O Maranhão não registra nenhum caso de sarampo desde 1998, de acordo com dados do Ministério da Saúde (MS). Oito anos antes, o estado assumia a oitava posição com o maior número de casos no país, cerca de 2,5 mil. Já no ranking Nordeste, ocupava o segundo lugar. O saldo positivo de duas décadas se deve à implementação de políticas e ações mais eficazes, segundo o Departamento de Doenças Imunopreveníveis (DDI), da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Em contrapartida, cobertura vacinal ainda não atinge o estabelecido pelo MS.
De acordo com a chefe do Departamento de Doenças Imunopreveníveis do Maranhão, Maria Helena Almeida, a principal – e única – saída para livrar-se do vírus, desde que foram identificados surtos no século passado no estado, tem sido a imunização por meio da vacina Tríplice Viral, que também protege contra a caxumba e rubéola. “Temos procurado incentivar os municípios a vacinarem pessoas que ainda não foram vacinadas, que não possuem nenhuma dose da vacina, método de grande importância, principalmente para as crianças, que são as mais vulneráveis”.
A doença milenar é capaz de provocar sequelas devido a outras complicações durante o período de manifestação do vírus, como diminuição da capacidade mental, cegueira, surdez e retardo no crescimento – quando o paciente é acometido na infância. Por observação da gravidade, a luta travada pelos órgãos públicos de saúde para erradicação da doença no estado, se intensificaram ao ponto de não se registrar mais nenhum caso, apesar de a imunização ter atingido apenas cerca de 70% do público-alvo no último ano.
“O mês de dezembro ainda não foi informado pelos municípios, mas o estado verificou que, até novembro, não havia alcançado a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, que deve ser de 95% do público-alvo”, elencou Almeida. “É um dado preocupante, mas ao mesmo entendemos que existem vários fatores para esse resultado, e um dos principais ainda é a questão da informação, pois muitos municípios têm problemas com o sistema de informação, o que gera, consequentemente, uma cobertura baixa”.
Última campanha
Realizada no mês de agosto do ano passado, a Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo – ação que envolveu todos os postos de saúde do Brasil e teve como alvo principal crianças de 1 a 5 anos de idade – teve bons resultados no estado. Dos 217 municípios, quase todos bateram a meta contra a doença nas faixas etárias estabelecidas. A imunização contra o sarampo exige duas doses. Normalmente, no setor público a primeira é dada aos 12 meses de vida, com a versão tríplice viral, e a segunda, aos 15 meses, com a tetra viral.
“Mais de duzentos municípios conseguiram atingir a meta em todas as faixas etárias, e aqueles municípios que não conseguiram a cobertura justificaram que não tinham aquela quantidade de crianças para receberem a dose da campanha. Com esse sucesso, estamos agora em busca de outras pessoas que não foram vacinadas e estão mais sujeitas a adquirir a doença”, destacou a chefe do Departamento de Doença Imunopreveníveis da SES.
Ainda de acordo com Maria Helena Almeida, os mais sujeitos à doença atualmente são pessoas que estão em contato direto com pessoas de fora do estado. “O sarampo é de muito fácil disseminação. Por isso, pessoas que trabalham em hotéis, taxistas e outros grupos que lidam diretamente com turistas precisam procurar os postos para tomar a vacina”, destacou .l
SAIBA MAIS
SALDO POSITIVO
Segundo a SES, em 2018 o Maranhão recebeu do Ministério da Saúde 997.542 doses da vacina Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola). Destas, até ontem (14), 940.542 doses tinham sido distribuídas pela SES para as Unidades Regionais de Saúde, que fica responsável por realizar o repasse aos municípios do interior do estado. Por fim, o saldo (volante) de vacinas no banco estadual é de 57 mil, distribuídas conforme demanda.
Realidade no Brasil
De acordo com o último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde no último dia 8, o Brasil registrou 10.274 casos confirmados de sarampo. Atualmente, o país enfrenta dois surtos da doença: no Amazonas, onde há 9.788 casos, e em Roraima, onde foram contabilizadas 355 ocorrências. Casos isolados foram verificados em São Paulo (3), Rio de Janeiro (19), Rio Grande do Sul (45), Rondônia (2), Bahia (2), Pernambuco (4), Pará (61) e Sergipe (4), além do Distrito Federal (1). Foram registrados, ainda, 12 óbitos por sarampo: quatro em Roraima, seis no Amazonas e dois no Pará. Os surtos, segundo o Ministério da Saúde, estão relacionados à importação, já que o genótipo do vírus que circula no Brasil é o mesmo da Venezuela, país que vem enfrentando surto da doença desde 2017.
O que é Sarampo?
É uma doença grave que pode levar à morte. Pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. O vírus é transmitido com facilidade de uma pessoa para outra por meio da fala, tosse ou espirro. A melhor e mais segura forma de prevenção do Sarampo é a vacinação.
Quem deve se vacinar?
– Pessoas de 6 meses a 49 anos
– Pessoas de 12 meses a 29 anos precisam tomar segunda dose após 30 dias da primeira dose
– Quem já se vacinou (e recebeu as duas doses) não precisa tomar a vacina novamente
– Gestantes não devem se vacinar
– Quem tem mais de 50 anos não precisa fazer a vacina do Sarampo
– Quem não se lembra se tomou a vacina ou se teve a doença, melhor repetir a dose
Caso apresente os seguintes sintomas, procure uma Unidade de Saúde:
– Febre maior que 38º C
– Dor de cabeça
– Olhos vermelhos / conjuntivite
– Tosse
– Manchas vermelhas, que surgem primeiro no rosto e atrás das orelhas e, em seguida, se espalham pelo corpo e costumam descamar
IMPORTANTE
As vacinas ficam disponíveis o ano inteiro em todos os postos de saúde do Brasil.
Saiba Mais
- Maranhão ainda está abaixo da meta de imunização contra o sarampo
- Sarampo: vacinação de adultos de 20 a 49 anos é prorrogada até 31 de agosto
- Mais de 40 mil pessoas imunizadas contra o sarampo em São Luís
- Mais de 6.500 pessoas foram imunizadas contra o sarampo
- Vacinação contra sarampo ocorre no Terminal da Cohama nesta quarta (29)
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