Apequenou

Dois episódios provocam constrangimento e revolta na Assembleia Legislativa

Deputados estaduais foram impedidos de realizar visita técnica na sede de uma empresa que explora gás natural no Maranhão e uma comissão foi ''enquadrada'' pelo secretário Clayton Noleto

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
(Assembleia Legislativa)

Dois episódios provocaram constrangimento e acabaram arranhando a imagem da Assembleia Legislativa na última semana.

No primeiro caso, deputados que integram a Comissão de Assuntos Econômicos do Legislativo tentaram realizar visita técnica na sede da empresa Eneva, que atua na exploração de gás natural no município de Santo Antônio dos Lopes, mas foram impedidos de ter acesso à companhia.

No segundo episódio a Comissão de Obras e Serviços Públicos, depois de frustrada a tentativa de convocação e/ou convite ao secretário de Estado da Infraestrutura, Clayton Noleto (PCdoB), para que ele desse esclarecimento sobre a precariedade de rodovias estaduais na Assembleia, aceitou a um “chamado” do próprio secretário para comparecer na Sinfra e assim realizar a incursão programada. Para o deputado César Pires (PV), trata-se de um apequenamento da Casa.

Eneva

Na ocasião do impedimento de ter acesso à sede da Eneva, integravam a comitiva os deputados Fábio Macêdo (PDT) - presidente da comissão -, Leonardo Sá (PR), Wendel Lages(PMN), Zito Rolim (PDT), Ciro Neto (PP) e Antônio Pereira (DEM).

Apesar da insatisfação, os parlamentares chegaram a posar rindo para uma foto, utilizada pela comunicação institucional da Assembleia na internet.

Depois do constrangimento, Fábio Macedo publicou uma nota de repúdio contra a empresa e classificou o ato como falta de respeito ao Legislativo. Na nota, Macedo diz que os deputados ficaram por mais de 40 minutos na porta da companhia, a espera de uma resposta.

“A recusa da Eneva em receber os deputados, que são representantes legítimos do povo, demonstra a falta de respeito e consideração com a população maranhense, já que com a exploração dos recursos naturais produzidos aqui, obtém lucros exorbitantes. Apesar deste fato, o retorno em benefícios para o Estado é mínimo”, destaca trecho da nota.

A empresa se defendeu posteriormente, afirmando que receberia os parlamentares após o cumprimento de protocolos de segurança na usina, o que não foi possível depois da negativa dos deputados pela espera.

Sinfra

Já no caso da Sinfra, o imbróglios diz respeito à postura do secretário Clayton Noleto, que articulou junto à liderança do Governo na Assembleia a rejeição de um requerimento de convite para p´restar esclarecimentos sobre obras em rodovias estaduais e logo em seguida, “convocou”, ele mesmo, a comissão de Obras da Casa para uma audiência sobre o tema no prédio da secretaria. A ida do colegiado é articulada pelo deputado governista Felipe dos Pneus (PRTB).

César Pires afirmou que o caso diminui a Assembleia.

“Será um apequenamento para a nossa Assembleia Legislativa. Sempre é o secretário que vai até o parlamento prestar os esclarecimentos e nunca o inverso. Tenho absoluta convicção que o presidente Othelino, que tem trabalhado corretamente para um parlamento forte não é favorável a isso. Também irei conversar com os colegas da Comissão de Obras para tentar demovê-los dessa ideia. Seriamos motivo de chacota e isso não irei aceitar, lutarei contra até quando puder”, disse.

César Pires foi o autor do requerimento que pedia a ida do secretário Clayton Noleto ao Parlamento. A base governista, contudo, rejeitou a peça.

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