Separação

Votação do Brexit voltará ao Parlamento o mais rápido possível

Primeira-ministra quer aprovar o acordo para a saída do Reino Unido do bloco antes do dia 27 de março, data final do divórcio

Reuters

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26

Legenda

Primeira-ministra britânica, Theresa May

LONDRES - A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse, nesta quarta-feira, 20, que levará a votação de um acordo revisado do Brexit de volta ao Parlamento o mais rápido possível, mas apenas quando for o momento certo para fazê-lo e após garantir alterações por parte da UE.

“Obviamente estamos nessas discussões com a União Europeia e traremos uma votação de volta a essa Casa quando for possível fazer um acordo que lide com a questão levantada pela Câmara dos Comuns”, disse May ao Parlamento.

“Ouvimos a Câmara dos Comuns, estamos trabalhando em suas opiniões com a União Europeia e retomaremos a votação quando for a hora certa para fazê-lo.”

Divergência

Ainda ontem, três parlamentares pró-União Europeia dos conservadores governistas do Reino Unido deixaram o partido por causa do “manejo desastroso do Brexit” por parte de Londres, um revés para as tentativas da primeira-ministra, Theresa May, de unir sua sigla nos planos de separação do bloco.

As parlamentares, que há tempos criticam a estratégia de May para o Brexit por acreditarem estar sendo conduzida por conservadores eurocéticos, disseram em um comunicado que se unirão a um novo grupo do Parlamento criado por sete ex-políticos do Partido Trabalhista.

May disse estar triste com as renúncias, mas sinalizou que continuará empenhada em obter um acordo antes de o Reino Unido sair da UE em 29 de março.

Mas as renúncias deixam May em uma posição ainda mais frágil no Parlamento, onde seu acordo para o Brexit foi massacrado pelos parlamentares no mês passado, quando eurocéticos e apoiadores da UE votaram contra um pacto que os dois lados dizem propor o pior de todos os mundos.

Eles também podem minar a posição de negociação da premiê em Bruxelas, para onde ela viaja ainda nesta quarta-feira para tentar conseguir uma abertura para mais análises técnicas sobre uma revisão do acordo.

Faltando só 37 dias para o Reino Unido deixar o bloco, a maior guinada política e comercial do país em mais de 40 anos, as divisões sobre o Brexit estão redesenhando o cenário político. As renúncias ameaçam um sistema de dois partidos que se mantém há décadas.

“A gota d’água para nós foi o manejo desastroso do Brexit deste governo”, disseram as três parlamentares, Heidi Allen, Anna Soubry e Sarah Wollaston, em um comunicado.

“Não sentimos mais que podemos permanecer no partido de um governo cujas diretrizes e prioridades estão tão firmemente no controle do ERG e do DUP”, disseram, referindo-se a um grupo de parlamentares conservadores pró-Brexit e ao Partido Unionista Democrático da Irlanda do Norte, que sustenta o governo no Parlamento. May admitiu que a filiação britânica à UE “é uma fonte de desentendimento tanto em nosso partido quanto em nosso país há muito tempo”, acrescentando que sair do bloco “jamais seria fácil”.

“Mas cumprindo nosso compromisso expresso em manifesto e implantando a decisão do povo britânico, estamos fazendo a coisa certa por nosso país. E ao fazê-lo, podemos seguir em frente juntos rumo a um futuro mais brilhante”, disse.

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