com 1.450 quilômetros desde a nascente, nos contrafortes das serras da Crueira, Itapecuru e Alpercatas, a 530 metros de altitude, até a desembocadura na baía do Arraial, ao sul da ilha de São Luís, a bacia do Itapecuru passa por 55 municípios e favorece uma população de 1.622.875 pessoas, de acordo com o IBGE.

Desses municípios, 20 estão totalmente dentro da bacia, e os demais 35 estão parcialmente inseridos no vale, ou seja, com parte de seus territórios extrapolando os limites da bacia hidrográfica.

SAIBA MAIS

A bacia
A bacia do Itapecuru se estende a leste do estado, ocupando considerável área de sul a norte, em terrenos relativamente baixos e de suaves ondulações. O rio Itapecuru está com sua bacia hidrográfica muito modificada em razão do uso incorreto de seu solo e da poluição de suas águas, levando à diminuição da quantidade dos peixes.

O desmatamento das margens do rio é um dos fatores responsáveis pela degradação da bacia, o que contribui para o processo de assoreamento. O processo de poluição da água, o assoreamento, a destruição das matas ciliares e a retirada ilegal de areia já fizeram o rio perder 73% do seu volume.

Há preocupação com cerca de 500 mil hectares de áreas sem vegetação, 900 quilômetros de cursos de água desprotegidos e 40% do território suscetível à erosão. A degradação do solo altera a estrutura física e também a capacidade do solo de produzir, devido ao assoreamento dos elementos nutritivos e das partículas de sedimentos, ocasionando a deposição no leito do rio, reduzindo o seu volume e profundidade.

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