[e-s001]A arte de fazer cosplay se tornou um fenômeno mundial e, cada vez mais, em São Luís, é possível encontrar pessoas - e até famílias - que saem para eventos caracterizados de seus personagens favoritos da indústria nerd. Mas, antes de tudo, vale lembrar que o cosplay é uma caracterização, uma “representação de personagem a caráter”, sendo escolhidos personagens de desenhos animados, animes, quadrinhos, filmes e séries.
Com o aumento do número de eventos voltado ao público nerd, uma família se destacou no cenário cosplay da capital. Os pais Yuri Crispim e Jé Rodrigues, fãs de desenhos e filmes clássicos de heróis, iniciaram sua trajetória nesse ramo, após o nascimento do filho caçula, Miguel, de 4 anos. “Eu sempre gostei de desenhos nostálgicos, como ‘Caverna do Dragão’, e também de animes. Yuri possui um gosto mais eclético, entrando também para os animes”, diz Jé Rodrigues.
Os desenhos são foco na vida da família. Segundo Yuri Crispim, após o acesso à internet, o leque de títulos aumentou, fazendo-os conhecer animações de países variados. Casados desde 2013, a soma de gostos em comum rendeu a primeira caracterização da família inteira, feita em 2016.
“Nós fomos a um evento naquele ano e, despretensiosamente, estávamos de Hora de Aventura (desenho de grande apelo do canal Cartoon Network). O cosplay foi bem improvisado”, conta o correspondente judicial Yuri Crispim. Segundo ele, sua mãe trabalha com crochê e fez a touca de um personagem do desenho para o caçula Miguel. Depois disso, eles resolveram montar figurinos completos para os quatro membros da família. “Isso chamou muito a atenção do público que estava no evento que resolvemos ir, e nos surpreendeu”, completa.
A surpresa maior é quando Jé Rodrigues revela que o pequeno Miguel foi o primeiro membro da família a fazer cosplay. Antes de completar um ano, o filho caçula da família já tinha feito ensaios fotográficos vestido de personagens icônicos. As roupas usadas foram de personagens de Star Wars, Mário Bros, “It: A Coisa” e de Tartarugas Ninja.
Até hoje, a família já fez mais de 10 cosplayers, viajando entre desenhos animados, filmes e séries. “Um dos que mais as pessoas comentam foi nossa caracterização da animação ‘Toy Story’. Após esse evento, começamos a receber muitas mensagens nas redes sociais”, comenta Jé Rodrigues.
Apelo na mídia
Toda fama tem um preço. A família conta que suas aparições em eventos fazendo cosplay já renderam boa repercussão nas redes sociais de muitos sites “fan made” de séries e filmes. Uma das produções mais recentes foi da famosa série Stranger Things, da Netflix.
“O Facebook do maior site fan made da série nos compartilhou e isso rendeu uma boa visualização do público em nível de Brasil”, conta o pai. A família criou uma conta na rede social Instagram para compartilhar suas aparições. Apesar de estarem há menos de uma semana na rede, a conta @familia_cosplay já possui mais de 2.700 seguidores.
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Um dos momentos mais divertidos apontados pela família, foi quando o quadrinista e criador do desenho famoso Irmão do Jorel, Juliano Enrico, compartilhou em suas redes sociais o cosplay feito pela família em 2018. “Ele entrou em contato pela mensagem direta de nosso perfil pessoal e pediu para publicar nas redes sociais dele. Foi muito legal o feedback dado para a gente”, frisa a mãe.
A apelação do público em meio aos eventos é outro ponto destacado pela família. Segundo a mãe, eles não conseguem ver muitas coisas das feiras e exposições, pois sempre estão tirando muitas fotos. “Eu acho que o que fazemos é legal, porque a gente gosta de assistir aos desenhos e, quando a gente sai vestido, pode ser eles em família”, diz a pequena Gabi, de 10 anos.
A família já está produzindo mais trajes para chamar a atenção do público nos próximos eventos marcados na capital, incluindo a Invasão On Pix, que vai ocorrer neste fim de semana na Praça de Alimentação do 2º piso do São Luís Shopping. Alguns dos desenhos que a família já está trabalhando são “Caverna do Dragão”, “Steven Universo”, “A Viagem de Chihiro” e “Jovens Titãs”.
[e-s001]Pequeno cosplay
Cosplay pode se tornar um trabalho de gente grande, mas não precisa ser tão grande para isso. O jovem Thomaz Barreto, de 12 anos, é um dos grandes nomes dessa arte na Ilha. A repercussão de seus trajes chegou a ser tão grande que o garoto já viajou para a Comic Con Experience, em São Paulo, sendo convidado especial da gigante do streaming, Netflix.
