Saneamento Básico

MP do saneamento não entra de novo na pauta da Câmara

Medida provisória, que foi editada pelo ex-presidente Michel Temer, terá que ser votada ainda esta semana para não perder a validade; proposta precisará ser aprovada até o próximo dia 3 de junho

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
MP corre o risco de caducar caso os deputados federais não votem até a próxima segunda-feira, 3
MP corre o risco de caducar caso os deputados federais não votem até a próxima segunda-feira, 3 (Câmara dos Deputados)

Brasília

Por falta de acordo, a medida provisória que facilita a participação da iniciativa privada na prestação dos serviços de saneamento ficou de fora da pauta da Câmara desta semana e deverá perder a validade.
Para não caducar, a proposta, que cria um novo marco regulatório para o setor, terá que ser aprovada até 3 de junho.
Editada pelo ex-presidente Michel Temer, a MP determina a abertura de licitação, com a participação de empresas públicas e pri­vadas, para novos contratos de saneamento, acabando, assim, com o direito de preferência das companhias estaduais.
O mecanismo também abre espaço para o crescimento das concessionárias privadas, favorecendo, indiretamente, a privatização de empresas como a paulista Sabesp. Esse é o principal ponto de controvérsia da MP e enfrenta resistência em alguns estados.
Nas últimas semanas, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tentou articular com governadores a votação de um novo texto, mas não houve consenso.
Para contornar a situação, Maia pretende reunir líderes partidários amanhã (30), na tentativa de construir um projeto de lei sobre o mes­mo tema, que seria votado na próxima semana.
“Na próxima semana, a gente deve conseguir [votar]. Vou fazer uma reunião na quinta sobre saneamento. Vamos fazer uma discussão sobre o texto, que quase gerou acordo nesta semana. Infelizmente, não gerou, mas, na quinta, faço uma reunião com os líderes ou seus representantes sobre esse tema. Na terça, a gente faz uma comissão geral pela ma­nhã e tenta, na parte da tarde, votar o saneamento”, disse.
Maia ponderou que se trata de uma questão de saúde pública, mas também econômica: “O saneamen­to é um problema grave para milhões de brasileiros. É saúde pública e também emprego”.
“Em vez de ter um sistema de saneamento, você pode ter, daí para a frente, uma concorrência de dois ou três sistemas disputando as concessões de saneamento e dando a possibilidade de que, com uma maior concorrência, possamos ter maiores investimentos no setor”, afirmou.
Segundo o presidente da Câmara, o deputado Fernando Monteiro (PP-PE) deverá apresentar um projeto de lei para atualizar o marco regulatório do setor.
Ele explicou que, se o governo encaminhar um projeto próprio acerca do tema, esse texto passaria a ter preferência, mas iria tramitar em conjunto com o de Monteiro.

Pente-fino no INSS
Outra medida provisória que corre o risco de perder validade é a que faz um pente-fino nos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A MP também precisaria ser votada até 3 de junho, mas não deverá haver tempo hábil.
A líder do governo no Congres­so, Joice Hasselmann (PSL-SP), admitiu ontem que a MP pode caducar.
"Corre o risco [de perder a validade], claro, corre o risco. E é muito ruim para o país, porque a MP 871 é o primeiro passo da Reforma da Previdência. A nova Previdência começa com a medida provisória 871, que é justamente para combater a fraude no setor rural", disse Hasselmann ao deixar a reunião de líderes para definir a pauta de votações.

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