76 municípios em risco de surto de doenças transmitidas pelo Aedes
Resultado do LIRAa confirma o aumento da incidência de casos de dengue no país, que subiu 339,9% em relação ao mesmo período de 2018; Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde afirma que taxa de incidência de 2019 está dentro do esperado
O primeiro Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), de 2019, foi divulgado e, de acordo com os dados, 76 dos 217 municípios do Maranhão apresentaram alto índice de infestação, com risco de surto para doenças como dengue, zika e chikungunya. O número representa mais de 1/3 das cidades de todo o estado.
No Brasil, o levantamento indicou 994 municípios (20% do total contado) com riscos de surto. O Ministério da Saúde alertou que o sistema de vigilância de estados e municípios e toda a população devem reforçar os cuidados para combater o mosquito transmissor das doenças citadas.
O resultado do LIRAa confirma o aumento da incidência de casos de dengue em todo o país, que subiu 339,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar desse alto número, a Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde afirma que, mesmo com aumento no número de casos da doença, a taxa de incidência de 2019 está dentro do esperado para o período. Sendo assim, até o momento, o país não está em situação de epidemia, embora possam ocorrer localizadas em alguns municípios e estados, incluindo o Maranhão.
Dengue no estado
No dia 26 de março, O Estado noticiou que o número de casos de dengue haviam aumentado. A falta de prevenção e cuidados com a limpeza urbana são consideradas como o principal fator para o aumento dos casos registrados no Maranhão, comparados ao ano de 2018. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, o estado teve um aumento de 37,9% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Até o último dia 23 de abril, teriam sido notificados 1.543 casos da doença. Em 2018, no mesmo período, foram notificados 832 casos. A incidência é de 21,9 casos para cada 100 mil habitantes no estado.
Apesar dos altos números, a capital maranhense teve uma redução de 55,5% nos casos de dengue. Em várias regiões da cidade, a Prefeitura de São Luís segue executando serviços que convergem para o combate ao Aedes aegypti e, consequentemente, a prevenção às arboviroses. Doenças como chikungunya e zika também sofreram redução nos casos, de 46% e 29%, respectivamente.
Dengue no Brasil
No Brasil, foram registrados 451.685 casos prováveis de dengue no país, um aumento de 339,9% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 102.681 casos. A incidência, que considera a proporção de casos em relação ao número de habitantes, tem taxa de 216,6% casos/100 mil habitantes. O número de óbitos pela doença também teve aumento, de 186,3%, passando de 66 para 123 mortes, sendo grande parte no estado de São Paulo.
Além das cidades em situação de risco, o levantamento LIRAa identificou 2.160 municípios em alerta, com o índice de infestação predial (IIP) entre 1% a 3,9%, e 1.804 municípios com índices satisfatórios, inferiores a 1%. São Luís se encontra na lista de municípios com índice de alerta, com IIP de 2%, e está ao lado das capitais Fortaleza (CE), Porto Velho (RO), Palmas (TO), Salvador (BA), Teresina (PI), Recife (PE), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Vitória (ES), São Luis (MA), Belém (PA), Macapá (AP), Manaus (AM), Maceió (AL), Aracaju (SE) e Goiânia (GO).
Limpeza pública
As estratégias de combate ao Aedes aegypti contam também com o trabalho executado pelo Comitê Gestor de Limpeza Urbana da capital. O órgão tem intensificado o cronograma de serviços de limpeza por toda a cidade, principalmente durante o período chuvoso em São Luís. O planejamento conta com ações de capina, roçagem, varrição, lavagem de logradouros, coleta domiciliar e remoção manual e mecanizada de lixo em pontos de descarte irregular.
As ações, além de garantir uma cidade mais limpa, contribuem para a prevenção de doenças, facilitando o escoamento das águas das chuvas e evitando pontos de acúmulo em diversos bairros da cidade ocasionado pelo descarte irregular de lixo.
