Música

Discos raros da música brasileira em plataforma digital

Álbuns antológicos de Elis & Tom, Chico Buarque e Maria Bethânia estão entre as preciosidades

Com informações de assessoria

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Disco Garota de Ipanema, trilha sonora do filme homônimo dirigido pelo cineasta Leon Hirszman
Disco Garota de Ipanema, trilha sonora do filme homônimo dirigido pelo cineasta Leon Hirszman (garota de ipanema)

SÃO PAULO- A Universal Music Brasil lançou uma plataforma de vendas diretas aos fãs, trazendo para os amantes da música uma diversidade de produtos musicais e de outros segmentos, como decoração, moda e acessórios.

Com a chegada da nova plataforma de e-commerce, a gravadora passou a comercializar edições em vinil de importantes álbuns da música popular brasileira. Agora, colecionadores e amantes da música poderão receber em suas casas alguns dos discos que fazem parte do acervo especial da gravadora. Os primeiros lançamentos abarcam um período de grande criatividade e mudanças radicais na música brasileira.

Importante meio de contestação do regime militar imposto pelo golpe de 1964, a mais popular forma de arte no país também foi perseguida e previamente censurada durante a ditadura. Gradativamente, o sol, o sal e o sul idealizados pela Bossa Nova foram dando vez às canções de protesto e às experiências estético-musicais propostas pelo Tropicalismo, dando origem à chamada MPB (Música Popular Brasileira). O pop, o rock e os modismos musicais estrangeiros passaram a ser absorvidos por uma nova geração de cantores e compositores, não sem alguma resistência dos puristas.

Discos

São de 1967, Garota de Ipanema, trilha sonora do filme homônimo dirigido pelo cineasta Leon Hirszman, e Domingo, o primeiro LP de Gal Costa e Caetano Veloso. Embora a influência da Bossa Nova seja inequívoca, podemos observar o surgimento de uma nova maneira de se fazer música em ambos os discos. Entre as famosas composições de Tom Jobim e Vinicius de Moraes presentes em ‘Garota de Ipanema’, um jovem chamado Chico Buarque aparece em duas faixas autorais: ‘Um chorinho’ e ‘Noite dos mascarados’, em dueto com Elis Regina. Já Caetano e Gal destilam a Bossa Nova à procura de novos caminhos musicais resultariam no Tropicalismo.

Em 1971, Maria Bethânia estreou na Philips (Universal Music) com o disco A Tua Presença, considerado um de seus melhores e mais sofisticados trabalhos. Voz contestadora durante o regime militar, Bethânia anunciou a desejada volta do irmão, Caetano, exilado em Londres, em ‘Mano Caetano’, de e com Jorge Ben Jor, e gravou ‘Rosa dos ventos’, de Chico Buarque, que viria a ser um clássico de seu repertório e da resistência cultural durante o regime de exceção.

De 1972 são Tim Maia e Elza Pede Passagem, excelentes exemplos de assimilação e transformação de influências musicais internacionais, como a black music e, mais precisamente, o funk que dominou os bailes nos subúrbios cariocas, arrebanhando um crescente número de admiradores. O terceiro disco de Tim, artista que melhor traduziu a soul music, segue o alto padrão musical de seus lançamentos anteriores e emplaca um novo hit, ‘Canário do reino’. O soul também é o mote do disco ‘Elza pede passagem’, produzido por Dom Salvador, um dos mais importantes discos da cantora e que marca o seu retorno ao Brasil.

Nem mesmo as alterações impostas pelos agentes da censura militar impediram que ‘Fado tropical’, ‘Tatuagem’, ‘Bárbara’ e ‘Não existe pecado ao sul do Equador’, faixas do disco Calabar, de Chico Buarque, se transformassem em clássicos da MPB. A trilha sonora da peça homônima escrita por Chico Buarque e pelo cineasta Ruy Guerra lançada em 1973, com o título de ‘Chico canta’, está de volta com sua capa e nome originais.

O ano seguinte viu nascer um dos melhores discos brasileiros de todos os tempos. Elis & Tom registra o encontro de dois titãs da nossa música, Elis Regina e Tom Jobim, em 14 faixas impecáveis, como ‘Águas de março’ e ‘Só tinha de ser com você’.

Quatro anos mais tarde, embalado pelo sucesso da disco music, o público brasileiro soltava suas feras nas pistas de dança. A aceitação foi tamanha, que tivemos até nossa versão brasileira da rainha das discotecas, Donna Summer. A cantora paulista Lady Zu conquistou as paradas de sucesso com a dançante A noite vai chegar, que daria título ao seu primeiro disco.

Também em 1978, um representante da nova geração de artistas da MPB confirmou seu talento como cantor e compositor lançando seu segundo disco. Depois do sucesso consagrador de ‘Flor de lis’ e ‘Fato consumado’, Djavan deixou entrever a diversidade de gêneros, ritmos e influências que marcariam sua obra em Djavan e emplacou os sucessos ‘Serrado’ e ‘Samba dobrado’.


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