Parque eólico

Maranhão gera 328 MW de energia elétrica a partir da força dos ventos

Sétimo no país em capacidade instalada, o estado reúne atualmente 12 parques eólicos, localizados na região de Barreirinhas e Paulino Neves, onde as condições dos ventos são consideradas excepcionais

Riba Cunha

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Parque eólico da Omega Energia na região de Barreirinhas e Paulino Neves está gerando energia elétrica
Parque eólico da Omega Energia na região de Barreirinhas e Paulino Neves está gerando energia elétrica (Eólica)

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Parque eólico da Omega Energia na região de Barreirinhas e Paulino Neves está gerando energia elétrica

Os ventos passaram a ser o segundo recurso mais utilizado no Brasil para a geração de energia elétrica, de modo que essa matriz já alcançou 15 GW de capacidade instalada. Entre 12 estados geradores, o Maranhão responde atualmente por 328,80 MW de potência, sendo o sétimo no país.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), em todo o país são mais de 7 mil aerogeradores operando em 601 parques eólicos, dos quais 12 são no estado do Maranhão, especialmente na região de Paulino Neves e Barreirinhas.

“Se considerarmos que a energia eólica tinha cerca de 1 GW instalado em 2011 é um feito realmente impressionante chegarmos a ocupar este lugar de destaque na matriz elétrica. Acho fundamental destacar que há diferentes formas de observar a matriz elétrica de um país e uma das possibilidades é considerar a fonte primária de geração, ou seja, qual é o recurso utilizado para a geração elétrica. Acredito que esta é uma forma de apresentação que nos dá uma visão interessante e detalhada do que estamos utilizando para produzir energia no Brasil e, neste caso, o vento é a segunda fonte do país”, explica a presidente executiva da ABEEólica, Elbia Gannoum.

Além dos 15 GW de capacidade instalada, há outros 4,6 GW já contratados ou em construção, o que significa que, ao final de 2023, serão pelo menos 19,7 GW considerando apenas contratos já viabilizados em leilões e com outorgas do mercado livre publicadas e contratos assinados até agora.

“No caso do Brasil, além deste crescimento consistente nos últimos anos, existe um fator que tem que ser destacado sempre, que é a qualidade de nossos ventos. Enquanto a média mundial do fator de capacidade está em cerca de 25%, o fator de capacidade médio brasileiro em 2018 foi de 42%, sendo que, no Nordeste, durante a temporada de safra dos ventos, que vai de junho a novembro, é bastante comum parques atingirem fatores de capacidade que passam dos 80%. Isso faz com que a produção dos aerogeradores instalados em solo brasileiro seja muito maior que as mesmas máquinas em outros países. Somos abençoados não apenas pela grande quantidade de vento, mas também pela qualidade dele”, resume Elbia Gannoum.

Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em 2018, foram gerados 48,4 TWh de energia elétrica, o que representou 8,6% de toda a geração injetada no Sistema Interligado Nacional no período. Em relação a 2017, foi registrado um crescimento de 14,6% na geração de energia eólica, enquanto a geração como um todo cresceu 1,5% no mesmo período. “Se quisermos trazer isso para uma compreensão mais próxima da nossa realidade, dá para dizer que o que as eólicas produziram de energia no ano passado, em média, seria o suficiente para abastecer 25,5 milhões de residências ou cerca de 80 milhões de pessoas”, ressalta a presidente executiva da ABEEólica.

Safra dos ventos

“Daqui a uns dois meses vamos começar a ver de novo notícias de recordes de geração de energia eólica e isso começa a acontecer porque no finalzinho de maio já estaremos entrando no período que chamamos de safra dos ventos, quando os ventos estão em sua produção máxima”, avisa Elbia Gannoum.

No ano passado, durante a safra dos ventos, a energia eólica chegou a atender quase 14% do Sistema Interligado Nacional (SIN). O Boletim Mensal de Dados do Operador Nacional do Sistema (NOS), referente ao mês de setembro de 2018, por exemplo, mostra que, no dia 19 de setembro, uma quarta-feira, a energia eólica chegou ao percentual de 13,98% de atendimento recorde nacional na média do dia.

Mais

Sobre a ABEEólica

A Associação Brasileira de Energia Eólica é uma instituição que reúne cerca de 100 empresas da indústria eólica, incluindo fábricas de aerogeradores, de pás eólicas, operadoras de parques eólicos, investidores e diversos fornecedores da cadeia produtiva.

Capacidade instalada de energia eólica no país - Estado Potência (MW) - Nº de parques

RN 4.066,15 151

BA 3.934,99 153

CE 2.045,46 79

RS 1.831,87 80

PI 1.638,10 60

PE 781,99 34

MA 328,80 12

SC 238,50 14

PB 157,20 15

SE 34,50 1

RJ 28,05 1

PR 2,50 1

Total 15.088,10 601

Fonte: ABEEólica

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