SÃO LUÍS - A culinária do estado agora tem um lugar de destaque, com a inauguração do Museu da Gastronomia Maranhense, localizado na Rua da Estrela, na Praia Grande. Em pleno período de festa junina, São Luís ganha um atrativo a mais à população e um incremento ao turismo. A sede é um casarão colonial de dois pavimentos, com diversas salas com cenários montados representando diversas festas da cultura local, dando destaque aos alimentos. As notas descritivas acerca de curiosidades sobre os produtos estão escritas em totens espalhados por todo o local.
“Esse é um grande presente que a capital ganha. Entendemos que a cidade é Patrimônio Mundial com seus exuberantes prédios, mas a nossa culinária também merece local de destaque”, frisou a secretaria municipal de Turismo, Socorro Araújo. O Museu da Gastronomia é parte de um conjunto de obras que vêm sendo executadas pela Prefeitura de São Luís e o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como o Complexo Deodoro e da Praça Dom Pedro II, entregues em dezembro passado, além da Rua Grande, em andamento.
Os investimentos no potencial gastronômico da cidade são uma forma de impulsionar o turismo, proporcionando experiências únicas aos visitantes, fazendo-os imergir na cultural local também por meio da culinária. É o tipo de atrativo que independe de alta temporada, podendo ser explorado o ano todo, e que é um nicho de mercado em ascensão.
“Temos a intenção de fazer esse museu dinâmico. Além da visitação, vamos realizar cursos todos os meses, ministrados no segundo piso”, adiantou a secretária de Turismo. Os cursos devem ter temas variados, desde receitas que podem se tornar uma fonte de renda extra até aulas sobre qualidade dos alimentos.
Esse tipo de curso de capacitação já é realizado. Um exemplo disso é o que ocorre no bairro Desterro, cujo público-alvo são moradoras atendidas pela Casa do Bairro, equipamento municipal. A capacitação dá prosseguimento às ações de fomento ao empreendedorismo no setor.
O Museu
Mesmo considerado um braço de mercado configurado como atrativo complementar ao turismo local, a gastronomia revela-se como um potencial na divulgação e valorização do patrimônio cultural. Por esse motivo, trazer como exemplo as festividades ajuda os visitantes a entender melhor a história da culinária local.
O roteiro é circular. No primeiro piso do museu os cenários representam, sobretudo, momentos e festas populares da cultura maranhense. A proposta é oferecer aos turistas a oportunidade de ter contato com essa gastronomia.
O curador e coordenador do projeto expográfico do museu é o turismólogo e artista visual Enoque Silva. Ele explica que a forma afetiva é a melhor maneira de imergir na culinária local. “Aqui trabalhamos com ‘mais imagens, menos texto’. Trabalhar o emocional e afetivo, com cenários alegres, é o principal foco do museu”, disse o artista.
Ingredientes populares na culinária maranhense, vindos do mar e terra têm suas histórias apresentadas através da retratação de como o maranhense os usam. “São mais de 1.500 peças feitas e espalhadas pelo museu, de forma que faça o maranhense se reconheça nessa ambientação e com que os turistas tenham uma experiência diferenciada”, completou Enoque Silva.
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Turismo junino
Os ritmos e sotaques distintos que embalam as festas juninas atraem diversos turistas à capital, que buscam conhecer, sobretudo, a porção em que é popularmente conhecida como Reviver, na Praia Grande.
Segundo dados liberados pelo Ministério do Turismo, cerca de 50 mil turistas devem desembarcar na Ilha à procura do brilho e cor de um dos maiores símbolos do estado. Para o Observatório de Turismo do Maranhão da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), a expectativa é de um aumento maior que 58% na ocupação hoteleira e de 67% na questão de desembarques no aeroporto de São Luís.
Ainda segundo o Observatório, há algumas características no perfil do turista que busca São Luís como destino. É normal que o visitante passe de um a cinco dias na capital, considerado bom. O dinheiro gasto pelos visitantes também aumentou, sendo calculada uma média diária de R$ 200, número maior do que o calculado em 2016. Apesar de ser positiva a prospecção para o período, o Observatório de Turismo do Maranhão avalia que os números poderiam ser ainda melhores.
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