Campanha de vacinação

Confirmada redução da dose da vacina contra aftosa

Com a mudança de 5 ml para 2 ml, a expectativa é de que diminua a ocorrência de efeitos colaterais nos bovinos e bubalinos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26

Este ano, a vacinação de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa terá uma novidade. A dose a ser aplicada nos animais, já a partir da primeira etapa da vacinação, que ocorrerá em maio, será reduzida de 5 ml para 2 ml. O Maranhão, nessa etapa, vai imunizar todo o rebanho de bovídeos, estimado em quase 8 milhões de cabeças. A mudança da dose está prevista no Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), que deverá culminar com a retirada total da vacinação no país prevista até 2021.
Apenas no Acre, Espírito Santo e Paraná a dose será aplicada apenas em animais jovens (de até 24 meses de idade). O estado do Amapá, devidos a suas condições peculiares, realiza a vacinação anualmente somente no segundo semestre.
A expectativa de Diego Viali dos Santos, chefe da Divisão de Febre Aftosa e outras Doenças Vesiculares (Difa) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), é de que, com a redução da dosagem, ocorram menos reações nos animais (caroços, inchaço). Além disso, com frascos menores, as vacinas ocuparão menos espaço, facilitando o transporte e reduzindo o custo de refrigeração. “Os laboratórios produtores possuem estoque suficiente do novo produto para atender à demanda dos criadores”, afirmou.
O ministério preparou um manual para fiscalização do comércio de vacinas contra a febre aftosa, atualizando a publicação de 2005. A versão digital, contendo orientações aos Serviços Veterinários Estaduais e aos distribuidores sobre a qualidade exigida ao produto deverá ser disponibilizada nesta semana.

Livre com vacinação
Em maio do ano passado, o Brasil recebeu o certificado da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), conferindo ao país o status de livre da febre aftosa com vacinação. Essa conquista é resultado de mais de 50 anos de trabalho de erradicação e prevenção da doença nos rebanhos do país.
Para erradicar a doença, o Brasil iniciou campanhas de vacinação ainda na década de 1960. Trinta anos depois, a partir dos anos 1990, foi criado o Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (Pnefa). Foi por meio dessa iniciativa que as estratégias de combate à doença passaram a focar na erradicação e não no controle da febre, como ocorria até então.
Com a vacinação nos pastos, a vigilância nas fronteiras e a estruturação da rede laboratorial do País, os rebanhos do Brasil não registram ocorrência de febre aftosa desde 2006. Agora, o Ministério da Agricultura trabalha com um cronograma para que o país fique livre da doença sem vacinação até 2023.

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Cuidados com as vacinas

Compre as vacinas somente em lojas registradas.
Verifique se estão na temperatura correta: entre 2° C e 8° C.
Para transportá-las, use uma caixa térmica, coloque três partes de gelo para uma de vacina e lacre.
Mantenha a vacina no gelo até o momento da aplicação. Escolha a hora mais fresca do dia e reúna o gado. Mas lembre-se: só vacine bovinos e búfalos.
Durante a vacinação, mantenha a seringa e as vacinas na caixa térmica e use agulhas novas, adequadas e limpas. A higiene e a limpeza são fundamentais para uma boa vacinação.
Agite o frasco antes de usar e aplique a dosagem certa em todos os animais: 2 ml
O lugar correto de aplicação é a tábua do pescoço, podendo ser no músculo ou embaixo da pele. Aplique com calma.
Lembre de preencher a declaração de vacinação e entregá-la no serviço veterinário oficial do seu estado juntamente com a nota fiscal de compra das vacinas.

O que é a Febre Aftosa?
A Febre Aftosa é uma doença infecciosa aguda, que causa febre, seguida do aparecimento de vesículas (aftas), principalmente, na boca e nos pés de animais de casco fendido, como bovinos, búfalos, caprinos, ovinos e suínos. A doença é causada por um vírus, com sete tipos diferentes, que pode se espalhar rapidamente, caso as medidas de controle e erradicação não sejam adotadas logo após sua detecção. O vírus está presente em grande quantidade no epitélio (tecido que reveste) e fluido das vesículas.

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