“Meu primeiro cosplay fizemos em 2015, do meu personagem favorito, o Coringa. Meu pai é um grande fã do Batman e eu acabei assistindo muito”, conta o pequeno. Com esse personagem, ele foi pela primeira vez para o evento na capital paulista, e chamou a atenção de pessoas de todo o Brasil.
“No primeiro dia que fui, eu cheguei e fui ao banheiro para me maquiar. Assim que saí, a primeira pessoa que pediu para tirar foto comigo foi o cara que estava limpando”, diz, afirmando que jamais vai se esquecer disso. Dai em diante, foi só sucesso.
O retorno de Thomaz para São Luís, após a feira nerd, lhe rendeu estrelar algumas propagandas na cidade. Hoje, fazendo cosplay do divertido Dusty, da série Stranger Things, o jovem já criou um número de fãs que buscam por suas aparições pelas redes sociais.
A psicóloga Barbara Barreto, mãe do Thomaz, reforça que o apoio é uma essência de mãe. “É uma entrega de mãe. Além de financiar as roupas (risos), nós adoramos toda a repercussão que isso dá”, comenta.
Apesar de ser bastante divertido, a vida de cosplay se torna, por horas, cansativa. Barbara explica que algumas experiências como em grandes feiras nerds se tornam exaustivas para o cosplay mirim. “Teve um dia que tanta gente ficou pedindo para tirar foto que nem almoçar conseguimos. Comprei um saco de pipoca e ficava dando na boca dele. Para evitar a deselegância, alguns esforços são necessários”, explicou.
A vida pessoal também é foco da família. Thomaz conta que tem tudo regrado dentro de casa. “Tenho a hora de estudar, a hora de assistir, a hora que posso ficar no celular. E se eu desobedecer, não vou aos eventos. Então, obedeço sempre”, diz, aos risos do Dusty.
SAIBA MAIS
SOBRE COSPLAY
Cosplay é a abreviação de costume play, ou ainda de costume que pode traduzir-se por “representação de personagem a caráter”. É a arte de se transformar em um personagem utilizando de maquiagem, interpretação, vestuário e demais técnicas exigidas pelo alter ego do artista ou do personagem que está interpretando. Cosplayers são entertainers que podem fazer uso de sua arte cosplay com finalidade de hobby ou profissional, porém, acima de tudo, cosplayers são artistas completos da sociedade contemporânea.
Em 1939 durante a primeira Worldcon, um homem chamado Forrest J. Ackerman, da companhia de Myrtle R, usaram pela primeira vez uma fantasia durante um evento. Ele criou a veste chamada “futurecostume”. Desde então, tornou-se uma prática anual nas Worldcon, com concursos e atrações próprias, e mais tarde estendendo-se aos fãs de fantasia e quadrinhos. Os primeiros cosplays de mangá/anime registrados são posteriores aos anos 70, nos EUA. O fenômeno do cosplay chegou ao Japão na década de 80 por meio de Nobuyuki Takahashi, que ficou surpreso com o costume ao visitar um Wordcon, que começou a incentivar a prática no Japão pelas revistas de Ficção Científica
É uma atividade da qual podem participar e divertir-se crianças, adolescentes e adultos de todas as idades, sexo e condição social. Os gastos nos cosplays são muito variados, podendo ser feito com materiais reciclados, adaptações de trajes de armário, até a confecção completa de roupas e acessórios, com o gasto de R$0 a mais de R$5.000,00. Um passatempo como outro qualquer, porém com a singularidade de permitir o participante tornar-se seu personagem favorito por um dia.
Atualmente, o mercado de cosplayers tem atraído empresas de todo mundo. Muitas delas estão criando lentes de contato e outros elementos para serem usados, tornando o personagem mais próximo do real. Os preços ainda estão altos, mas a tendência é que torne-se popular.
COSPLAY X COSPOBRE
Ainda há aqueles que preferem seguir um estilo da variação pobre do Cosplay ou também conhecido como Cospobre, que consiste em produzir caracterização priorizando baixo-custo e materiais de baixa qualidade ao invés da semelhança fiel ao personagem qual os Cosplayers tanto almejam, isso é em parte da falta de recursos e excesso de criatividade dos praticantes de Cospobre, mas ainda é preciso não confundir um cosplay simples e de baixo-custo que possui fidelidade com o cospobre, alguns personagens possuem roupas simples e de fácil acesso a todos tornando assim sua confecção barata.
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