[e-s001]São Paulo - Não há dúvidas: um dos pratos mais antigos que existem no cardápio das pessoas, independente da cultura, é o peixe. Fonte de proteínas, essa carne possui nutrientes e vitaminas que trazem muitas vantagens ao organismo. Na Idade Média, o peixe era muito comum nas mesas. A própria Igreja incentivava o consumo. Então, a espécie fazia parte da refeição dos nobres e camponeses.
Já na atualidade, há muitas variações de menu, mas um tipo que sempre dá água na boca em muitos adeptos ao alimento e que veio de fora, é a comida japonesa. Peixe cru é sempre uma pedida para quem quer sair da mesmice, assim como o bacalhau, que também é famoso aqui e faz sucesso na culinária portuguesa. Em alguns países localizados em ilhas, como, por exemplo, a Islândia ou Myanmar, é natural que o consumo seja elevado.
Diante de muitas culturas gastronômicas ao redor do mundo, aqui no Brasil dois tipos estão fazendo muito sucesso entre os brasileiros. Segundo pesquisa, salmão e atum então entre os peixes prediletos na terra tupiniquim. E, de acordo com especialistas, o consumo deste tipo de carne pode trazer benefícios, do coração até o cérebro. Ou seja: além de deliciosos, fazem bem à saúde!
Hábitos mais saudáveis
O levantamento “Hábitos alimentares dos brasileiros – preferências, dietas e tendências de consumo”, realizado pela Banca do Ramon, mostra que alguns tipos de peixes estão entre os queridinhos dos brasileiros. No ranking de favoritos, ficaram salmão (50%), atum (27%), sardinha (19%) e cavalinha (4%). Segundo a nutricionista e consultora da Banca do Ramon, Juliana Tomandl, passar a consumir mais peixes nas refeições é totalmente benéfico para o corpo. “São muitas vantagens, pois o peixe possui algumas propriedades que são essenciais para o organismo, como o ômega 3, que é associado à memória e a melhor capacidade leitura, até mesmo com menos problemas de comportamento. A falta dele pode causar desatenção e dificuldade de aprendizagem. Porém, este nutriente também preserva a audição e ajuda até mesmo na perda de peso”, explica a especialista.
Mesmo que essas espécies estejam entre os prediletos, o brasileiro ainda não consome a quantidade indicada pelo IBGE. De acordo com o instituto, no Brasil, a média de consumo é de 9,5 kg de peixe por ano, mas a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) recomenda que o ser humano ingira 12 kg ao ano. “Ainda que o peixe faça parte da nossa cultura que foi herdada de outros países, como Portugal e Japão, e também dos indígenas, por meio da caça, não estamos muito habituados com este tipo de alimentação. Porém, há uma mudança crescente nos costumes alimentares do brasileiro. Existe uma vontade por refeições mais saudáveis e com qualidade, e o peixe, certamente, se enquadra como um alimento que faz bem à saúde”, detalha Tomandl.
Para além da boa memória
Uma das principais vantagens que o peixe oferece e que as pessoas mais conhecem é o estimulo à memória, por causa do ômega 3, mas a nutricionista da Banca do Ramon explica que são inúmeros os benefícios ao corpo. “É um tipo de gordura, mas é considerada boa ao organismo, além de estimular a memória e ajudar a acelerar as respostas cerebrais. Ele age reduzindo as inflamações, controla níveis de colesterol, protege o corpo de doenças cardiovasculares, melhora a disposição e previne aterosclerose, que é o acumulo de gordura nas paredes das artérias e também dentro delas’’, afirma.
[e-s001]Não é à toa que muitas pessoas buscam capsulas de ômega 3 para consumir durante o dia para ter uma vida mais saudável, mas o mais indicado é passar a consumir peixe nas refeições. “Recorrer às fontes naturais sempre será a melhor opção. Se possível, comer duas porções de salmão e atum durante a semana, que são espécies muito ricas em ômega 3. Já fazem uma diferença para quem come’’, detalha a especialista.
Mar de nutrientes
Porém, engana-se quem acredita que no peixe apenas o ômega 3 faz bem ao organismo, além dele, existem outras substâncias que são muito benéficas ao ser humano. Veja a seguir outros componentes que são encontrados, especialmente, no salmão e atum, e trazem muitas vantagens:
Magnésio
O atum é muito rico em magnésio, que também é conhecido como um mineral anti-estresse. A falta dessa substância no organismo resulta em cansaço e na falta de enzimas que ajudam a produzir energia no corpo. Além de ser essencial para o funcionamento dos nervos e músculos.
Cálcio
Já o salmão possui uma boa quantidade de cálcio, que é responsável em manter os ossos e os dentes fortes, evitando a osteoporose e raquitismo. “O nutriente também ajuda a manter os batimentos do coração regulares, além de auxiliar o sistema nervoso a trabalhar melhor’’, conta Tomandl.
Selênio
O atum contém selênio, um antioxidante que ajuda a prevenir o envelhecimento e o amadurecimento celular, isso ajuda a afastar os riscos de tumores. Outra vantagem é que o componente ajuda a manter a elasticidade dos tecidos e para as mulheres pode aliviar os incômodos menstruais.
Vitamina A
O salmão possui vitamina A que tem vários benefícios ao organismo, com ação protetora dos olhos, dos cabelos e da pele, ainda fortalece o sistema imunológico e dos órgãos reprodutivos. “A vitamina A também previne o envelhecimento precoce, doenças cardiovasculares e câncer”, diz a nutricionista.
Fósforo
Assim como o cálcio, o fósforo também é responsável pela boa formação dentária e óssea. Além disso, é importante para o funcionamento dos rins, fornece mais energia ao corpo e contribui com o metabolismo de amidos e gorduras.
Preparo
Todos os nutrientes listados são encontrados tanto no salmão quanto no atum, mas a quantidade varia de acordo com cada espécie. Outros peixes, como a própria sardinha e cavalinha, também possuem minerais que são essenciais ao corpo. “De um modo geral, os peixes são bem nutritivos. Basta escolher qual tipo mais agrada e passar a incluir nas refeições, se houver variações, melhor para o paladar. Outro ponto importante é o modo de preparo. Fazê-los fritos, como a opção à milanesa, que é escolhida por muitas pessoas, acaba sendo prejudicial, pois, dessa forma, se consome muita gordura saturada, que é extremamente prejudicial’, finaliza Tomandl.
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