As ações de limpeza e desobstrução de bueiros e galerias realizadas diariamente pela Secretaria de Obras e Serviços Públicos também refletem na redução do número de caso das doenças uma vez que reduz pontos de alagamento na cidade.
Em nível estadual, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que realiza ações educativas nas escolas e de mobilização social em apoio aos municípios, sendo estes os responsáveis pelas atividades de prevenção em suas cidades. A SES esclarece, ainda, que efetua capacitação de rotina dos técnicos municipais para manejo de inseticidas e operações de campo de combate ao Aedes aegypti. A secretaria disponibiliza apoio técnico nas áreas de surto e nas ações de controle vetorial com aplicação UBV, monitoramento e manejo clínico dos casos.
NO MARANHÃO
Número de casos (até 23 de abril de 2018/2019)
Dengue 832 (2018) 1.544 (2019)
Chikungunya 293 (2018) 274 (2019)
Zika 48 (2018) 53 (2019)
Incidência (casos/100 mil habitantes)
Dengue 11,8 (2018) 21,9 (2019)
Chikungunya 4,2 (2018) 3,9 (2019)
Zika 0,7 (2018) 0,8 (2019)
Fonte: Sinan Online
SAIBA MAIS
Ações de combate ao Aedes
As ações de prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti são feitas, também, pelo Ministério da Saúde, que oferece continuamente aos estados e municípios apoio técnico e fornecimento de insumos, como larvicidas para o combate ao vetor, além de veículos para realizar os fumacês, e testes diagnósticos, sempre que solicitado pelos gestores locais.
Entre janeiro e março deste ano, a pasta já enviou mais de 90 mil reações do teste Elisa para diagnóstico de dengue aos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACENs) estaduais. Para o diagnóstico das doenças zika e chikungunya, e também dengue, todos os laboratórios do país estão abastecidos com o teste em Biologia Molecular.
Para estas ações, a pasta tem garantido orçamento crescente. Os recursos para as ações de Vigilância em Saúde, incluindo o combate ao mosquito transmissor cresceram nos últimos anos, passando de R$ 924,1 milhões, em 2010, para R$ 1,73 bilhão em 2018. Este recurso é destinado à vigilância das doenças transmissíveis, entre elas dengue, zika e chikungunya.
76 municípios maranhenses
Açailândia
Água Doce do Maranhão
Âlcantara
Aldeias Altas
Amapá do Maranhão
Anapurus
Araioses
Arari
Bacabal
Bacuri
Barão de Grajaú
Barra do Corda
Bom Jardim
Bom Jesus das Selvas
Bom Lugar
Buriti
Buruticupu
Buritirana
Cantanhede
Capinzal do Norte
Carolina
Carutapera
Cidelândia
Coelho Neto
Cururupu
Davinópolis
Esperantinópolis
Feira Nova do Maranhão
Formosa da Serra Negra
Fortaleza dos Nogueiras
Fortuna
Governador Edison Lobão
Governador Eugênio Barros
Governador Newton Bello
Graça Aranha
Humberto de Campos
Intiga do Maranhão
João Lisboa
Joselândia
Lago da Pedra
Lagoa do Mato
Loreto
Luís Domingues
Maracaçumé
Matões
Matões do Norte
Mirador
Miranda do Norte
Nina Rodrigues
Paço do Lumiar
Parnarama
Passagem Franca
Pedreiras
Peri Mirim
Porto Franco
Presidente Médici
Primeira Cruz
Riachão
Santa Filomena do Maranhão
Santa Luzia do Paruá
Santa Quitéria do Maranhão
Santa Rita
São Bernardo
São Domingos do Maranhão
São Francisco do Brejão
São João dos Patos
São Pedro da Água Branca
Senador La Rocque
Sucupira do Norte
Tasso Fragoso
Timbiras
Turiaçu
Tutóia
Vargem Grande
Vila Nova dos Martírios
Vitorino Freire
Saiba Mais
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- Lançada campanha nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti
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