Governo Bolsonaro

Porta-voz, general terá de unificar comunicação

A figura do porta-voz foi esvaziada ao longo dos anos, sendo ocupada cada vez mais por figurantes

Folha de S. Paulo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
( Otávio Santana do Rêgo Barros)

A chegada do general Otávio Santana do Rêgo Barros ao reformulado posto de porta-voz de Jair Bolsonaro (PSL) visa não só dar uma voz ao Palácio do Planalto, mas também tentar acabar com a cacofonia que marcou as turbulentas duas primeiras semanas do novo governo.

A figura do porta-voz foi esvaziada ao longo dos anos, sendo ocupada cada vez mais por figurantes da corte palaciana. Rêgo Barros chega com a missão de unificar a comunicação de Bolsonaro, e não apenas para ler comunicados.

é casual que ele seja um general de divisão, ostentando três estrelas do segundo maior nível da hierarquia da Força no ombro. Ele seguirá na ativa, agregado à função civil, podendo inclusive ser promovido no Exército.

Chefe de Comunicação Social do Exército desde 2014, Rêgo Barros ainda não teve a nomeação publicada e deve ajudar a coordenar sua sucessão antes de assumir o cargo.

O general afirmou que não poderia falar ainda sobre seus planos sem estar nomeado, além de ter de inteirar-se da realidade à sua espera.

Em 15 dias coalhados de recuos do presidente e falas desencontradas, como o anúncio do aumento de impostos logo descartado na semana retrasada, Bolsonaro ouviu assessores do seu núcleo militar e concordou com a ideia de botar ordem na casa.

Há a preocupação da sobrecarga de funções sobre o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, não conhecido exatamente pela suavidade quando colocado sob pressão por jornalistas - ele já abandonou entrevistas e deu respostas atravessadas algumas vezes.
Como acontece em quase todas as áreas do governo, no aperto o Planalto olhou para a corporação de origem do presidente, aumentando uma militarização que é vista com reserva por parte da cúpula das Forças Armadas.

Dependência - Aliados de Bolsonaro dizem que essa dependência não deve ser confundida com tutela, como afirmam políticos em Brasília ao analisar a invasão de oficiais das três Forças em cargos diversos da administração federal. E o general está lá para cumprir a hierarquia determinada pela Constituição, sustentam.
Rêgo Barros tem familiaridade no trato com a imprensa. Isso o coloca, involuntariamente ou não, em posição diversa da conduta geral do governo - a começar pelo presidente e seus belicosos filhos, em especial o vereador fluminense Carlos (PSC) e o deputado federal reeleito por São Paulo Eduardo (PSL).

No centro do grupo de oficiais servindo ao governo está o principal conselheiro de Bolsonaro, o general da reserva Augusto Heleno.
Ele agora terá ao seu lado no Gabinete de Segurança Institucional o ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas.

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