A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa aprovou na manhã de ontem o requerimento nº 026/2019, de autoria do deputado estadual Adriano Sarney (PV), que cobra informações detalhadas ao secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, sobre a suspensão das atividades do Hospital Geral de Matões do Norte.
O requerimento foi formalizado na semana passada, na ocasião em que ganhou forte repercussão a denúncia de fechamento do hospital feita por servidores da unidade e posteriormente confirmada pelo Sindicato dos Enfermeiros do Maranhão.
O Governo, num primeiro momento, negou o fechamento do hospital. Depois, recuou e anunciou uma reforma na unidade - inaugurada em 2014 -, e suspendeu todas as atividades.
Adriano falou da necessidade de se esclarecer a situação. Por isso, cobrou dados detalhados do fechamento do hospital. Ele também falou da preocupação com os servidores, que denunciaram possíveis demissões em decorrência do fechamento.
“Precisamos saber o que vai acontecer com as dezenas de servidores que foram surpreendidos com o fechamento do hospital e que chegaram a denunciar uma demissão em massa. É preciso saber dados completos da obra a ser feita no local, pois queremos saber custo, prazo de conclusão. Enfim, estamos cobrando transparência do governo”, disse.
Adriano afirmou que o Governo, a partir de agora, com a aprovação do requerimento, é obrigado a repassar as informações ao Poder Legislativo.
“O Governo está devendo informações a esta Casa. Agora, as informações que serão encaminhadas para a Assembleia Legislativa terão de ser as mais exatas possíveis. Senão, o secretário estadual [Carlos Lula] pode incorrer em crime administrativo”, disse.
Pacientes
A presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Maranhão (Seema), Ana Léa Coêlho dos Santos Costa, questionou a situação de milhares de pessoas que eram atendidas ou faziam algum tipo de tratamento no hospital, e agora terão de recorrer a municípios vizinhos.
“O fechamento do hospital prejudicou muito o atendimento das pessoas da região, a maioria trabalhadores rurais. Nesta semana, muitos pacientes de municípios vizinhos tiveram que vir para os Socorrões de São Luís em busca de atendimento”, disse.
“Este hospital atendia a população de 14 municípios e agradecemos o empenho deputado Adriano para que a gente possa esclarecer esta situação difícil do atendimento à saúde em toda a região”, disse o vereador Ismael Viana Bezerra (PRTB), o Ismael do Sindicato, de Matões do Norte.
Saiba Mais
Na semana passada, três dias depois de o secretário Carlos Lula negar o fechamento do hospital, a mídia institucional do Governo do Estado informou a suspensão das atividades para a realização de uma obra de adequação no empreendimento. De acordo com o material, as obras são necessárias para atender exigências do Ministério da Saúde e recomendações da Anvisa. Segundo o Governo, as obras serão concluídas em 60 dias. O Governo não anunciou o valor dos serviços empreendidos no hospital.
Governista barra pedido de informação sobre Escola Digna
O pedido de informações sobre as 830 escolas reformadas e/ou reconstruídas anunciadas pelo governo do estado foi indeferido pela Assembleia Legislativa. O pedido, formalizado por meio de requerimento pelo deputado Wellington do Curso (PSDB), contou apenas com dois votos favoráveis.
Sobre o indeferimento, Wellington disse ser lamentável a conduta da base do governador Flávio Dino, que, apesar de ter mudado em alguns nomes, permanece com a falta de transparência.
“Se eles realmente reformaram e/ou reconstruíram as 830 escolas que tanto anunciam na propaganda enganosa do governo, por que não enviar a relação com os nomes? Já fizemos essa solicitação quando o número era de 574 escolas. Visitamos algumas e comprovamos a mentira. Em algumas, como o Centro Robson Martins, desde 2017 até hoje, os professores e estudantes esperam pela reforma, que só existiu na propaganda deles. E agora, com a mudança no parlamento, eles indeferem um simples pedido de informação. A base de Flávio Dino mudou, mas a falta de transparência ainda é a mesma”, afirmou Wellington.
Diante do indeferimento do pedido de informações, o tucano oficiou à Secretaria Estadual de Educação e, caso não obtenha as informações no prazo legal, ingressará juridicamente para ter acesso aos dados.
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