Violência

Mulheres sofrem ameaças pelas redes sociais no Maranhão

Este ano, vários casos estão sendo investigados, um deles envolve Tiago Pereira, preso em São Luís, acusado de ameaçar a ex-namorada por meio de mensagem; ano passado foram registrados casos de extorsão e cárcere privado

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Thiago Pereira da Silva preso por  ameaçar a ex-namorada por meio das redes sociais
Thiago Pereira da Silva preso por ameaçar a ex-namorada por meio das redes sociais (Thiago)

SÃO LUÍS - Os meios de comunicação nacional ainda ontem repercutiam o espancamento sofrido pela empresária Elaine Perez Caparroz, de 55 anos, ocorrido no último dia 17, no Rio de Janeiro. Ela foi encontrada desacordada com o rosto desfigurado em seu apartamento e o principal acusado desse ato bárbaro foi o estudante Vinícius Batista Serra, de 27 anos, que teria conhecido a vítima por meio da internet.

No Maranhão, a polícia tem registrado casos em que mulheres tiveram a vida revirada após uma série de perseguições por meio das redes sociais ou do WhatsApp. Somente no mês passado, 35 inquéritos policiais relacionados a ameaça, lesão corporal e descumprimentos de medida protetiva foram registrados na Delegacia Especial da Mulher (DEM) de São Luís. Trinta e três pessoas foram presas.

Os crimes cibernéticos no estado são combatidos por meio do Departamento de Combate ao Crime Tecnológico (DCCT), órgão da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic). O delegado Odilardo Muniz, chefe do DCCT, informou que quando os casos têm como vítimas mulheres são encaminhados para a DEM de São Luís, localizado na Casa da Mulher, no bairro do Jaracati.

O delegado informou que a polícia já prendeu Thiago Pereira da Silva mais de seis vezes por ameaça a ex-namorada, a enfermeira Jully Lima, utilizando o meio eletrônico. Ele foi preso a última vez no dia 8 de janeiro deste ano na capital e foi apresentado na DEM. Mas o criminoso já havia sido preso em julho do ano passado, na área do Calhau, e solto por determinação judicial no dia 20 de dezembro.

A vítima declarou para a polícia que chegou a trocar de número de celular para evitar as ameaças feitas pelo ex-namorado, a maioria xingamento e difamação. Ele chegou até mesmo a espalhar fotos e vídeos de mulheres despidas, que dizia ser da vítima, na rede social e em grupo de aplicativo de mensagem.

Extorsão

Em maio do ano passado, foi preso Tiago da Paz Barros, acusado de crime de extorsão, na cidade de Codó. De acordo com a polícia, ele teria ameaçado a ex-namorada, divulgar fotos íntimas e vídeos deles na internet e ainda exigia dinheiro da vítima.

Ela chegou a fazer um depósito na conta bancária do acusado no valor de R$ 1.500,00 e teria que pagar mais outro em troca de sua imagem não ser mais publicada na internet. A polícia foi informada do caso e conseguiu prender o criminoso na zona rural do município, em cumprimento de uma ordem judicial. Ele foi apresentado na Delegacia Regional de Codó onde foi autuado.

Cárcere privado

Uma estudante maranhense, nome não revelado, de 23 anos, segundo a polícia, foi violentada sexualmente e mantida em cárcere privado durante seis dias em uma casa, na comunidade Reta Velha, em Itaboarí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, por um ex-pastor, identificado como Mauro de Oliveira Siqueira, de 50 anos, que está preso.

O caso foi investigado pela 71º Distrito Policial, no Rio de Janeiro, sob a coordenação do delegado Vilson de Almeida Silva. Ele informou que a vítima e o acusado se conheceram por meio de um site de relacionamento. A maranhense, no dia 14 de maio do ano passado, viajou à capital carioca. O acusado, inclusive, chegou a pagar a viagem da vítima e foi buscá-la no aeroporto internacional Tom Jobim.

A maranhense foi levada para a casa do acusado, em Itaboraí, mas passou a ser violentada por negar fazer sexo com o acusado. Ele impediu a vítima de sair de casa e a trancou no local. Ainda de acordo com as informações do delegado, no sábado, dia 19 de maio, a maranhense aproveitou que Mauro Siqueira estava dormindo e fugiu e conseguiu ligar para uma prima, que reside em São Paulo. Essa pessoa informou o caso a um parente, morador na Zona Norte do Rio de Janeiro, que acionou a polícia carioca.

Os policiais começaram a investigar e ao perceberem a presença a polícia e temerosos de uma invasão na comunidade, traficantes de drogas exigiram que o acusado se entregasse e liberasse a vítima.

O delegado disse ainda que Mauro Siqueira foi preso em flagrante pelos crimes de estupro e cárcere privado. Enquanto, a maranhense foi ouvida na delegacia e entregue aos familiares, que moram no Rio de Janeiro.

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