Senado

Rocha tem apoio da polícia legislativa para apurar fraude no Senado

Parlamentar maranhense é corregedor do Senado Federal e apura as imagens do dia da votação na Casa para a escolha do presidente, realizada dia 2 deste mês; polícia já levantou primeiros dados

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
(Roberto Rocha)

O corregedor do Senado da República, senador Roberto Rocha (PSDB), tem atuado junto à Polícia Legislativa na investigação de uma suposta fraude na eleição do dia 2 deste mês para o comando da Casa.

Ele afirmou à imprensa no último sábado que já está com as imagens das câmeras de segurança que registraram a votação para a escolha do presidente. Durante o pleito foi registrado um voto a mais do que o número de parlamentares, depositado na urna. Ao todo, o Plenário conta com 81 senadores. Foram registrados, contudo, 82 votos.

O voto a mais tumultuou o processo e provocou forte desgaste em Brasília. Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito o presidente do Senado.

À imprensa, Roberto Rocha explicou que não há qualquer interrupção ou adulteração das imagens. Até a semana passada especulava-se que os vídeos pudessem ter sido apagados. Segundo o maranhense, não há essa possibilidade.

“Estou orientando o pessoal do meu gabinete para já começar a examinar as imagens junto da Polícia Legislativa. A polícia tem um equipamento que ajuda a examinar, mas são horas e horas de gravação”, disse.

Ele disse que a votação individual de todos os senadores será analisada pela polícia e pela equipe técnica da corregedoria da Casa.

“Se fosse só de uma câmera já seria muito trabalho, mas são várias câmeras da polícia e várias câmeras da TV Senado. Isso dá um trabalhão porque a gente vai examinar o momento do voto de cada um dos 81 senadores”, completou.

A investigação à suposta fraude ocorre após a formalização de um requerimento por parte do deputado Major Olímpio (PSL-SP). A corregedoria parlamentar é o órgão responsável pela manutenção do decoro, da ordem e da disciplina no Senado, por isso a investigação comandada por Roberto Rocha.

Fraude – A eleição para a presidência do Senado ocorreu em meio a polêmicas no dia 2 deste mês, depois de ter sido adiada no dia anterior.

Após o término da votação, a contagem de votos revelou duas cédulas fora dos envelopes, sendo que uma delas estava a mais na urna. Dessa forma, foram ao todo 82 cédulas, um voto a mais do que o número de senadores.

Após alguns minutos de discussão, os senadores decidiram anular os votos encontrados fora dos envelopes e fazer nova votação. Todas as cédulas foram trituradas em uma máquina.

Durante a primeira votação, senadores contrários ao voto fechado mostraram a cédula para o Plenário e para fotógrafos presentes na tribuna da Casa ao depositarem seus votos na urna. O ato, discutia-se, era passível de punição quando a decisão da Casa era pela votação secreta. Conforme o Código de Ética do Regimento Interno do Senado Federal, abrir o voto pode levar a perda temporária do mandato.

Saiba Mais

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, explicou na última sexta-feira, que apesar de ter demorado para pedir investigação à suposta tentativa de fraude na eleição para o comando da Mesa Diretora da Casa, não poderia se abster da responsabilidade. “Os brasileiros esperam uma resposta porque numa votação de um presidente de um poder, onde tem 81 membros, ter 82 cédulas é um sinal de desprestígio para política e para os políticos. Então eu entendo que o corregedor vai dar celeridade”, disse.

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