SAÚDE

Maranhão não têm registros de casos de sarampo há 20 anos

“Não registramos casos de sarampo desde 1998, mas não estamos livres, pois há surtos em outros estados”, diz a chefe de DDI da SES

IGOR LINHARES / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

O Maranhão não registra nenhum caso de sarampo desde 1998, de acordo com dados do Ministério da Saúde (MS). Oito anos antes, o estado assumia a oitava posição com o maior número de casos no país, cerca de 2,5 mil. Já no ranking Nordeste, ocupava o segundo lugar. O saldo positivo de duas décadas se deve à implementação de políticas e ações mais eficazes, segundo o Departamento de Doenças Imunopreveníveis (DDI), da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Em contrapartida, cobertura vacinal ainda não atinge o estabelecido pelo MS.

De acordo com a chefe do Departamento de Doenças Imunopreveníveis do Maranhão, Maria Helena Almeida, a principal – e única – saída para livrar-se do vírus, desde que foram identificados surtos no século passado no estado, tem sido a imunização por meio da vacina Tríplice Viral, que também protege contra a caxumba e rubéola. “Temos procurado incentivar os municípios a vacinarem pessoas que ainda não foram vacinadas, que não possuem nenhuma dose da vacina, método de grande importância, principalmente para as crianças, que são as mais vulneráveis”.

A doença milenar é capaz de provocar sequelas devido a outras complicações durante o período de manifestação do vírus, como diminuição da capacidade mental, cegueira, surdez e retardo no crescimento – quando o paciente é acometido na infância. Por observação da gravidade, a luta travada pelos órgãos públicos de saúde para erradicação da doença no estado, se intensificaram ao ponto de não se registrar mais nenhum caso, apesar de a imunização ter atingido apenas cerca de 70% do público-alvo no último ano.

“O mês de dezembro ainda não foi informado pelos municípios, mas o estado verificou que, até novembro, não havia alcançado a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, que deve ser de 95% do público-alvo”, elencou Almeida. “É um dado preocupante, mas ao mes­mo entendemos que existem vários fatores para esse resultado, e um dos principais ainda é a questão da informação, pois muitos municípios têm problemas com o sistema de informação, o que gera, consequentemente, uma cobertura baixa”.

Última campanha
Realizada no mês de agosto do ano passado, a Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo – ação que envolveu todos os postos de saúde do Brasil e teve como alvo principal crianças de 1 a 5 anos de idade – teve bons resultados no estado. Dos 217 municípios, quase todos bateram a meta contra a doença nas faixas etárias estabelecidas. A imunização contra o sarampo exige duas doses. Normalmente, no setor público a primeira é dada aos 12 meses de vida, com a versão tríplice viral, e a segunda, aos 15 meses, com a tetra viral.

“Mais de duzentos municípios conseguiram atingir a meta em todas as faixas etárias, e aqueles municípios que não conseguiram a cobertura justificaram que não tinham aquela quantidade de crianças para receberem a dose da campanha. Com esse sucesso, estamos agora em busca de outras pessoas que não foram vacinadas e estão mais sujeitas a adquirir a doença”, destacou a chefe do Departamento de Doença Imunopreveníveis da SES.

Ainda de acordo com Maria Helena Almeida, os mais sujeitos à doença atualmente são pessoas que estão em contato direto com pessoas de fora do estado. “O sarampo é de muito fácil disseminação. Por isso, pessoas que trabalham em hotéis, taxistas e outros grupos que lidam diretamente com turistas precisam procurar os postos para tomar a vacina”, destacou .l

SAIBA MAIS

SALDO POSITIVO

Segundo a SES, em 2018 o Maranhão recebeu do Ministério da Saúde 997.542 doses da vacina Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola). Destas, até ontem (14), 940.542 doses tinham sido distribuídas pela SES para as Unidades Regionais de Saúde, que fica responsável por realizar o repasse aos municípios do interior do estado. Por fim, o saldo (volante) de vacinas no banco estadual é de 57 mil, distribuídas conforme demanda.
Realidade no Brasil
De acordo com o último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde no último dia 8, o Brasil registrou 10.274 casos confirmados de sarampo. Atualmente, o país enfrenta dois surtos da doença: no Amazonas, onde há 9.788 casos, e em Roraima, onde foram contabilizadas 355 ocorrências. Casos isolados foram verificados em São Paulo (3), Rio de Janeiro (19), Rio Grande do Sul (45), Rondônia (2), Bahia (2), Pernambuco (4), Pará (61) e Sergipe (4), além do Distrito Federal (1). Foram registrados, ainda, 12 óbitos por sarampo: quatro em Roraima, seis no Amazonas e dois no Pará. Os surtos, segundo o Ministério da Saúde, estão relacionados à importação, já que o genótipo do vírus que circula no Brasil é o mesmo da Venezuela, país que vem enfrentando surto da doença desde 2017.

O que é Sarampo?

É uma doença grave que pode levar à morte. Pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. O vírus é transmitido com facilidade de uma pessoa para outra por meio da fala, tosse ou espirro. A melhor e mais segura forma de prevenção do Sarampo é a vacinação.

Quem deve se vacinar?

– Pessoas de 6 meses a 49 anos

– Pessoas de 12 meses a 29 anos precisam tomar segunda dose após 30 dias da primeira dose

– Quem já se vacinou (e recebeu as duas doses) não precisa tomar a vacina novamente

– Gestantes não devem se vacinar

– Quem tem mais de 50 anos não precisa fazer a vacina do Sarampo

– Quem não se lembra se tomou a vacina ou se teve a doença, melhor repetir a dose

Caso apresente os seguintes sintomas, procure uma Unidade de Saúde:

– Febre maior que 38º C

– Dor de cabeça

– Olhos vermelhos / conjuntivite

– Tosse

– Manchas vermelhas, que surgem primeiro no rosto e atrás das orelhas e, em seguida, se espalham pelo corpo e costumam descamar

IMPORTANTE

As vacinas ficam disponíveis o ano inteiro em todos os postos de saúde do Brasil.

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